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sábado, 6 de setembro de 2014

(M) EU CAIO - MAIS UMA DE AMOR

Já escrevi aqui que cada vez mais gosto das peças produzidas em Brasília. E na noite de sexta-feira, dia 05 de setembro, esta afirmação mais uma vez se confirmou. Em todas as vezes que o monólogo (M) Eu Caio - Mais Uma de Amor esteve em cartaz na cidade não consegui ir por algum motivo.
A peça entrou em cartaz novamente em Brasília, desta feita no Teatro Funarte Plínio Marcos, dentro da programação de setembro da Ocupação Funarte. Fui conferir. Ingressos na bilheteria, somente em dinheiro, por R$ 20,00 (inteira). Montagem da Cia Provisória de Teatro (DF), com dramaturgia e direção sob a responsabilidade de Carolina Vianna.
Tinha pouca gente no teatro. Uma pena, pois o espetáculo vale a pena.
O cenário é formado por várias caixas de papelão, com nichos que servem de prateleiras e estantes, além de um inusitado bar. Ao centro, dois bancos, também de papelão, servem de apoio para o desenvolvimento do monólogo. Assim que o público se acomodou, a sala ficou entregue à escuridão. Quando o palco foi iluminado, o ator Arthur Tadeu Curado estava sentado de costas para a plateia, com um cigarro aceso em uma das mãos e faz, ainda de costas, a sua apresentação como Caio Fernando Abreu, escritor gaúcho cujos textos, contos e escritos sempre me atraíram. O monólogo traz os pensamentos de Caio.
Em cerca de cinquenta minutos, Arthur Curado desfila uma coletânea de pensamentos do escritor, entremeados com frases de personagens criados por Caio em suas publicações. O texto toca em temas pungentes, como a morte (o escritor morreu em decorrência da AIDS), a amizade e o amor, assunto recorrente na obra deixada por ele. A mistura de frases do escritor com as faladas por suas personagens ficou muito interessante. O texto ficou coeso, trouxe temas importantes para reflexão, sem apelações. Curado está leve em cena, incorporando o escritor de forma humorada, mas com profundidade.
Tem certas falas que ele olha fundo nos olhos de quem está mais à frente da plateia, como se o escritor estivesse falando com a pessoa em tempo real.
A trilha sonora também é digna de nota. Para mim, foi muito bem escolhida.
Gostei do que vi.

3 comentários:

  1. Estava procurando uma sinopse do espetáculo para enviar para um festival de monólogos e me deparei com a tua crítica. Senti-me muito lisonjeada. Realmente, poucas pessoas assistiram, mas felizmente quem assistiu foi tocado pela apresentação.
    Muito obrigada! :)

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