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segunda-feira, 1 de setembro de 2014

NÃO PARE NA PISTA - A MELHOR HISTÓRIA DE PAULO COELHO

Terminada a maratona de teatro em que eu estava, resolvi ir ao cinema. Escolhi o filme Não Pare na Pista - A Melhor História de Paulo Coelho, estreia na direção de Daniel Augusto. Não sou fã do escritor Paulo Coelho. Nunca consegui sequer terminar um livro de sua autoria. Até tentei, mas sempre achei muito chato. Mas assim como fui ver 2 Filhos de Francisco, mesmo sem gostar de Zezé Di Camargo & Luciano, e gostei do filme, resolvi dar uma conferida nesta história, motivado pelo roteiro ter sido escrito por Carolina Kotscho, a mesma roteirista do filme que colocou a vida da dupla sertaneja nas telonas. No entanto, quebrei a cara. O roteiro é ruim, não esclarece vários pontos da vida de Paulo Coelho, dá saltos enormes no tempo, e omite a briga que existiu entre ele e Raul Seixas em torno da autoria das músicas que colocaram o roqueiro baiano em evidência no cenário nacional.
Para complicar ainda mais, o roteiro tem idas e vindas no tempo, sem uma conexão muito precisa, deixando dúvidas em relação às histórias paralelas.
Em relação ao tempo, três partes da vida de Coelho são mostradas. A primeira é sua infância/juventude, quando é interpretado, e muito bem, por Ravel Andrade, onde os conflitos com o pai, uma suposta homossexualidade, a internação em hospital psiquiátrico e o tratamento com choques marcariam para sempre a vida do escritor. As melhores cenas estão nesta primeira fase, especialmente as vividas por Ravel. Depois, o filme foca na parte doidona do autor, com direito a muitas mulheres, consumo de drogas, convívio com o mundo das artes, a ufologia, o encontro com Raul Seixas, a transformação em empresário do mercado fonográfico e a busca de si mesmo quando decide percorrer o Caminho de Santiago. Enquanto a terceira parte mostra o escritor já famoso, em tempo recente, pós cirurgia no coração, quando resolve ter arroubos juvenis nas estradas da Espanha. Nestas duas partes, Coelho é interpretado por Júlio Andrade, irmão de Ravel. Não está magistral, mas desempenha dignamente o seu papel.
A participação da atriz espanhola Paz Vega, como Luiza, uma das mulheres de Coelho, é sofrível.
Enrique Diaz está ótimo como Pedro Souza, o pai de Paulo Coelho, e há uma cena tocante na qual ele ouve uma música no rádio do carro enquanto dirige pelas ruas do Rio de Janeiro e se emociona porque está escutando Raul Seixas cantar uma música composta por Coelho.
Fabiula Nascimento interpreta a mãe de Paulo Coelho e está muito contida. Pareceu-me desconfortável no papel (e no figurino!).
E o filme deixa confuso quem o assiste em relação às vozes que o escritor diz que ouve desde a infância.
Não gostei do filme. Continuo não sendo fã de Paulo Coelho.


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