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terça-feira, 16 de dezembro de 2014

CÁSSIA ELLER - O MUSICAL

Ingressos disputadíssimos para ver Cássia Eller, O Musical, em cartaz no CCBB Brasília. Carol conseguiu comprar para mim. Fui sozinho, na sessão das 20 horas de uma segunda-feira, dia 15 de dezembro de 2014. O centro cultural estava bem movimentado, sinal de que acertaram em abrir à segundas, quando a maior parte dos estabelecimentos culturais da cidade fica fechado. Também sinal que a população curte sair em qualquer dia da semana, basta ter algo interessante em cartaz. Alguns amigos de Belo Horizonte já tinham visto o musical, quando ele esteve em cartaz no CCBB BH, e me recomendaram bastante. A fila para comprar ingressos de última hora estava bem grande, mas todos conseguiram entrar. O teatro ficou quase com lotação completa. Poucos lugares vazios eram vistos aqui e ali, provavelmente ingressos de cortesia que os agraciados não foram buscar.
O espetáculo tem duas horas e quinze minutos de duração, sem intervalo, cuja direção artística coube a João Fonseca e Vinícius Arneiro.
A força deste musical está no repertório, muito bem conduzido pelos atores-cantores que integram o elenco. São trinta e quatro músicas que fizeram parte do universo de Cássia Eller, desde a sua adolescência até a fatídica morte ocorrida em 29 de dezembro de 2001. Lembro-me bem que estava em um hotel em Fortaleza, onde passei a virada de ano de 2001 para 2002, quando soube da morte dela. Foi chocante para mim, pois tinha acabado de ver um show da cantora em Brasília naquele mesmo mês de dezembro. Um dos melhores, senão o melhor, show de Cássia.
Voltando ao musical, Tacy de Campos, a intérprete de Cássia Eller no palco, é muito boa, tanto como atriz, quanto como cantora. Ela estudou bem a maneira como Cássia se postava e comportava nos palcos, fazendo os mesmos gestos e firulas. No entanto, ela não tentou imitá-la na maneira de cantar. Isto foi um ponto super positivo. Ela interpretou as suas canções com estilo próprio, mesmo porque seu timbre de voz é mais grave do que o da cantora homenageada. O restante do elenco, formado por Thainá Gallo, Jandir Ferrari, Emerson Espíndola, Jana Figarella, Juliane Bodini e Eline Porto, segura bem todo o espetáculo, quando se revesam em mais de um papel, sem perder a harmonia. Ainda há uma ótima banda, formada por cinco integrantes, colocando o tempero certo em cada uma das canções. Destaco Juliane Bodini e Emerson Espíndola com excelentes interpretações para Marilu e Nando Reis, respectivamente. A direção musical coube a Lan Lan, a percussionista que integrou a banda de Cássia em seus últimos shows. Por ela ter vivido intensamente a companhia de Cássia Eller, a parte musical é realmente o ponto alto desta peça.
O texto, autoria de Patrícia Andrade, não faz feio, mas é raso, passando pelas etapas da vida de Cássia como um trem de alta velocidade. Para quem não acompanhou a vida da cantora, ficou parecendo que ela chegou em São Paulo em uma noite e no dia seguinte já estava de mudança para o Rio de Janeiro.
Quem for esperando um musical com muita produção cênica, esqueça. Não há mudança de cenário. Tudo se passa no mesmo palco, cuja decoração lembra uma gruta.
Quem busca emoção, como nos recentes musicais Cazuza e Elis, também podem esquecer. A única parte emocionante do musical é o seu final, com uma bela homenagem a Cássia, quando o elenco, com exceção de Tacy de Campos, interpreta a última canção da noite, a que eu mais gosto do repertório de Cássia: Segundo Sol.
Como já escrevi, o forte do espetáculo é a parte musical. Recente, viva, mas atemporal. Gostei do musical. Viva Cássia Eller!

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