O voo da Qatar pousou no Aeroporto Internacional de Noi Bai, no Vietnã, no horário inicialmente previsto, às 14:45 horas do domingo, dia 21 de dezembro de 2014. Chegava ao fim uma longa viagem desde Brasília, de onde saímos na noite de sexta-feira, dia 19 de dezembro. O desembarque foi muito rápido. Ainda dentro do avião, foi distribuído um formulário exigido pelas autoridades sanitárias vietnamitas em relação ao ebola. Os cinco desceram com os respectivos passaportes e este formulário já nas mãos. Imediatamente ligamos os nossos celulares em busca de uma rede de wi-fi. Vício da nova era! Nada encontramos. Quando estava na área das esteiras, os celulares identificaram a rede gratuita do aeroporto, mas não conseguimos acesso.
Os formulários foram recolhidos antes da imigração, onde filas razoáveis nos aguardavam. Fui o primeiro a ser atendido, quando tive o passaporte devidamente carimbado. Fui para a esteira , na qual nossa bagagem estava disponível. Logo vi a minha mala, pois ela estava envolta naquelas plásticos verdes que fiz questão de colocar no aeroporto de Brasília, pagando pelo serviço R$ 40,00. Também vi e retirei as malas de Cláudia e de Silvana, enquanto esperava todas elas passarem pelo controle de imigração. O grupo se reuniu em frente à esteira, aguardando as malas de Vera e Lívia. Eu e Cláudia decidimos adiantar as coisas que deveríamos fazer no aeroporto. Assim, fomos os primeiros a sair. Dezenas de pessoas portavam plaquetas com os nomes dos passageiros que chegavam. Turistas, em sua maioria. Enquanto andava, as pessoas apontavam as placas para mim. Lia cada uma delas e não achava o nome de ninguém do nosso grupo. Bem atrás, uma placa estampava meu nome completo e indicava que estava acompanhado de mais quatro pessoas. O curioso desta questão é que a maior parte das tratativas com a Odyssey Tours tinha sido feita por Cláudia e por Lívia, mas refletindo o machismo que existe na Ásia, era meu nome que aparecia na plaqueta. Logo fui apelidado de o macho alfa da turma.
Nosso guia era Hoang, com um inglês muito bom para ser entendido. A primeira coisa que avistamos foi um balcão da Mobiphone,
uma companhia telefônica. Era hora de comprar um chip local para navegar na internet. Compramos a maior velocidade disponível para usar em trinta dias. Cláudia tinha levado o roteador móvel de wi-fi, apelidado desde sempre de Raquel. O chip custou 340.000 dongs, o equivalente a U$ 17. Pagamos em dólar, recebemos o troco em dongs. A atendente se encarregou de liberar o chip, utilizando o seu próprio celular, e de instalá-lo em Raquel. Estávamos conectados.
Em seguida, fui fazer câmbio. Hoang aconselhou trocar U$ 100. Recebi 2.123.000,00. O guia logo brincou dizendo que tínhamos ficado milionários. Cláudia preferiu retirar dinheiro no caixa automático (ATM). E nada das demais saírem. Ficamos a observar o movimento no aeroporto e conversando com o guia. Outro fato curioso é o tanto de gente que vai receber parentes e amigos com flores nas mãos. A prática é tão comum que existe uma floricultura ao lado do desembarque internacional.
Quase uma hora depois de nosso pouso, as malas de todas apareceram na esteira. Vera e Lívia tiveram que ajudar a tirar as malas da esteira, pois só uma estava disponível para todos os voos internacionais que estavam chegando, já que passar pela imigração estava muito lento. Assim, houve um acúmulo de malas na esteira, faltando espaço para colocarem mais bagagem. Resolvemos, como sempre fazemos em nossas viagens, fazer uma caixinha comum para gastos ligeiros. Cada um colocou um milhão de dongs na caixinha, cerca de U$ 50 cada um. A caixinha estava milionária com cinco milhões de dongs, moeda local.
O guia nos conduziu até o carro, uma confortável e novinha van, que ele chamava de bus. O aeroporto fica cerca de 45 km de Hanói (Há Nôi, como se escreve aqui). No trajeto, vimos que os vietnamitas adoram andar de moto. E as mulheres conduzem suas motocicletas usando capacete e máscara do tipo cirúrgica, mas com uma grande variedade de cores e estampas. Hoang explicou que elas as usam por três motivos: proteger-se da poluição; não gripar durante o inverno, estação do ano em que estão aqui no Vietnã; e para não se bronzearem, motivo principal do uso de tais máscaras. As mulheres gastam muito dinheiro protegendo a pele, usam sempre mangas compridas durante o dia. Aqui, uma pele bronzeada é sinal de que são oriundas do campo e isto não é visto com bons olhos pelos que vivem nas grandes cidades. Vivendo e aprendendo.
Rodamos quase uma hora para chegar em nosso hotel. No caminho, passamos ao largo do maior mural de mosaico em cerâmica do mundo, constando do Guiness Book. Tem quatro quilômetros de extensão e foi concluído em 2010. É muito bonito, com desenhos que contam um milênio de história de Hanói. Também passamos perto de uma ponte de ferro projetada por Gustave Eiffel, o mesmo arquiteto da famosa torre localizada em Paris.
A van estacionou em frente ao Golden Silk Boutique Hotel (109-111 Hang Gai, Hoam Kiem), onde tínhamos reserva, mas parou do outro lado da rua. Neste momento, Hoang explicou como atravessar qualquer rua no Vietnã. Carros, motos, bicicletas, tuc-tucs e pedestres se misturam em uma disputa frenética por espaço nas ruas, enquanto as calçadas são ocupadas por mesas, banquinhos e centenas de motocicletas estacionadas. Ele nos alertou para não correr. É só seguir em frente, devagar e atento. A certeza deles é enorme de que os veículos conseguirão desviar a tempo. O movimento das ruas impede que andem em alta velocidade, especialmente no centro da cidade, onde estávamos localizados. Apredendemos rapidamente.
No balcão do check in, demoramos cerca de quinze minutos, pois tinham que tirar cópias de todos os passaportes. Cada quarto recebeu um voucher que dava 10% de desconto no spa do hotel. No quarto, água, café e chá de cortesia. Para o mensageiro, Cláudia, como a gestora da caixinha, deu 200.000 dongs, cerca de U$ 10, por ele levar as malas de todos nós até os quartos. Quando entrei no meu quarto, eram 17:15 horas. Tinha quarenta e cinco minutos para estar pronto no hall do hotel, pois tínhamos contratado um tour gastronômico a pé pelo centro da cidade para 18 horas. Nem tirei nada da mala, pois nossa estadia em Hanói nesta etapa seria de apenas uma noite. Mergulhei em um longo e relaxante banho.
Às 18 horas estava a postos para iniciar o tour a pé.
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