Durante meu giro pela Escandinávia nas férias de maio de 2014, dormi duas noites na simpática cidade de Bergen, na Noruega, onde cheguei após um cruzeiro de trem e barco por parte dos fiordes noruegueses. Eu, Dora, Cláudia, Vera e Bruno tivemos muita sorte, pois Bergen é famosa por sua constante chuva. Não choveu em nenhum momento durante nossa curta estadia por lá. Desembarcamos no porto, que fica na parte central da cidade, por volta de 20:40 horas. Estávamos com muita fome, pois o almoço tinha sido um desastre na cidade de Flam. O sol ainda brilhava forte no céu, apesar do adiantado da hora. Mesmo com bolsas e mochilas, saímos a procurar um local para comer. Nas anotações de Cláudia havia alguns restaurantes. Achamos o mais cotado, mas não havia lugar disponível para jantar. Fomos para uma espécie de praça de alimentação em um prédio histórico, mas era um bar de tapas, com pouco movimento. Resolvemos ir para o hotel. Tínhamos reserva no Radisson Blu Royal Hotel (Bryggen, 5). Era perto de onde estávamos. Fomos a pé, passando pelo casario medieval do Bryggen, onde estão instalados bares, restaurantes e lojas. Paramos em frente a um destes edifícios, onde estava localizado outro restaurante da lista de Cláudia. Fui o responsável por subir as escadas para checar se tinha vaga. Fiz uma reserva para 21:30 horas. Tempo suficiente para fazer o check in no hotel, pegar as malas que lá foram deixadas pela Fjords Tours (despachamos nossas malas desde Oslo), entrar no quarto, deixar as bolsas, e voltar para a rua, com luz do dia. No horário marcado, estávamos sendo acomodados em uma mesa para cinco pessoas no Enhjorningen, o restaurante especializado em peixes e frutos do mar mais antigo de Bergen. Ele fica no segundo piso de uma edificação medieval que está torta, como a maioria dos prédios do Bryggen. A sensação é engraçada ao sentar, pois a gente sente nitidamente a inclinação do piso do restaurante. Quando as taças de vinho branco foram preenchidas, notamos o desnível do líquido dentro delas. De entrada, pedi aspargo fresco, onipresente nas mesas escandinavas nesta época do ano. Seguiu-se um filé de turbot, peixe branco local, de carne tenra e saborosa. Cansados, voltamos para o hotel para descansar, pois o dia seguinte seria pesado em termos de caminhadas.
Acordamos cedo em 28 de maio para aproveitar bem o dia. Tomamos o café da manhã juntos no Filini Bar & Restaurant, restaurante do hotel, saindo em seguida para conhecer a cidade. Primeiro passeamos com calma pelo Bryggen, conhecendo e tirando fotos dos prédios medievais. Eles se orgulham de ter o conjunto de prédios medievais mais bem preservados da Europa. São doze prédios com arquitetura parecida, todos de madeira, pintados em cores fortes. Hoje são voltados para o turismo. Na enorme calçada em frente a eles são montadas mesas dos restaurantes, onde turistas e locais aproveitavam o raro sol que fazia na cidade. Uma competição de ciclismo acontecia na cidade e o ponto final era justamente em frente ao Bryggen.
Continuamos nosso passeio, parando em uma feira montada em frente ao Bryggen, do outro lado da rua. Nela eram vendidos produtos locais, especialmente os de origem no mar, como caviar, camarões e carne de baleia. A barraca maior e mais movimentada oferecia pequenos pedaços desta carne para experimentar. E os seus empregados falavam diversas línguas, incluindo o português. Provei um pedacinho. A carne é preta e dura. Gosto forte. Não vai figurar entre as minhas preferidas. Um pouco mais à frente fica o Mercado de Peixes, para onde Vera, Bruno e Cláudia foram comprar caviar. Eu e Dora ficamos sentados em uma grande mesa de madeira que ficava atrás da feira, com vista para o porto. Assim, enquanto esperávamos os outros, curtimos o movimento da feira, que foi crescendo na medida em que o relógio chegava perto de meio dia. Muita gente aproveita o sol para sair e comer na feira. Com o grupo refeito, caminhamos em direção ao funicular que nos levou para o Monte Floyen, de onde se tem um belíssima vista de toda a cidade. Havia uma fila para comprar o bilhete (compramos ida e volta) e outra para entrar no funicular. O local estava lotado de gente, mesmo sendo uma quarta-feira. De lá, avista-se o porto, os canais que cortam a cidade, a imponente catedral e muitos prédios antigos que dominam a paisagem. Além da vista, há um parque com trilhas para caminhadas no local. Um enorme boneco do troll, um simpático ser mítico da Noruega, com pés e nariz enormes, é parada obrigatória para fotos. Fizemos uma pequena caminhada, apreciando a vista. Passamos por uma área onde o cheiro que dominava o ar era insuportável. Algo ardido no nariz, como se alguma coisa estivesse podre. Uma placa pendurada em uma árvore solucionava o mistério. O cheiro vinha daquela árvore, chamada de bruxa por lá. A frase, em inglês, indicava que alguém tinha desagradado a bruxa, motivo do cheiro ruim no ar. Seguimos andando. Era hora de descer.
Assim que chegamos na parte baixa da cidade, entramos em uma farmácia, e , depois, fizemos uma caminhada pelas ruas do entorno, sem direção definida. Parei para tirar fotos de uma exposição de esculturas em madeira que tomava conta de algumas ruas e praças da cidade. O contraste do moderno expressado nas esculturas com as construções antigas era muito interessante.
Resolvi voltar para o hotel, enquanto Bruno seguia para almoçar. Cláudia, Vera e Dora foram passear em outras bandas. No caminho, como era dia internacional do hambúrguer, resolvi comer um sanduíche para matar a fome. Fomos nos encontrar novamente às 18 horas, pois tínhamos reserva no concorrido restaurante Cornelius confirmada para 19 horas. O restaurante fica na localidade de Breidvik e chega-se lá por barco. No preço do menu degustação está incluído o transporte desde Bergen. O barco sai de um cais em frente ao nosso hotel. O percurso demora cerca de quarenta minutos. O visual é bonito.O tempo estava lindo, com o sol brilhando e refletindo nas águas por onde o barco ia. O Cornelius Restaurant fica em um deck de madeira, como se fosse um pequeno cais, com paredes de vidro que nos permite apreciar a beleza do por do sol. Eles só trabalham com menu degustação com cinco pratos. Perguntam antes se há alguma restrição alimentar. Nossa permanência no restaurante foi longa, mais de três horas. Comemos bem, bebemos os vinhos sugeridos para a harmonização com os pratos, nos divertimos muito. O tal Cornelius, que dá nome ao restaurante, percorreu todas as mesas, desfilando simpatia. Ele parece o personagem Crocodilo Dundee do famoso filme australiano. Voltamos para Bergen no mesmo barco. A diferença é que o retorno é muito mais animado, com as pessoas falando alto, rindo e andando pelo barco. Efeitos do álcool...
Chegamos ao hotel depois das 23 horas. Todos fomos dormir, pois no dia seguinte tínhamos um voo cedo para Copenhague, dando seguimento ao nosso tour pela Escandinávia.
Acordamos cedo, tomamos café, fizemos o check out e pegamos o ônibus do hotel, cujo bilhete é pago diretamente ao motorista. O trajeto dura cerca de quarenta e cinco minutos. Chegamos ao aeroporto pouco antes das 9:00 horas de 29 de maio. Fizemos o check in nos totens de autoatendimento. Nosso voo era da SAS, O SK 2865, que saiu de Bergen às 09:55 horas, durando uma hora e vinte minutos até a capital da Dinamarca, última cidade destas minhas férias.
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