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sexta-feira, 16 de maio de 2014

DAVID BOWIE

Quando a exposição sobre David Bowie entrou em cartaz, em janeiro, no Museu da Imagem e do Som - MIS em São Paulo, tentei ir algumas vezes, mas sem sucesso. Uma hora estava acompanhado de pessoas que não apreciam o trabalho do cantor/ator, enquanto outra não tive tempo suficiente para me dedicar à exposição, e em outra, fiquei desanimado com a fila de espera. Pois bem, na Sexta-Feira da Paixão, três dias antes da exposição chegar ao final, levantei cedo, tomei o café da manhã, aprontei, e peguei um táxi em direção ao MIS, com a decisão de esperar o tempo que fosse preciso para ver a mostra. O museu abria as portas às 10 horas. Cheguei por volta de 11:30 horas. A fila era enorme. Uma placa alertava que o tempo médio de espera para entrar era de duas horas. O tempo estava lindo, com um sol quente esquentando as nossas cabeças. Apesar da espera, a conversa com as pessoas que estavam na fila ajudou a passar o tempo. Era interessante ver o público com camisas, tatuagens e adereços que lembravam ou homenageavam este camaleão do mundo pop. Lembro-me que comecei a gostar de Bowie ao ver o filme Christiane F. Há uma cena no filme de um show dele em Berlim. Ali tive vontade de conhecer suas músicas. Depois, apreciei também suas performances como ator, como no ótimo filme Fome de Viver. Voltando à fila, um fato curioso que presenciei foi o diálogo entre um jovem casal. Ela, ao chegar e ver o tamanho da fila, virou para o marido dizendo que deveriam voltar em casa e pegar o Pedro. Fiquei a pensar quem seria o tal Pedro. Uns quarenta minutos depois, o casal retorna com o tal Pedro, um garoto com um ou dois anos de idade. Usaram o filho pequeno, que deveria saber tudo sobre David Bowie, para não enfrentar fila, entrando direito, como preferencial. No mínimo, um desrespeito para com aqueles que estavam na fila. Outros casais chegaram até com bebê de colo. Casos como estes demonstram que a sociedade brasileira ainda tem muito o que evoluir. Com duas horas exatas de fila, cheguei na bilheteria, comprei meu ingresso por R$ 20,00, guardei minha mochila na chapelaria e fui ver a exposição. Qual não foi minha surpresa ao ver que uma nova fila me aguardava na escada de acesso ao segundo piso, onde começava o circuito da mostra. Esta fila, em relação à primeira, foi muito rápida. Esperei mais vinte minutos para poder pegar o fone de ouvido, essencial para percorrer todos os espaços expositivos. Com o aparelho devidamente sintonizado, ao aproximar de determinado objeto, cartaz ou vídeo, uma música de Bowie, que tinha relação com que eu estava vendo, começava a tocar. A mostra segue, em ordem cronológica, a vida do astro. Começa com o primeiro sucesso, Space Oddity, passa por vários outros sucessos musicais, além de mostrar figurinos usados em shows e em filmes dos quais teve participação, como o emblemático Furyo, Em Nome da Honra, ou o já citado Fome de Viver, este com a estonteante Catherine Deneuve. Fotos eram permitidas, mas sem o uso de flash. Labirintos conduziam cada visitante aos vários mundos de Bowie. Vídeos mostravam clipes e entrevistas com o cantor ou com alguém falando sobre ele. A cenografia também é digna de destaque, valorizando as peças, especialmente os figurinos de shows, a maioria desenhado por estilistas famosos, como Yohji Yamamoto e Giorgio Armani.Vi tudo com calma, ouvindo as músicas, prestando atenção nos vídeos, lendo todos as informações ao lado de cada objeto. Mesmo com toda a atenção, gastei menos tempo dentro da mostra do que esperando na fila. Mas valeu a pena. Ao final passei na lojinha do museu e comprei o catálogo da exposição. Que venham novas mostras como esta!

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