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sexta-feira, 16 de maio de 2014

RITA LEE MORA AO LADO


Aproveitei reunião de trabalho em São Paulo e estiquei o final de semana prolongado da Semana Santa. E foi uma temporada de descobertas gastronômicas e de experiências musicais bem interessantes. A primeira delas foi com o musical Rita Lee Mora ao Lado, em cartaz no Teatro das Artes, localizado no Shopping Eldorado. Combinei com quatro amigos de Belo Horizonte que também estariam em São Paulo na mesma época para vermos juntos. Comprei o ingresso pelo aplicativo da Ingresso.com que tenho instalado no meu celular. Acho super prático e rápido. Escolhi um local bem centralizado, na fila L, com ótima visão do palco. Embora sempre que posso vou a São Paulo, era a primeira vez que ia ao Shopping Eldorado. Aproveitei para chegar mais cedo e dar uma volta. Era Sexta-Feira da Paixão, feriado, lojas fechadas, mas o movimento no shopping era grande, especialmente no piso onde fica a praça de alimentação, os cinemas e o teatro. Nos corredores do centro de compras, havia uma exposição com ovos de páscoa gigantes pintados por artistas plásticos, no estilo da Cow Parade. Tirei fotos daqueles que mais me chamaram a atenção. Quando fotografava um deles, meus amigos me viram, me chamando. Fomos para a entrada do teatro, onde tiramos várias fotos tendo o cartaz do musical como pano de fundo. Postagens necessárias no Instagram, Snapchat e Facebook. Logo que a porta do teatro se abriu, nos acomodamos para conferir o musical sobre Rita Lee, baseado no livro de Henrique Bartsch. No papel da eterna rainha do rock brasileiro, a atriz Mel Lisboa. Fiquei curioso em saber se ela saberia cantar. O espetáculo começou com apenas dez minutos de atraso. Avisaram que não haveria intervalo, fato raro quando se trata de musicais. A primeira cena mostra Mel/Rita cantando em um palco, como se fosse um show em um teatro. Foram duas músicas, mas o bastante para ver a limitação na voz da atriz. Ressalto que ela é bem afinada, mostrando que fez uma bela preparação, mas sua voz é fraquinha. Meu amigo me lembrou que Rita Lee também não tem grandes alcances vocais. Entra em cena Carol Portes, no papel de Bárbara Farniente, a vizinha de Rita Lee, referência que aparece no título do musical, que nunca encontrou a cantora, mas que viveu uma vida inteira na sombra dela. A história de Rita Lee vai sendo contada por Bárbara, desde a infância/adolescência, passando pelo primeiro contato com a música, seguindo por todos os grupos dos quais a cantora foi integrante, até chegar ao sucesso alcançado por ela, já em dupla com seu eterno companheiro Roberto de Carvalho, vivido por Rafael Maia. Em pouco mais de duas horas e meia, vemos vários fatos conhecidos, como o sucesso com Os Mutantes, a participação nos grandes festivais da música, ao lado daqueles que seriam grandes nomes da música brasileira, como Gilberto Gil e Caetano Veloso. Algumas cenas são muito engraçadas, muito em decorrência da performance dos atores. César Figueiredo está ótimo como Ronnie Von, nos idos em que ele era o príncipe da música brasileira. Débora Reis é a própria encarnação de Hebe Camargo. Fábio Ventura solta o vozeirão para dar vida a Tim Maia. Nellson Oliveira faz de forma perfeita João Gilberto, com todas as suas chatices. O melhor, no entanto, é Fabiano Augusto, que dá um show interpretando Ney Matogrosso, o grande responsável por aproximar Rita Lee de Roberto de Carvalho, fato que fiquei sabendo no musical. As caracterizações de Caetano Veloso (Antônio Vanfill), Gal Costa (Yael Pecarovich) e Elis Regina (Flávia Strongolli) são muito caricatas, o que não apreciei. As canções apresentadas ao longo do musical são eternos sucessos de Rita Lee, o que foi ótimo para recordar fases de minha vida. Mel Lisboa cresce muito na medida em que a peça evolui. Sua fraca voz é compensada pela ótima performance de atriz. Além disto, os diretores Débora Dubois e Márcio Macena conseguiram amenizar o pouco alcance da voz da atriz, colocando um poderoso acompanhamento vocal na maioria das canções. Destaco ainda a ótima Nanni Souza, que interpreta Diva Farniente, mãe de Bárbara, e eterna apaixonada pelo pai de Rita Lee. O musical é leve, com muitas cenas que arrancam boas risadas da plateia, mas há também momentos de emoção, como a cena em que Rita Lee fica arrasada com a notícia da morte de vários entes próximos. Os nomes destas pessoas são falados, pontuando a cena, o que potencializa mais a carga emotiva no palco. Ao final, aplaudidíssimos, os atores/cantores colocam o público para dançar cantando Saúde. Gostei muito.

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