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domingo, 11 de maio de 2014

TODOS OS MUSICAIS DE CHICO BUARQUE EM 90 MINUTOS


Em cartaz no Teatro Clara Nunes, no Shopping da Gávea, Rio de Janeiro, o musical Todos Os Musicais de Chico Buarque em 90 Minutos. Estava no Rio em final de semana anterior ao Carnaval, quando aproveitei a oportunidade para ir conferir mais um musical da atual profícua safra brasileira. Fui com Karina na sessão de domingo à noite. Teatro completamente lotado, especialmente por um público acima dos 60 anos, ou seja, uma geração que acompanha desde sempre a carreira de Chico Buarque. Não se trata de uma biografia, muito em voga nos palcos brasileiros, mas sim uma compilação das canções que Buarque escreveu para o teatro e para o cinema, devidamente utilizadas para contar a história de uma trupe teatral em viagem pelo interior do país com a montagem da peça A Dama das Camélias. A dupla Charles Moeller e Cláudio Botelho assinam este musical, o que já garante uma certa tranquilidade, pois eles são primorosos no que fazem. Os arranjos e acordes para canções eternas de Chico estão muito bons e o elenco é afinadíssimo. Soraya Ravenle dá um show de interpretação, tanto como atriz, quanto como cantora. Cláudio Botelho também está em cena, como o dono da companhia de teatro, conduzindo o espetáculo como um narrador. É o que menos canta, mas isto não prejudica o restante do grupo. As mulheres tem maior presença em cena, algo normal, em se tratando do cancioneiro de Chico, ainda mais quando se referem às suas músicas feitas para espetáculos teatrais, como O Grande Circo Místico, Roda Viva, Ópera do Malandro, Calabar, Gota D'Água e Os Saltimbancos. Gostei de vários momentos, especialmente das interpretações de Geni e O Zepelim, quando os atores utilizam placas com a letra do refrão grudento, o que deu mais ênfase a ele; e de Mar e Lua, uma ode ao amor de duas lésbicas. O senão ficou por conta de uma mulher da plateia que insistia em cantar todas as músicas junto com os atores/cantores. Ela estava na minha fila e incomodava muito a todos que estavam à sua volta, pois atrapalhava a quem queria prestar atenção no musical. Ela cantava em voz alta, sem dar muita bola para os pedidos de silêncio. Para piorar, cantava no mesmo ritmo das gravações originais, às vezes ficando mais à frente do que acontecia no palco. Totalmente sem noção. Voltando ao musical, gostei muito e recomendo, mesmo para aqueles que não são fãs de Chico Buarque. Fica em cartaz no Rio de Janeiro até junho, estreando em São Paulo no mês de agosto.

artes cênicas

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