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domingo, 11 de maio de 2014

NO QUARTO AO LADO - O ESPETÁCULO DO VIBRADOR

Nada como ficar hospedado em um hotel em São Paulo e ter a opção de assistir a uma peça de teatro no próprio hotel. Estava eu no Novotel Jaraguá, sem vontade de sair, depois de um dia de trabalho intenso, mas também não querendo ficar dentro do quarto. Era uma sexta-feira. Fui conferir a programação do Teatro Jaraguá, localizado no hotel, e vi que estava em cartaz a peça No Quarto ao Lado - O Espetáculo do Vibrador. Desci até a bilheteria na esperança de ainda ter ingresso para a sessão daquela noite. Eram 20:30 horas, ou seja, uma hora antes do horário previsto para o espetáculo ter início. Tinha muito ingresso. Comprei minha entrada, escolhendo uma cadeira central, com visão perfeita de todo o palco. Fiz algumas consultas pelo celular e li que a peça era baseada em fatos reais. O nome chama a atenção. O público era pequeno naquela noite. O texto é da americana Sara Ruhl. A versão brasileira é dirigida por Yara de Novaes e conta com sete atores no elenco. A história se passa no Século XIX, quando as mulheres que sofriam de insônia ou tinham uma irritabilidade constante eram diagnosticadas como histéricas. Uma ala mais progressista da medicina procurou a cura através de aparelhos modernos, sendo que um médico acabou por inventar um aparelho que seria o precursor do vibrador. O tratamento com ondas elétricas chamou a atenção de muitas mulheres, que se tornaram pacientes e cobaias deste médico, que tinha o consultório em sua própria residência e não permitia que sua mulher entrasse nele. O médico gostava de separar assuntos de família dos negócios. Claro que a mulher ficou curiosa e acabou por experimentar, com a ajuda da enfermeira e auxiliar do seu marido, o tratamento com as tais ondas elétricas na zona erógena. Esta história contada no tablado não me agradou. A escolha da diretora por extrair dos atores uma interpretação que fica no limiar do histrionismo não me pareceu uma grande solução. Os atores interpretam seus personagens de maneira excessiva, quase um pastiche. Tinha momentos que achava que estava vendo um filme mudo com som. Há cenas que arrancam gargalhadas da plateia, mas o texto não funciona bem como comédia. Não gostei do que vi, ressaltando que o tema é interessante, pois toca na questão do orgasmo feminino e da liberação das mulheres. Na saída, ouvi uma mulher, que também fazia duras críticas à maneira como a história foi contada, dizer que havia um filme sobre o mesmo tema. Procurei no Google. Chama-se Histeria (Hysteria), lançado em 2011. Está na minha lista de futuros filmes a ver. Quem sabe o texto ficou melhor na tela grande! A peça já não está mais em cartaz em São Paulo.

artes cênicas

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