Não Olhe Para Cima (Don't Look Up), 2021, 138 minutos.
Direção de Adam McKay, contando com um super elenco: Leonardo Di Caprio, Jennifer Lawrence, Merryl Streep, Cate Blanchet, Rob Morgan, Jonah Hill, Timothée Chalamet, Mark Rylance, Tyler Perry, Ron Perlman, Ariana Grande, Himesh Patel, entre outros.
Desde o dia da sua estreia em streaming, em 24/12/2021, é o filme mais comentado pelos perfis das redes sociais que acompanho. Há muitos falando bem e outros tanto falando mal.
Desculpe-me aqueles que falam mal, mas parece que vocês não entenderam a sátira ou se sentiram atingidos (jornalistas, entre eles).
O filme é uma tragicomédia, que satiriza bastante o mundo superficial das redes sociais, onde aparecer conta mais do que a preocupação de uma iminente colisão de um cometa com a Terra. Também arrasa com os negacionistas, com as empresas de ponta de tecnologia (representando o sempre predador sistema capitalista), que sempre miram em seus lucros bilionários, com os políticos que fazem de tudo para se perpetuar no poder, ou, no mínimo, se dar bem enquanto o poder está em suas mãos. Isso sem falar na crítica à imprensa, sempre aliada do capitalismo, e uma alavancadora/perpetuadora da ignorância da população. Outro ponto a destacar na ironia proposta pelo roteiro é a praga que se instalou no mundo de que tudo tem que ser visto pelo lado positivo, pela animação e alegria constantes (trabalho de coaching, que abomino...).
Mas a forma irônica que ele utiliza em sua narrativa, nem sempre será assimilada por todos, especialmente pelos negacionistas, pois alguns deles estão utilizando o filme para confirmar suas teses absurdas de direito à liberdade de não se vacinar, por exemplo.
Como o filme é recheado de estrelas de Hollywood, com muitos multiplamente premiados nas categorias de melhor ator/atriz, era se esperar excelentes performances. No entanto, tais performances de excelência não preenchem toda a narrativa, se limitando a alguns momentos da projeção.
Não é um grande filme, não traz novidades em quesitos de cinema em si (muito padronizado), mas é bem filmado, tem bons diálogos, faz rir e sentir raiva ao mesmo tempo, não traz final previsível, tem duas ótimas cenas pós créditos, com muita ironia e bom humor. É um retrato do nosso mundo contemporâneo, especialmente do Brasil.
Ao finalizar o filme, acabei por me lembrar da música Panis et Circense, dos Mutantes:
Enfim, vale muito assistir.
Disponível na Netflix.
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