Resolvi convidar meus pais para jantar em comemoração aos 50 anos de casados dos dois. Decidi pelo restaurante francês Taste Vin, em Belo Horizonte, MG, cidade onde eles residem. As bodas de ouro foram completadas no dia 08 de dezembro de 2012, sábado. Com oito dias de antecedência, ainda em Brasília, liguei para fazer a reserva de uma mesa para quatro pessoas. Fui muito bem atendido por uma mulher que me informou que a pessoa que cuidava das reservas estava ocupada, mas me ligaria em seguida. Ela anotou meu celular. Não demorou nem meia hora e eu recebi o retorno da responsável pela reserva de mesas do restaurante. Educada, gentil, logo confirmou uma mesa para quatro para o jantar do sábado, 08 de dezembro. Durante a semana que antecedeu o dia da comemoração, meu irmão decidiu se juntar a nós, mas como ele viajou a serviço, só conseguiu ligar para o Taste Vin no dia do jantar. Não houve nenhum problema. Apenas avisaram que teriam que trocar o local da mesa, pois uma mesa para seis não caberia no salão inicialmente reservado. A garantia da reserva era até às 20:30 horas, motivo pelo qual eu e meus pais chegamos ao local por volta de 20:15 horas. Fomos de táxi. O movimento na rua onde está situado o restaurante é grande, local cheio de restaurantes e bares. Como era sábado, noite quente e sem chuva, a rua estava repleta de gente. Os manobristas em frente ao Taste Vin trabalhavam muito, pois aquela era a hora dos que tinham reserva chegar. Fomos muito bem recebidos por uma mulher que, ao verificar meu nome na lista de reservas, perguntou seu éramos todos de Brasília. Expliquei que era de BH, mas que somente eu morava na capital federal. Ela nos levou até o estreito salão, situado ao fundo, à direita de quem entra. No salão, apenas três fileiras de mesa. A nossa era a do meio, preparada para receber seis pessoas. As mesas das duas extremidades estavam arrumadas para quatro, mas durante nossa estada, ambas tinham apenas um casal em cada uma. Assim que eu e meus pais nos acomodamos, um garçom chegou com duas garrafas de água, uma com e outra sem gás. Meu pai quis a versão sem gás, enquanto eu preferi a gasosa. Minha mãe pediu uma água tônica e eu solicitei a carta de vinhos. O garçom se retirou do salão em seguida. Logo, um outro garçom perguntou se aceitaríamos o couvert da casa, com o que concordamos. Um cesto de pães e torradas, uma mousse de pepino, um pratinho com queijo de cabra fresco, um pratinho com patê de campanha e um pratinho com tomate semi-desidratado compunham o tal couvert. Começamos a comer devagar, esperando meu irmão e esposa chegarem. Passados vinte minutos, nenhum garçom se fez presente no salão. A água tônica de minha mãe e a carta de vinhos também não se fizeram presentes. Assim que vi o sommelier da casa, o chamei, reclamando sobre a demora em trazerem a água tônica e a carta de vinhos. Ele prontamente me entregou a carta para que eu escolhesse o que queria beber, sendo muito gentil em oferecer sugestão, caso precisasse. Também fez sinal para um outro garçom trazer a água tônica. Meu irmão chegou, se sentou e ninguém veio perguntar o que ele queria. Tivemos que fazer sinal, por mais de uma vez, para que um garçom aparecesse para tirar o pedido de bebidas dele e de minha cunhada. Para servir o espumante que pedi, era preciso ficar levantando as mãos para ver se alguém percebia que queríamos algo. Observei que a mesa atrás de mim tinha a mesma dificuldade. O mesmo couvert que fora colocado quando cheguei, foi o que meu irmão e esposa experimentaram, não havendo reposição ou mesmo uma pergunta se queríamos nova rodada de algum item. Quando decidimos pedir nossos pratos, mais uma vez foi necessário fazer sinais com a mão levantada. Uma gentil jovem anotou nossos pedidos. Como houve três pedidos de suflês, sabíamos que poderia haver uma demora na chegada dos pratos, mas como ficamos conversando, nem vimos o tempo passar. Os pedidos chegaram corretos, com todos apreciando, e muito, cada prato solicitado. Depois da sobremesa e do café espresso, pedimos a conta. Demorou um pouco a chegar. Neste meio tempo, meu irmão perguntou onde pagava o serviço de manobrista, recebendo a resposta que era cortesia da casa. A conta chegou e fui checar. Havia a cobrança de dois couvert, embora apenas um foi servido durante toda nossa estada no Taste Vin. Chamei o garçom, pedindo para corrigir a conta. Ele disse que não havia erro, pois quando serviam mousse, cobravam dois couvert. Argumentei que não era isto que estava escrito no cardápio. Ele trouxe o menu, quando mostrei a ele que eu estava correto. O item que explicava o couvert trazia o seu nome, tradition, sua composição, com a mousse, já descrita acima, e seu preço, R$ 16,00. Ele ficou sem graça, mas disse que a cobrança de dois couvert era porque houve reposição. Disse mais uma vez que ele estava errado, pois em nenhum momento nada foi reposto em nossa mesa. Ele pegou a conta e disse que tiraria um couvert porque eu estava reclamando. Eu, já nervoso, respondi dizendo que ele tiraria um couvert porque ele não fora servido. Neste momento, a moça que nos recebeu trazia alguém para uma mesa próxima. Não tive dúvidas e a chamei para relatar o que estava acontecendo. O garçom ficou atrás de mim, fazendo gestos para ela (minha mãe e meu pai viram tudo), alegando que houve a reposição da mousse de pepino. Eu repeti mais uma vez que nada fora reposto e que apenas um couvert fora servido, do mesmo tamanho e quantidade para todas as mesas que estava próximas, não importando a quantidade de pessoas que estava sentada. Eles ainda tentaram argumentar que a cobrança do couvert era individual. Um erro enorme, pois se assim o fosse, teria que estar escrito no cardápio que o valor era por pessoa e teriam cobrado R$ 80,00 e não R$ 32,00 como estava na conta. Ela se deu por vencida, dizendo que verificaria depois o que ocorreu. A conta chegou sem o couvert nunca servido. Não estava com os indefectíveis 10%. Fiz a conta para saber a parte que me cabia e a que seria de meu irmão. Dei meu cartão de crédito primeiro, dizendo o valor a ser cobrado.O garçom registrou o valor certo. Em seguida, foi a vez do cartão de meu irmão. Quando falei o valor, o garçom foi fazer as contas antes de passar o cartão na máquina. Ele chegou perto do meu irmão, perguntando se os 10% seriam pagos em dinheiro. Quase subi pelas paredes. Respirei fundo, virei para o garçom, perguntando a ele se achava que pagaríamos os 10% do serviço depois de todo aquele episódio da conta (isto sem contar toda a lentidão no atendimento durante nossa permanência no restaurante). Ele não perguntou mais nada, mas foi educado ao nos desejar boa noite quando deixamos a mesa. Na saída, ainda voltei a falar com a recepcionista, que me pediu desculpas pelo ocorrido. Disse a ela que um garçom jamais deve ficar discutindo com um cliente. O correto seria ele relatar a minha reclamação ao gerente que iria até a minha mesa dar explicações ou saber o que estava ocorrendo. Outro ponto que verbalizei foi o fato do garçom ter tocado no tema dos 10%, mesmo depois de todo o erro na conta. Ele deveria ficar quieto, respeitando a decisão do cliente em não pagar a gorjeta. Fui embora com a certeza que ainda falta muito chão para percorrer no quesito serviço em restaurantes de várias capitais do país. São Paulo está a anos luz de vantagem. Pela comida, volto ao Taste Vin, mas pelo serviço, penso duas vezes antes de voltar.
Um pouco de tudo do que curto: cinema, tv, teatro, artes plásticas, enogastronomia, música, literatura, turismo.
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segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
domingo, 9 de dezembro de 2012
TASTE VIN - GASTRONOMIA EM BELO HORIZONTE (MG)
Contatos: 31 3292 5423.
Diferencial: a carta de vinhos. No restaurante também funciona uma loja de
vinhos, com destaque para os rótulos franceses.
Especialidade: culinária francesa, sob o
comando do chef Rodrigo Fonseca. É famoso pelos suflês, tanto salgados quanto
doces.
Quando fui: jantar do dia 08 de dezembro
de 2012, sábado. Éramos cinco pessoas, com reserva solicitada com oito dias de
antecedência. Como garantem as reservas somente até às 20:30 horas, eu e meus
pais chegamos um pouco antes deste horário, enquanto meu irmão e minha cunhada
demoraram um pouco mais para chegar. Fomos acomodados no estreito salão da
lateral direita de quem entra, onde cabem apenas três fileiras de mesas.
Permanecemos no local por mais de duas horas. Afinal, estávamos comemorando os
50 anos de casados de meus pais.
Serviço: não tem o mesmo padrão. Enquanto o
atendimento por telefone e a reserva são excelentes (houve necessidade de
aumentar o número de pessoas na mesa na última hora e nos atenderam
perfeitamente), mesmo padrão da recepção quando da chegada ao restaurante e do sommelier, não
posso dizer o mesmo do serviço de garçons. O atendimento na minha mesa foi
lento e relaxado, não condizendo com os prêmios que o restaurante tem acumulado
ao longo dos anos. Fiz um post especial sobre o atendimento à nossa mesa na
noite de sábado, 08 de dezembro de 2012 (para ler clique aqui).
O que bebi: uma
garrafa de espumante brasileiro Dom Laurido Brut (R$ 86,00), leve e
refrescante, como pedia a noite quente de Belo Horizonte. Acompanhou o
espumante a excelente água naturalmente gaseificada Cambuquira.
O que comi: aceitamos o couvert da casa,
chamado de tradition. Colocaram na mesa um cesto com pães diversos e torradas,
acompanhados de mousse de pepino, queijo de cabra fresco, patê de campanha e
tomates semi-desidratados (R$ 16,00). Pães frescos, saborosos, daqueles para se
comer pensando em mais um. A mousse de pepino estava refrescante, levemente
ácida por causa do limão que integra sua receita. Para a escolha do prato
principal, fui direto na seção de suflês do cardápio. Não queria outra coisa
que não fosse a especialidade da casa. Minha preferência foi pelo suflê que
leva o nome do restaurante: soufflé taste-vin (R$ 75,00). Bem servido e com
bela aparência, o suflê chegou à mesa com adorável perfume e bem quente. Em sua
composição, camarão, queijo gruyère e champignon. A consistência do suflê é um caso à
parte. Muito leve, mas rico em sabor e aroma. Aprovadíssimo. Em seguida, já que
estava em um restaurante francês, pedi um créme brulée como sobremesa (R$
19,00). Também é bem servido e já vem com a casca fina de açúcar queimado da
cozinha, sem aquele incômodo de usar o maçarico perto do cliente. O creme de
baunilha estava amarelinho, suave e doce na medida certa. O diferencial do
prato é que usam açúcar mascavo para fazer a camada quebradiça que cobre o
creme. Uma delícia. Como diriam os franceses, superbe!
soufflé taste-vin
créme brulée
Valor total da conta: R$ 460,00.
Minha avaliação: * * * 1/2. O atendimento dos garçons foi um
fator que prejudicou minha avaliação. Se fosse considerar apenas a comida,
daria mais um asterisco.
Gastronomia Belo Horizonte (MG)
sábado, 8 de dezembro de 2012
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
CAFÉ COM VINIL - GASTRONOMIA EM BRASÍLIA (DF)
Contatos: 61 3037 1110 – cafecomvinil@gmail.com.
Diferencial: o salão interno é pequeno, mas bem aconchegante, com mesinhas que
convidam casais enamorados a passarem bons momentos. Nas estantes, milhares de
bolachões, vinil mesmo, como o nome do local indica. Todo cliente pode
pesquisar os discos e pedir aos garçons para ouvir uma música específica ou o
vinil por completo. Há duas pick-ups para tocar os discos. Há jazz, chorinho,
samba, rock, bossa nova, MPB, enfim, um belo acervo.
Especialidade: é um misto de bar e
restaurante, com comida de boteco e culinária portuguesa. Cardápio assinado
pelo chef português Jorge Santos.
Quando fui: jantar do dia 05 de dezembro
de 2012, quarta-feira. Éramos cinco pessoas, sem reserva. Chegamos após 21:30
horas, sendo os últimos a sair, já depois de uma hora da madrugada. O
restaurante estava vazio, apenas com duas mesas ocupadas. Preferimos ficar na
varanda lateral, em local arejado, com ótima brisa e o frescor do Parque Olhos
D’Água, que fica muito perto do Café com Vinil.
Serviço: esforçado. Os garçons foram
simpáticos, atenciosos (tivemos que arredar a mesa por causa da chuva que
começou a cair e nos molhar) e a comida não demorou para chegar à mesa.
O que bebi: uma garrafa
de água mineral com gás Prata, compartilhando uma garrafa do vinho tinto
português Paulo Laureano Premium 2010, produzido na região do Alentejo. Bom
vinho, especialmente quando pesamos a relação custo/benefício.
O que comi: começamos com uma
entradinha: caracol de linguiça recheada com queijo defumado. Muito boa, bem
servida, bem temperada e com ótima aparência. Veio quentinha e sem muita
gordura. Como prato principal, resolvi escolher um dos clássicos da culinária
portuguesa, o arroz de polvo, mas não fui feliz. O prato é bem servido e tinha
excelente perfume, mas o sabor estava deixando um amargor no final da boca. Parecia
que o polvo tinha queimado, mas sua textura era ótima. Não sei se era o molho
que deixou o prato com este sabor. Além de mim, uma amiga também pediu o mesmo
prato e suas impressões foram idênticas às minhas. Uma pena. Dei uma chance ao
restaurante, pedindo uma sobremesa. Fiquei novamente nos clássicos, um pastel
de natas (também conhecido como pastel de Belém). Vem servido em um prato
com bastante canela polvilhada em cima dele. Estava saboroso, com a massa
desfolhando e o recheio cremoso e doce, como deve ser. Aprovado.
Valor total da conta: R$ 600,00.
Minha avaliação: * * 1/2. O sabor amargo do arroz de polvo
pesou na minha avaliação.
Gastronomia Brasília (DF)
quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
007 CONTRA GOLDFINGER
Mais um 007 para ver, ou melhor, rever. Desta vez, coloquei o DVD do terceiro filme da série. Para muitos críticos, ele é um dos melhores, senão o melhor de todos. Lembrava pouco, pois a última vez que vi foi quando adolescente, na segunda metade da década de setenta. O filme é 007 Contra Goldfinger (Goldfinger), produção do Reino Unido de 1964, primeiro filme dirigido por Guy Hamilton. Estrelado mais uma vez por Sean Connery, cada vez mais a vontade na pele do agente secreto com permissão para matar, James Bond. Alguns ícones da série aparecem pela primeira vez em Goldfinger, como o carro Aston Martin com banco injetável a partir de um botão na alavanca da caixa de marcha. Desmond Llewelyn (Q), Bernard Lee (M) e Lois Maxwell (Moneypenny) voltam a viver os mesmos personagens dos dois filmes anteriores. Desta feita, as bond girls são interpretadas por Shirley Eaton (Jill Masterson), Tania Mallet (Tilly Masterson), Mai Ling (Mei-Lei) e Honor Blackman (a comparsa do vilão que cai na lábia de Bond, a louraça Pussy Galore). O vilão Goldfinger é magistralmente interpretado por Gert Frobe. E ainda há o capanga de Goldfinger, o sempre calado Oddjob (Harold Sakata), que usa como arma a aba de seu chapéu. As filmagens em território americano fizeram parte da estratégia dos produtores de atingir o público dos Estados Unidos. Desta vez, as locações são na Suíça, Estados Unidos e Londres. A história é simples. James Bond tem que se aproximar de Goldfinger para descobrir seu real plano. O vilão negociava ouro ao redor do mundo, mantendo um belo estoque e fez um plano para atacar a reserva americana de ouro guardada no Forte Knox. Ele não queria roubar o ouro americano, mas submetê-lo a uma forte dose de radiação nuclear, inutilizando-o e, com seu estoque particular, passaria a ditar as regras no mercado mundial. O filme é ágil, tem as ironias de sempre de Bond, roupas impecáveis, luxo, com aparição, mais uma vez, de uma garrafa da champanhe Dom Pérignon, mas seus efeitos especiais, comparados com a tecnologia atualmente utilizada pelos grandes estúdios do cinema, são de dar boas risadas. No entanto, é um excelente filme, o que me faz concordar com os críticos, pois é um dos melhores da série.
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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
MDNA TOUR - MADONNA
Lá fui eu para a estreia da mais nova turnê de Madonna no Brasil. Éramos treze pessoas conhecidas com ingressos para conferir o show MDNA no dia 02 de dezembro, domingo, no Parque dos Atletas, localizado no Recreio dos Bandeirantes, Rio de Janeiro. Contratamos uma van para nos levar e buscar, pagando R$ 500,00 no total. A van chegou pontualmente, às 18 horas, no ponto marcado, em frente ao prédio onde eu estava hospedado em Ipanema. Marcamos este horário porque no ingresso estava impresso que o show tinha início previsto para 20 horas, embora tínhamos lido ao longo do dia informações contraditórias na imprensa e em portais na internet que indicavam outros horários. Resolvemos não arriscar e chegar no horário indicado, sem correr risco de perdermos o show. O tempo estava nublado, indicando que choveria a qualquer instante. O trânsito, mesmo sendo domingo, estava bem pesado. Parecia que todo mundo se dirigia para o mesmo local. Demoramos mais de uma hora e meia para chegar. No caminho, começou a chover, uma chuva fraca. Assim que chegamos na região do Parque dos Atletas, ainda dentro da van, vimos a bilheteria, local onde deveríamos buscar os brindes que pagamos junto com o ingresso para a pista premium. Ela ficava afastada dos portões de entrada e havia uma pequena fila em frente aos guichês. Preferimos ignorar os tais brindes, seguindo para um ponto mais perto possível da entrada para o espaço destinado à pista. Assim como no show da Lady Gaga, realizado no mesmo local, paramos em frente à futura Vila dos Atletas, localizada tão logo termina o espaço do Riocentro. Este seria nosso ponto de encontro para a volta, nosso plano A. Para evitar problemas na saída do show, combinamos um plano B com o motorista da van, que escolheu um outro ponto para nos pegar caso não conseguisse se dirigir para onde tínhamos escolhido como nosso primeiro ponto de encontro. Para o B, teríamos que caminhar um bom pedaço até a Estrada dos Bandeirantes, que passa atrás do Riocentro, onde o motorista nos pegaria em frente a uma fábrica de telhas. Escolhidos os locais, era hora de entrarmos. Não chovia. Alguns vendedores ambulantes ofereciam capas de chuva por R$ 10,00 a unidade. Resolvi me arriscar, não comprando nenhuma. Estava de boné e bota impermeáveis. Se chovesse e não encontrasse capa de chuva dentro do espaço do show, não ficaria com os pés molhados. Passamos pelo primeiro controle de ingressos, onde os contratados pela organização do evento pouco olhavam se as pessoas tinham bilhetes nas mãos. Caminhamos até a entrada, onde o ingresso foi conferido, passamos pelas catracas, fomos revistados rapidamente, e paramos para colocarem uma pulseira cor de rosa no pulso. Perguntei o motivo de colocar a tal pulseira e não souberam explicar. Embora tenha pedido para não apertarem, a pulseira ficou muito justa no meu pulso. Não fiquei nem quinze minutos com ela no meu braço, arrancando logo e ninguém me questionou pelo fato de ficar sem pulseira durante todo o show. Já era perto de 20 horas e o local estava bem cheio, com muito mais gente do que no show de Lady Gaga. A fila para o banheiro masculino era quilométrica, mas andava rápido. Preferi enfrentá-la logo na chegada, pois a tendência era piorar. Alguns apressadinhos não enfrentavam a fila, indo para trás do posto médico para urinar nos tapumes que cercavam a área. Logo vieram os seguranças e enquadraram quem usava deste expediente. Meus amigos não me esperaram, indo direto para a pista para escolher um bom local para ver o show. Logo me encontrei com eles. Ficamos posicionados à direita do palco, com boa visão de tudo. A fome começou a dar sinal de vida. Enfrentar fila para comprar qualquer comida era desanimador. Esperei passar um vendedor ambulante com cachorro quente, mas não fui feliz. Uma amiga enfrentou a fila do caixa e comprou um para mim. Simples, sem molho, mas saboroso e deu para enganar a fome. O local enchia e nenhum sinal de vida no palco. Perto de 21 horas, a dupla de DJs Felguk entrou em cena, tocando por uma hora. Tocaram um set list chato, que pouco empolgou a galera. Olhando em volta, observei que quem estava perto de mim estava pouco se importando com o que rolava no palco. Alguns gritavam para os DJs acabarem logo o show, pois queriam ver Madonna. Quando eles anunciaram a última música, muitos aplaudiram, sinal de que realmente não agradaram à maioria dos presentes. Tive a sensação que eles estavam deslumbrados por estarem fazendo a abertura para a grande cantora pop mundial. Ainda esperamos mais uma hora após o final da apresentação dos DJs para ter início ao show de Madonna. Assim que as luzes se apagaram, ouvimos os primeiros acordes do canto gregoriano que abre o show, entoado pelo grupo espanhol Kalakan. Neste momento, houve muitas vaias pelo atraso. Afinal, esperamos três horas em pé, sem nenhum conforto. A cantora entrou no palco de forma espetacular, dentro de uma espécie de oratório suspenso, onde fazia uma espécie de oração. Três grandes painéis de led compõem o principal efeito cênico, onde são projetadas imagens que interagem com as músicas do show. No início, ainda na execução do canto gregoriano, as imagens projetadas simulam o interior de uma igreja. É neste contexto que aparece o oratório suspenso, de onde a cantora é libertada para cantar Girl Gone Wild, incendiando a plateia logo no início. Acordes de Give It 2 Me e Material Girl são enxertados nesta primeira música. Madonna emenda Revolver e Gang Bang em seguida, com cenografia que remete aos filmes de James Bond e principalmente aos dirigidos por Quentin Tarantino, com direito a muito sangue e cérebro estourado nos telões. Seguiram-se Papa Don't Preach em versão reduzida, Hung Up, I Don't A, com direito à participação especial de Nicki Minaj nos telões. Este set mostrou que o show não seria dançante, mas um grande espetáculo visual, com muitas referências ao cinema e às artes visuais, principalmente à videoarte. Já vestida de líder de torcida, com baliza nas mãos, Madonna entrou para interpretar Express Yourself. Nesta canção, ritmistas vestidos de soldados com uniforme de desfile de parada americana entram pendurados no teto por cabos de aço, dando um efeito visual sensacional. Nesta música, Madonna aproveitou para alfinetar Lady Gaga, cantando o refrão de Born This Way, música que ela alega que foi chupada de Express Yourself. Ela termina cantando a frase "she's not me", enquanto no telão uma animação mostra a cantora sendo coroada. Realmente, ela é a rainha do pop. Em seguida vieram Give Me All Your Luvin', Turn Up The Radio e Open Your Heart, quando várias pessoas levantaram balões vermelhos em forma de coração. Nesta canção, voltou em cena o grupo espanhol Kalakan para cantar Sagarra Jo, música do repertório do grupo, acompanhada por Madonna, e emendaram com a cantora Masterpiece. Após esta apresentação, a cantora saiu do palco para troca de figurino, enquanto um clip diferente de parte da canção Justify My Love foi apresentado. Ela retornou para cantar Vogue, com direito a caras e bocas dos seus bailarinos e um desfile dos rostos de atores e atrizes de Hollywood aparecem nos telões. Continuou com Candy Shop, quando citou um pedacinho de Erotica, e Human Nature. Veio a parte do show onde ela mais interagiu com o público. Ela falou em inglês, com frases soltas, ora em português, ora em espanhol, que era uma periguete, fazendo a plateia rir muito. Ao virar de costas para o público, estava tatuado na parte de cima de suas costas PERI. Ela virou novamente para a galera, dedicando a música seguinte a todas as periguetes do mundo, cantando, somente acompanhada de um piano, uma quase irreconhecível Like a Virgin. Esta versão ficou muito lenta, sussurrada, muito sofrida. Não gostei, pois ficou longa e arrastada. O que salvou a música foi a encenação de Madonna, como uma dançarina de boate, recebendo dinheiro da plateia e retirando o corselete, deixando aparecer a continuação da tatuagem em suas costas com o restante das sílabas que formam a palavra PERIGUETE. O show já caminhava para seu final. Madonna interpretou ainda Love Spent, I'm Addicted e I'm a Sinner, antes de incendiar o Parque dos Atletas com seu megassucesso Like a Prayer, acompanhada por um enorme coro gospel no palco. Foi a música mais cantada pelo público. Ela encerrou o espetáculo com Celebration, também com citações de Girl Gone Wild e Give It 2 Me. Fim de um show de duas horas de duração. Não houve bis, confirmando que o show tem um roteiro rígido, com poucas escapadas da cantora. Também ninguém pediu mais um, como se todos já soubessem disto. E realmente com a internet, a maioria ficou sabendo que Madonna não deu bis em suas apresentações anteriores desta turnê mundial. Gostei do show, mas houve quem reclamasse na saída de que não foi dançante como o de sua turnê anterior. Este foi muito mais um espetáculo para se ver do que para dançar. Mesmo tendo gostado, conclui que não quero ir mais a shows onde ficamos em pé. O atraso de três horas e o desconforto de ficar em pé foram decisivos para esta decisão. A saída foi tranquila, sem tumulto. Todos nos reunimos no ponto de encontro do plano A, onde a van não estava. Ligamos para o motorista e ele nos disse que estava difícil chegar até o local. Desde o início pensei que ele usaria o plano B. E foi o que aconteceu. Caminhamos um pouco até nosso outro ponto de encontro, entramos na van e voltamos para Ipanema. Quando chegamos ao apartamento já passavam de três horas da madrugada.
Madonna durante a interpretação de Like A Virgin
(foto de autoria de meu amigo Pedro Helder)
show
música
terça-feira, 4 de dezembro de 2012
UMA CARTA PARA MADONNA
Assim que se iniciou a venda de ingressos para os shows da MDNA Tour da cantora Madonna no Brasil, garanti os meus. Escrevo no pural porque comprei ingresso tanto para o show do Rio de Janeiro, inicialmente marcado para sábado, 01º de dezembro, como consta impresso no tíquete, quanto para o primeiro show de São Paulo, no dia 04 de dezembro. Ambos para a pista premium. Passados alguns dias, a data do Rio de Janeiro foi alterada para o dia 02 de dezembro, domingo, no mesmo horário e local, ou seja, 20 horas, Parque dos Atletas, onde aconteceu o Rock in Rio 2011 e o recente show de Lady Gaga, nos quais também marquei presença. Por motivos de trabalho, fiquei impossibilitado de ir ao show de São Paulo, mas não consegui vender meu ingresso. Conferi o aguardado show da turnê mundial mais rentável de 2012 somente no palco montado no Parque dos Atletas, no longínquo bairro do Recreio dos Bandeirantes. Cheguei ao Rio de Janeiro na noite de sexta-feira, dia 30 de novembro, para aproveitar o final de semana. A previsão do tempo indicava possibilidades de chuva para a noite do show. Assim, uma bota impermeável e uma capa de chuva seriam essenciais. Levei a bota, deixando para comprar a capa na mão de algum camelô na porta do Parque dos Atletas. Na manhã de domingo, o Rio de Janeiro amanheceu radiante, com céu azul, poucas nuvens esparsas, uma leve brisa e muita gente nas ruas. Abri uma exceção e fui caminhar no calçadão de Ipanema. Aos domingos, uma das pistas da avenida fica interditada para o trânsito de automóveis, ficando tomada de pedestres que caminham, correm, andam de skate, de patins, conversam, se encontram, todos felizes. Uma turma exibia cartazes oferecendo abraços gratuitos. Tinha gente que parava e abraçava com vontade um dos integrantes desta turma. Outros paravam e tiravam fotos e outros fingiam que nem viam aquela forma de expressão, de comunhão com o próximo. Parei e abracei uma baixinha do grupo. Comecei minha caminhada na altura da Rua Aníbal de Mendonça, indo em direção ao Arpoador. No céu três aviões que rebocam faixas de propaganda, algo bem típico do Rio de Janeiro, levavam faixas alusivas ao show de Madonna, escritas em inglês. Diziam sobre uma carta enorme de fãs para a rainha do pop. Quando cheguei no cruzamento da Avenida Vieira Souto com Rua Joana Angélica, vi o fim de um extenso banner no chão e muitos promotores com a camisa da Renner, loja de departamentos que patrocina a turnê de Madonna no Brasil, chamando as pessoas que passavam para deixar uma mensagem para a cantora. Todos tinham canetas nas mãos. A tal carta enorme que uma das faixas aéreas mencionava estava na minha frente. Fui seguindo meu caminho, margeando a tal carta. Ela reproduzia textos, desenhos e fotos que milhares de fãs postaram no Twiter, todos fazendo referência à Madonna e sua turnê. Este banner acabou por formar a carta de fãs. Muitos pedestres paravam para ler alguma coisa, para tirar fotos, pegavam as canetas e escreviam ou desenhavam mensagens e declarações à cantora. Não parei, embora muitos monitores me abordaram com a caneta em minha direção, convidando-me para escrever qualquer rabisco. A carta terminava, ou começava, dependendo do ponto de referência de cada um, em frente ao Hotel Fasano, onde a cantora estava hospedada. Caminhei até o final da Praia do Arpoador, retornando pelo mesmo caminho de ida. Na volta, não resisti. Dei uma breve parada, peguei uma caneta e escrevi uma frase curta: "Mais um show!", pois seria a segunda vez que veria a cantora ao vivo em solo brasileiro (a primeira foi no início da década de 1990), assinei, registrei em foto, ganhei uma garrafa de água, algo providencial pelo calor que fazia, e segui minha caminhada até o Posto 11, já no Leblon. Quando completei uma hora de exercício, resolvi encontrar meus amigos que estavam na praia, na altura do Posto 10, em Ipanema. Quando eles me viram chegar, nem acreditaram. Fui além, mergulhando nas águas geladas do mar do Rio de Janeiro, algo que não fazia há mais de uma década, me energizando para o show da noite.
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segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
ALÔ, DOLLY!
Aproveitando que estava no Rio de Janeiro para ver o show da Madonna, consultei a agenda cultural para o final de semana. Entre as muitas opções estava o musical Alô, Dolly!, em cartaz no Teatro Oi Casa Grande, no Leblon, localizado bem próximo de onde eu estava hospedado. Dois amigos de Brasília que estavam comigo toparam ir. Era sábado, perto de 20 horas. A peça começava às 21 horas. Verifiquei, antes de sair, se havia ingresso disponível para aquela noite. Consultando o site que vende as entradas para o musical, confirmamos que havia lugar disponível. Fomos rapidamente para a bilheteria do teatro, onde encontramos uma pequena fila. Cinco pessoas estavam à nossa frente. Enquanto esperávamos, fui surpreendido por um abraço de um conhecido de Brasília, formado em artes cênicas pela Faculdade Dulcina de Moraes. Ele mora no Rio de Janeiro e trabalha na produção do espetáculo. Ele conseguiu colocar nós três em uma lista chamada lista amiga. Assim, ao invés de pagar R$ 150,00 por cada ingresso, pagamos o mesmo valor por três deles, ao custo unitário de R$ 50,00 e ainda ficamos em local excelente, na sexta fileira, com ótima visão do palco. Faltava meia hora para o início do espetáculo quando entramos. Estava com fome. Aproveitamos o tempo para um lanche rápido na cafeteria que funciona dentro do teatro. O local não ficou completamente lotado, mas recebeu um excelente público, a maioria pessoas com mais de sessenta anos de idade. Gosto de ver espetáculos no Rio e em São Paulo porque nestas cidades o público mais velho costuma sair de casa para conferir as peças teatrais em cartaz. Com dez minutos de atraso as cortinas se abriram. Começava o musical Alô, Dolly!, uma adaptação para a famosa comédia musical Hello, Dolly!, que estreou na Broadway na década de sessenta, ganhando vários prêmios Tony. Teve uma versão para o cinema em 1969, dirigida por Gene Kelly e estrelada por Barbra Streisand e Walter Matthau. Nesta nova adaptação brasileira (já houve outras montagens em solo nacional, inclusive uma com Bibi Ferreira e Paulo Autran no elenco), há o encontro inédito nos palcos de Marília Pêra, vivendo Dolly Levi, com Miguel Falabella, interpretando Horace Vandergelder. A atual versão e a direção ficaram a cargo de Falabella. Ainda no elenco estão os atores Frederico Reuter, Ubiracy Paraná do Brasil, Thiago Machado, Brenda Nadler, Alessandra Verney, Ricardo Pêra, Ester Elias e Patrícia Bueno. Na história, Dolly é contratada por Vandergelder para arranjar uma mulher para ele se casar. Ela até arruma uma pretendente, mas decide que ela própria fisgará o milionário bronco do interior e começa uma série de situações inusitadas e atrapalhadas para conseguir seu objetivo. São duas horas e meia de duração, computados os quinze minutos de intervalo. As trocas de cenários são engenhosas e garantem agilidade ao enredo, não atrapalhando o desenrolar da história. Alguns efeitos cênicos são bem criativos, como o das sombrinhas abertas que os atores rodam de frente para a plateia simulando um trem de ferro se movendo sobre os trilhos. Há predominância de diálogos em relação aos números musicais. O tom do espetáculo é de comédia pastelão, o que me fez lembrar de dois programas da televisão: Sai de Baixo, pois Falabella continua sendo o Caco Antibes, apenas com um sotaque carregado de fazendeiro do interior de Minas Gerais; e Zorra Total, especialmente na segunda parte do musical, quando acontecem as cenas no restaurante Jardim das Delícias. A caracterização do maitre do restaurante, com cabelo arrepiado, tipo cientista maluco, é a expressão máxima do pastelão que se tornou o musical. No frigir dos ovos, o musical é divertido, desopila o fígado. Dei boas risadas, principalmente com as caras e bocas de Marília Pêra. É um espetáculo para ir sem compromissos de encontrar mensagens subliminares ou fazer reflexões filosóficas. É para ir se divertir. Foi o que fiz, me diverti bastante com o musical, mas quando acabou, acabou.
artes cênicas
domingo, 2 de dezembro de 2012
CONFRARIA VINUS VIVUS - 71ª REUNIÃO
No dia 27 de novembro de 2012 a Confraria Vinus Vivus se reuniu pela 71ª
vez. A anfitriã foi Vera. Enfim, todos os integrantes presentes. Afinal, era o
tão aguardado encontro de final de ano, quando degustamos vinhos excepcionais.
Foram quatro vinhos top de linha, além de um vinho branco, um champanhe, um
vinho de sobremesa e um cognac. A reunião foi banhada por uma áurea de alegria.
Eis os vinhos da noite.
Vinho 1 – Stag’s Leap
Safra:
2007.
Álcool: 14,5%.
Casta: cabernet
sauvignon, em percentual acima de 90%, e merlot.
Produtor: Warren
Winiarski.
Região: Napa
Valley, Califórnia, Estados Unidos.
Cor: rubi.
Aromas: fruta
bem madura, ameixa, herbáceo, floral, baunilha, madeira, cacau, açúcar
queimado, algodão doce.
Boca: acidez bem
alta, provocando abundante salivação. Deixa um amargor no final de boca, mas
não é agressivo.
Estágio: 14 a 18
meses de barricas de carvalho.
Harmonização: pato,
cabrito.
Guarda: 15 a 20 anos.
Importador: Wine Brands.
Valor: R$ 1.400,00.
Observações: ficou
decantando por duas horas e meia. O exemplar deste vinho da safra 1973
desbancou os vinhos franceses na famosa degustação às cegas, realizada em 1976, que ficou conhecida
como Julgamento de Paris.
Vinho 2 – Château
Valandraud
Safra: 2006.
Álcool: 13,5%.
Casta: corte
bordalês: cabernet sauvignon, merlot, cabernet franc.
Produtor: Château
Valandraud.
Região: Saint-Émillion,
Bordeaux, França.
Cor: rubi, rubi.
Aromas: pimenta
do reino, couro, mentol, jasmim, buquê de flores.
Boca: taninos
presentes que secaram a boca por completo, boa acidez, com consequente
salivação, pimenta, deixa um gosto amargo no final de boca.
Estágio: sem
informações.
Guarda: 20 anos para mais.
Valor: R$ 2.000,00.
Observações: ficou
decantando por duas horas e meia. Foram produzidas 12.000 garrafas desta safra,
que foi uma excelente safra, por sinal.
O preferido
da noite por Keller, André, Abílio e Marcos.
Vinho 3 – Château
de Beaucastel – Hommage a Jacques Perrin
Safra:
2005.
Álcool: 14,5%.
Casta: 60%
mourvèdre, 20% grenache, 10% syrah e 10% counoise.
Produtor: Vignobles
Pierre Perrin.
Região: Châteneuf-du-Pape,
Rhône, França.
Cor: rubi
escuro com reflexos granada.
Aromas: geleia
de frutas, compota de frutas vermelhas, pimentão amarelo, melaço, marrom glacê,
vitamina C efervescente, miojo, ferrugem.
Boca: doce,
taninos presentes, mas sem agressividade, rapadura, boa acidez, final de boca
amargo.
Estágio: sem
informação.
Guarda: 15 a 20 anos.
Valor: R$ 3.100,00.
Observações: ficou
decantando por duas horas e meia.
O campeão da
noite, sendo o preferido da noite por Leo, Ricardo, Vera, Fernanda e Cláudia.
Vinho 4 – Cos
d’Estournel
Safra: 2005.
Álcool: 13,5%.
Casta: corte
bordalês, sendo 73% cabernet sauvignon e o restante dividido entre merlot e
cabernet franc.
Produtor: Château
Cos d’Estournel.
Região: Saint-Estèphe,
Bordeaux, França.
Cor: rubi, com
reflexos granada.
Aromas: flor,
aroma de ferro engomando roupa, cassis, jasmim.
Boca: redondo,
boa acidez, bons taninos, não agressivos, sem peso, deixa um sabor amargo ao
final.
Estágio: sem
informações.
Harmonização: cordeiro
assado.
Guarda: 15 a 20 anos.
Valor: R$ 1.450,00.
Observações: ficou
decantando por duas horas e meia.
O preferido
da noite por Bruno.
Após a
excelente degustação, nossa anfitriã nos brindou com uma autêntica ceia. De
entrada, ela serviu uma sopa de ervilhas com chantilly de bacon. Seguindo a
tradição dos encontros de final de ano da confraria, foram servidos um surubi
defumado com molho de dill e um espaguete de palmito pupunha com sálvia.
Terminamos com um crepe suflê com calda de framboesa. Tudo muito bem feito e
com ótimo sabor.
Para
acompanhar o jantar, ninguém deixou tirar as taças com os vinhos tintos da
degustação de sua frente, mesmo sendo peixe o prato principal. Era impossível
deixar vinho nas taças. Fora os tintos já apreciados, acompanhou o jantar o
vinho branco Riesling Hugel, safra 2011, da região da Alsace, França (R$ 105,00
na Art du Vin), e o champanhe Billecart-Salmon Brut Rosé (R$ 398,00 na Art du
Vin), para muitos o melhor champanhe rosé não safrado do mercado. A sobremesa
foi harmonizada com o Château Petit Vedrines 2007, produzido em Sauterne,
França. Como se todos os vinhos não bastassem, a anfitriã nos serviu o cognac
Camus Grand V.S.O.P. Ao final, Nespresso, edição limitada 2012 com grãos
produzidos no Havaí, e lâminas de chocolate 70% cacau da marca suíça Lindt.
Foi uma das reuniões
mais participativas e mais duradouras da história da confraria.
Já temos
novo encontro marcado para janeiro de 2013, quando iremos degustar vinhos
tintos produzidos nas regiões de Piemonte (Itália) e Bordeaux (França).
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sábado, 1 de dezembro de 2012
sexta-feira, 30 de novembro de 2012
UMA BARATA
Estava jantando no restaurante
Casa de Lisboa, em Salvador, Bahia, com Ric, Emi, Rogério, Marcelo e Cris, na
noite de sábado, dia 24 de novembro. Era um jantar de despedida de uma semana
intensa de programações na capital baiana. Noite quente, mas agradável, com
leve brisa. Não tínhamos reserva no restaurante, mas havia uma mesa disponível na varanda
externa, com vista para a rua, onde resolvemos ficar, apesar dos protestos de
Emi, que queria ficar em ambiente com ar condicionado. Minha garganta não
estava muito boa, pois a semana inteira me sujeitei a ficar em ambientes fechados,
a maioria deles com o ar condicionado no talo de tão frio. Bati o pé para
ficarmos do lado de fora e ficamos. Emi ficou contrariado no princípio, pois
reclamava do calor. Como tínhamos caminhado do hotel até o restaurante, o corpo
ainda estava quente da caminhada. Assim que nos sentamos e uma leve brisa
soprou, algo intermitente, o calor forte foi se esvaindo. Emi reconheceu mais
tarde que a temperatura estava agradável. Ficamos bebendo um vinho branco,
apesar de eu não ser fã deste tipo de vinho, e apreciando as delícias do cardápio
do restaurante especializado na culinária portuguesa, como o próprio nome do
local sugere. Quando já tínhamos finalizado o jantar, ouvimos um grito de uma
mulher vindo do gazebo do restaurante, que era separado da varanda por um
anteparo de treliça com trepadeiras naturais. Ric comentou que devia ser alguma
barata, já que o calor faz com que elas saiam da toca durante a noite. O tão
temido inseto passou a ser tema da nossa conversa, com cada um contando suas
experiências. Nunca entendi o medo que uma barata provoca em muitas pessoas,
especialmente nas mulheres. Um bicho inofensivo, que nem picar ou morder
consegue. Sei que é nojento, pois passeia por esgotos e lixo, mas é fácil de
matar. Já presenciei escândalos memoráveis cujo epicentro era uma barata.
Escândalos protagonizados por mulheres e homens. Ric disse que tem medo de
barata e corre léguas quando uma aparece. De repente, um inseto voou sobre
nossa mesa e foi direto na direção onde Ric estava sentado. A princípio pensei
que era uma destas borboletas que procuram a luz e ficam cegas em volta de uma
lâmpada. O inseto bateu asas e pousou na boca de Ric, tentando entrar. Era uma
barata. Ele deu um pulo da cadeira, colocou uma das mãos tampando a sua boca,
enquanto abanava a outra, afastando um inseto que não mais estava lá, pois tinha
pousado no chão. Uma mulher que estava na mesa ao lado gritou para ele matar a
barata, mas Ric estava cego e surdo. Apenas pulava, gritava e ficava vermelho.
Todos riam na mesa e eu fiquei apoplético vendo aquela cena teatral. O pior é
que, passados quase dez minutos do episódio, Ric ainda estava de pé, respirando
ofegantemente e cuspindo muito, como se a barata ainda estivesse tentando
entrar em sua boca. Pensei que ele iria vomitar, pois tínhamos acabado de
comer. Fiquei mais surpreso ainda por saber que Ric é reservado, não gosta de
aparecer em público, e aquela barata o tirou do eixo. Ele não se importou se
tinha mais gente no local, algo impensável em se tratando de Ric. Gritava,
saltava, abanava a mão no ar e cuspia. Como diria Emi: um horror, um horror, um
horror. A barata sumiu, voltando ao seu mundo escuro, talvez preparando uma
nova surpresa para outro ser humano. Nós ainda rimos muito da situação. Ric
acendeu um cigarro para tirar um gosto imaginário deixado pelo inseto em sua
boca. Pagamos a conta e voltamos para o hotel. Claro que o assunto foi a
barata.
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
GASTRONOMIA EM SALVADOR (BA) - CASA LISBOA
Endereço: Rua Manuel Dias de Morais, 35, Ondina,
Salvador, BA.
Fone: 71 3331
3841
Especialidade: cozinha
portuguesa.
Quando
fui: jantar do dia 24 de novembro de 2012, sábado. Éramos seis
pessoas, sem reserva. Chegamos por volta de 20:00 horas, quando escolhemos
ficar na área externa do restaurante, pois apesar do calor, estava uma agradável
noite em Salvador.
Serviço: eficiente,
prestativo e atencioso. Bom serviço de vinho.
O que
bebi: água mineral com gás São Lourenço e três garrafas do vinho branco
português Paulo Laureano Premium 2010 (R$ 89,00 cada garrafa). Vinho leve,
próprio para dias quentes e harmonização com peixes e frutos do mar.
O que
comi: começamos por compartilhar o couvert da casa (R$ 13,90 por
pessoa), com cesto de pães especiais produzidos na casa (o de milho parecia uma
pamonha doce, muito bom), patê de frango desfiado, azeitonas verdes regadas com azeite extra virgem, batatas fritas (fatiadas bem fininhas, redondas, bem
sequinhas), manteiga, mini bolinhos de bacalhau e quiabo em conserva. Este
último item era fantástico, cujo sabor ainda mora em minha memória. Em seguida,
pedimos duas porções de bolinho de bacalhau (R$ 23,90 cada uma). Cada porção é
composta por quatro unidades do bolinho, servidos com molho de pimenta com
limão e chutney de manga. O bolinho é crocante por fora, sequinho, com bastante
bacalhau. A pimenta com limão é suave e potencializa o sabor da iguaria. Já o
chutney de manga achei desnecessário, não harmonizou bem para meu paladar.
Finalmente, o prato principal. Fui de polvo a lagareiro com tomate cereja e
batatas ao murro (R$ 49,90). O prato é bem servido, com bela apresentação e
muito perfumado. São tentáculos de polvo grelhados, servidos com cebola também
grelhada, azeitonas azapa, brócolis cozidos, batatas ao murro e alho assado.
Sabor marcante. O prato suplantou o vinho, que era fraco para o tempero forte,
mas muito bom, dos acompanhamentos do polvo. Gostei.
Valor
total da conta: R$ 828,00.
Minha
avaliação: * * * *.
Restaurante que preserva a culinária clássica portuguesa, mas com leve toque
contemporâneo. Se não quiser ser incomodado por insetos voadores, fuja da
varanda. Os salões internos são pequenos e bem aconchegantes, com ar
condicionado e decoração que mistura o clássico com toques modernos.
Gastronomia Salvador (BA)
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