Vi a propaganda do show de Zeca Baleiro no jornal na segunda-feira, dia 09 de abril. Seriam duas apresentações na Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional Cláudio Santoro nas noites de 12 e 13 de abril. Fui à bilheteria na mesma segunda-feira em que li o anúncio, mas sem muita expectativa de conseguir ingresso, pois os shows de Baleiro em Brasília sempre são muito concorridos. Antes de sair, imprimi o cupom Sempre Você por ser assinante do Correio Braziliense, garantindo-me pagar meia entrada. Cheguei na bilheteria do teatro e achei que estava tudo esgotado, pois não havia fila e era hora do almoço. Para minha surpresa, havia muito local disponível para ambas as noites. Paguei R$ 80,00 pelo ingresso, escolhendo um ótimo assento, centralizado, no setor 2 da plateia, para o primeiro dia de espetáculo, 12 de abril. Por volta de 20 horas eu já estava no foyer da Sala Villa-Lobos. Foi muito fácil achar vaga para estacionar, mesmo com metade do estacionamento impedido por montagem de tendas que darão o suporte à I Bienal Brasil do Livro e da Literatura. O movimento era pequeno. Algumas pessoas chegaram na bilheteria e conseguiram comprar ingressos ainda no setor 2. Estranhei, mas realmente o teatro não ficou cheio. Diria que tinha pouco mais da metade de suas poltronas ocupadas. Com vinte minutos de atraso, os cinco músicos da banda de Zeca Baleiro entraram no palco, sendo seguidos pelo cantor maranhense. Ele não se dirigiu ao público, cantando de pronto um rap que está em seu mais novo trabalho, O Disco do Ano, chamado O Desejo. A receptividade da plateia foi morna, sinal de que poucos conheciam a música. Esta sintonia morna predominou na primeira hora do show. Predominou no set list o repertório do novo cd. Dois momentos de maior empolgação do público nesta primeira parte do show foram: a interpretação para Disritmia (Martinho da Vila), em um arranjo diferente da já diferente gravação de Baleiro, e a interpretação do sucesso Maresia (Ai Se Eu Fosse Marinheiro), de Adriana Calcanhoto. Quando o show já chegava perto de uma hora de duração, a banda se posicionou na frente do palco, todos sentados em banquinhos, com Zeca Baleiro ao centro. Neste momento, ele, enfim, conversou com a plateia. Disse estar muito feliz em iniciar a turnê do show Calma Aí, Coração por Brasília, reafirmando sua posição de estrear seus shows em cidades fora do eixo Rio-São Paulo. Por ser o primeiro show, ele pediu desculpas pelos erros que cometeu em relação às letras das músicas novas. Brincou com a plateia dizendo que em seis meses voltaria à Brasília, quando o espetáculo já estaria bem azeitado. Apresentou a banda de forma divertida. Argumentou que o brasileiro gosta de músicas com coreografia, citando Michel Teló, provocando gargalhadas dos presentes. Por causa disto, ele fez uma música para a turnê com coreografia. Um dos integrantes da banda acionou o computador e uma base pré-gravada rodou. Baleiro e banda cantaram, dançaram, com direito a passos e muita coreografia de mãos e quadris, para delírio da plateia. A letra da música é hilária, rimando, por exemplo, Palocci com Padre Marcelo Rossi. A música termina com o cantor e seus músicos saindo do palco dançando em fila indiana. Era o final do show. Depois de alguns minutos de pedidos de bis, ele retorna com outra roupa, para cantar alguns de seus sucessos, entre eles Telegrama, cantada em gritos pela mulherada presente, e Alma Não Tem Cor, sucesso do grupo Karnak, que Baleiro também já gravou. Nesta música, um casal do público deu um pequeno show de dança de salão na lateral do palco. O cantor chegou a agradecer aquela participação especial espontânea. Alguns chatos insistiam em gritar "Toca Raul!". Claro que ele tocou, Maçã, lendo a letra colado ao chão. Uma das músicas mais interessantes da nova safra é Meu Amigo Enock, cantada no palco enquanto um filmete rolava no telão ao fundo. Era uma animação de uma conversa no Facebook, tema da música. O figurino é um ponto alto do espetáculo. Os cinco integrantes da banda usam roupas e calçados monocromáticos, cada um com uma cor diferente: como tenho dificuldades de distinguir cores de longe, arrisco dizer que havia músico de roxo, de azul, de verde, de marrom e de um tom atijolado. O cantor seguiu sua característica peculiar de se vestir, com um calça com grafismos preto e branco, camisa amarela, colete escuro e paletó com madras grandes, com tons amarelados e preto. Quando terminou a segunda parte, que na verdade foi o bis, o clip da ótima O Disco do Ano começou a passar no telão, enquanto a galera deixava o teatro. Durante o show, Tuco Marcondes, um dos músicos puxou um Parabéns Pra Você, pois Zeca tinha feito aniversário no dia anterior, 11 de abril. Não gostei do cenário, ou melhor das projeções no telão. As cores são em tons pasteis e achei que não havia uma sincronicidade com as músicas, salvo poucas exceções. Em algumas canções, não há nada sendo projetado no telão. No frigir dos ovos, foi um show morno, sem muita empolgação. Quem sabe daqui a seis meses ele melhore...
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