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quinta-feira, 5 de abril de 2012

MICHAEL BUBLÉ - CRAZY LOVE TOUR

Conheci a obra de Michael Bublé ouvindo a música Fever, gravada inúmeras vezes, incluindo uma versão apimentada de Madonna. Gostei tanto que acabei comprando o cd deste cantor canadense. Por um acaso, quando ele lançou o disco Crazy Love, eu estava em Toronto, Canadá, no dia em que ele estaria no maior shopping center da cidade autografando o cd. Infelizmente não teve como estar presente na hora, mas acabei comprando o cd por lá e é um dos discos que, passados mais de dois anos, ainda toca no player do meu carro. Perdi a oportunidade de vê-lo ao vivo em apresentação no Rio de Janeiro alguns anos atrás, pois quando me decidi, os ingressos já estavam esgotados. Assim que soube que ele viria novamente ao Brasil com a turnê Crazy Love, fiquei atento nas datas, locais e onde comprar os ingressos. Divulgadas as datas, decidi por ver o show em São Paulo, na casa de espetáculo Via Funchal, no domingo, 01/04/2012, 22 horas. Os ingressos começaram a ser vendidos para o público em geral no dia 23 de janeiro, às 10 horas, pela internet. Às 10:15 horas já tinha concluído a compra, pagando R$ 696,00 para ficar na platéia, lugar marcado. Na pré-venda para os fãs cadastrados no sítio eletrônico do cantor, todos os lugares disponíveis na plateia vip, mais perto do palco e, portanto, mais caros, foram vendidos. Em pouco tempo, todos os ingressos para os dois shows em São Paulo se esgotaram (três mil entradas por noite). Fui a São Paulo unicamente para ver o show, chegando no próprio domingo, hospedando-me no Hotel Mercure Funchal, vizinho de parede com a casa de shows. Como comprei pela internet, foi necessário retirar os ingressos na bilheteria do Via Funchal. Para evitar filas, fiz isto logo após ter dado entrada no hotel, por volta de 14 horas. No ingresso estava escrito que a casa abriria as portas às 20 horas. Eu e meus amigos David e Roberto entramos por volta de 21:15 horas, quando já rolava no palco o show de abertura, não anunciado no ingresso, com o grupo vocal Naturally 7 (fiz um post sobre este show). A casa estava lotada, com público feminino dominando o ambiente. Mãos velozes atualizavam as redes sociais Facebook, Twiter e Instagram. Com apenas cinco minutos de atraso, ainda com as cortinas fechadas, as luzes se apagaram, um facho de luz fez aparecer a sombra dos músicos da orquestra que acompanha Bublé e os primeiros acordes do arranjo para Cry Me A River ecoaram. Num crescendo, a música foi aumentando, acompanhada do aumento das sombras, dando um tom apoteótico, mesmo sendo o início do show. O arranjo introdutório terminou com a abertura das cortinas. Michael Bublé estava no centro do palco, foco de luz nele, interpretação belíssima de Cry Me A River, bem diferente da versão, também lindíssima, de Ella Fitzgerald. A histeria tomou conta da plateia. Cartazes com a frase "I Love You" foram levantados pelo público feminino, celulares e máquinas digitais eram apontados para o palco. Um sem fim de flashs pipocou na plateia. Uma explosão coroou o término da primeira música do set list da noite. A partir daí, Bublé dominou o palco, os músicos e o público. Além de cantar, conversou com a plateia, desceu para tirar fotos com as fãs, falou que estava casado, levou vaia por isto, mostrou o dedo médio para o público pelas vaias, mas sorridente, disse que entendia que as mulheres preferiam ele solteiro e que sabia que os homens não  eram os responsáveis pela vaia. Leu os cartazes, deu autógrafos, apresentou a banda de treze músicos logo no início do show e cantou muito. Oito das 21 canções da noite fazem parte do cd Crazy Love: Cry Me A River, All of Me, Georgia on My Mind, Crazy Love, Haven't Met You Yet (cantada a plenos pulmões pelo público), All I Do Is Dream of You, Heartache Tonight e At This Moment. Ele sempre foi comparado a Frank Sinatra e para não desmentir isto, dois sucessos de Sinatra fizeram parte do set list da noite: I've Got The World on a String e For Once in My Life. Quando ele tentou imitar Michael Jackson em Billie Jean, foi uma gargalhada geral, inclusive de sua banda. Ele deixou de lado os agudos do rei do pop e partiu para uma interpretação mais grave, emendando com a super dançante Twist and Shout, quando o público ficou de pé para dançar. Em sua orquestra há um músico paulistano que garantiu bons momentos de gargalhada ao falar em português que era mal tratado por Bublé e queria um outro emprego, especialmente na banda que acompanha Seu Jorge. Mais ou menos no meio do show, ele deixou a banda tocando, saiu do palco, retornando com os integrantes do Naturally 7 para interpretar a música All I Do Is Dream of You, passeando pelos corredores da casa de shows, o que causou um reboliço na plateia, com gente saindo correndo para tirar fotos. No fundo da casa, em um tablado, interpretou mais uma música, antes de retornar ao palco. Ele ainda interpretou I've Got A Feeling, sucesso do grupo Black Eyed Peas, mostrando que também navega bem por todas as vertentes do pop. O fim do show foi com suas músicas mais dançantes: Heartache Tonight e Haven't Met You Yet. Claro que houve o bis, com três músicas mais lentas: Feeling Good, o mega sucesso Me and Mrs. Jones e A Song For You. Com quase duas horas de espetáculo, Michael Bublé mostrou que é mais do que um intérprete, é um showman. Apenas registro um fato desnecessário, que não é o do dedo médio mostrado para o público, pois o contexto fez parecer mais uma piada do que um insulto. O fato desagradável foi quando ele disse que adorava São Paulo, parando e dizendo assim: "Rio de Janeiro, my ass!" Claro que os paulistas presentes adoraram, mas achei um desrespeito para com os cariocas que também esgotaram os ingressos deste mesmo show um dia antes no Rio de Janeiro. Não sei se falaram para ele sobre a rixa (que vejo bem diminuída, diga-se de passagem) entre paulistas e cariocas, quando quis fazer uma graça, mas soou desrespeitoso demais. Claro que isto não tirou o brilho do show, mas ele poderia falar de outra forma que preferia São Paulo ao Rio de Janeiro. Antes que pensem alguma coisa, não sou carioca. Tirando isto, gostei bastante do espetáculo.






música

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