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domingo, 31 de agosto de 2014

A BICICLETA DO POETA - CENA CONTEMPORÂNEA 2014

Ao sair do Teatro II do CCBB no final da tarde de sábado, 30 de agosto, deparei-me com o início da performance do artista Emmanuel Marinho, oriundo da cidade de Dourados, em Mato Grosso do Sul. Ele estava andando em uma bicicleta (era na verdade um triciclo), cantando uma música de sua autoria. Algumas pessoas foram se posicionando na grama, bem próximo de onde acontecia a cena. Fiz o mesmo. Era o início do poético espetáculo A Bicicleta do Poeta, também integrante da programação do Cena Contemporânea 2014. Em cerca de 45 minutos, o ator/poeta cantou, declamou suas poesias, mexeu com o público, que foi chegando aos poucos, distribuiu poemas, deu tarefas para pessoas que estavam na plateia, enfim, interagiu de forma tranquila, espontânea, agradável e feliz com o público. Suas poesias que tinham os bichos do Pantanal e do Cerrado como tema são divertidas e agradam a crianças e adultos. Duas meninas que aparentavam ter cinco anos estavam absortas com os "causos" poéticos de Emmanuel. Até mesmo seu nome entrou na roda, em um poema que fala da ema, do anel, do ano e de Emmanuel. Também teve poesia que remetia a fatos históricos recentes da política brasileira, como o mandato de Fernando Collor na Presidência da República.
Mas o melhor foi a movimentação que ele fez para a sua bicicleta voar. Quando me vi, estava eu ajudando o artista, segurando um pano/cartaz com um poema que se apropriava da famosa frase "gentileza gera gentileza", enquanto ele declamava e cantava. Depois, todos fomos chamados a ajudar a bicicleta a  voar, quando seguimos, em cortejo, atrás do poeta e de sua bicicleta pelos espaços abertos do CCBB, despertando a curiosidade daqueles que estavam no restaurante ou simplesmente passeando pelo vão central do centro cultural. Poeticamente, a bicicleta voou, assim como todos nós.
Fui embora mais leve.

2 comentários:

  1. Estou impressionado como nossas visões sobre os espetáculos que assistimos são próximas... Othelo, Conselho de Classe, Elefante e A Bicicleta do Poeta, lendo suas críticas, vejo que estas poderiam ser escritas por mim...

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    1. Fico feliz em saber que há pessoas que tem as mesmas visões que tive ao ver os espetáculos do Cena.
      Um abraço

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