Pesquisar este blog

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

AINDA SOBRE A ABERTURA DO 42º FESTIVAL DE BRASÍLIA DO CINEMA BRASILEIRO

Li nos jornais de quarta e quinta-feira as matérias e notas sobre a abertura do 42º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro e sobre o filme de abertura. É incrível como que a imprensa, mesmo malhando a desorganização do evento, ainda omite certas informações. A principal delas é que a produção do festival liberou a entrada de quem estivesse na porta do teatro, indenpendentemente de estar com o convite, motivando o excesso de pessoas dentro da sala de exibição (falaram em 1,8 mil para uma capacidade total de 1,3 mil). Mas claro que a imprensa não viu isto, pois eram credenciados e entraram antes...
Fernando Adolfo, organizador vitalício do festival, comenta em uma das reportagens, que o festival sempre teve uma áurea política e que precisava daquela filme na abertura. Que ele fez o convite para o Barretão em agosto e em 15 dias recebeu a resposta positiva. Ficou óbvio que ele queria um filme-evento, talvez para fazer um contraponto à edição de 2008, muito criticada e com falta de público.
Às vésperas de completar 50 anos e uma das sedes da Copa do Mundo de 2014, Brasília precisa aprender a organizar eventos deste porte. Não se pode colocar mais gente no teatro do que sua capacidade. A questão da segurança é importante. Gente sentada no chão (seja na Sala Villa Lobos, seja no Cine Brasília, sede do festival) não se pode mais admitir. O festival deve repensar sua forma de organização. A cidade precisa evoluir, se emparelhar com os grandes centros do mundo onde isto não acontece.
Também li as críticas sobre o filme. A Folha de São Paulo classificou Lula, O Filho do Brasil como ruim e o Correio Braziliense deu duas estrelas. Volto a comentar sobre os atuais críticos. Eles falam para quem? Não quero aqui dizer que a classificação deles está errada ou que todos devem achar o filme maravilhoso. No entanto, se verificarmos a crítica, veremos que ficaram preocupados em saber se a música Você (Tim Maia), que embala o encontro de Lula com sua primeira mulher, tinha sido lançada realmente na época que aconteceu o baile ou se a cena de novela com Tarcísio Meira e Glória Menezes é realmente do mesmo ano em que se passa o filme. Questões bobas e desnecessárias. Não pode haver licença poética? Sofia Coppola não colocou trilha sonora atual para o filme de época sobre Maria Antonieta? No mesmo filme ela colocou, entre a coleção de sapatos da rainha francesa, um par de tênis All Star. Também a crítica da Folha ressalta que foi omitido o fato de Lula ter tido uma filha com a enfermeira Miriam Cordeiro. Quem leu sobre o filme antes, desde o momento em que Barretão anunciou suas filmagens, já sabia que este fato não seria mostrado. O filme é uma ficção. Não é um documentário. A opção do que colocar ou não cabe aos produtores e diretor do filme.
O diretor quis mostrar uma parte da história de um brasileiro que superou situações ruins (pobreza, separação dos pais, ausência do pai, acidente de trabalho, desemprego, prisão por motivos políticos) e venceu, com luta e perseverança. Como já disse em outro post, é um melodrama, é cinemão. Não é filme para festival. É filme para arrebentar nas bilheterias.

2 comentários:

  1. Noel,
    Muitas vezes a imprensa que ser divertir e daí perde o principal.
    É claro que era fundamental assistir ao filme, mas acaba falhando no registro.
    Que os críticos tenham corrido para assistir até entendo, mas os repórteres, e deviam ter muitos - já que alguns dos críticos, inclusive, também fizeram reportagem - tinham que ter ficado atentos ao que estava acontecendo.
    Bjs

    ResponderExcluir
  2. Pek,

    É como você disse: a preocupação era assistir ao filme...

    Bjs.

    ResponderExcluir