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sexta-feira, 27 de novembro de 2009

CABARÉ DAS DONZELAS INOCENTES


Dia complicado no trabalho. Muito stress. Nada melhor do que deixar o serviço mais cedo e se preparar para ver uma boa peça. Foi o que fiz. Desde o último domingo já havia comprado os ingressos (R$7,50 a meia por ser correntista do Banco do Brasil) para conferir o sucesso de público Cabaré das Donzelas Inocentes, texto de estreia na dramaturgia de Sérgio Maggio. A peça inaugura também um novo espaço no Centro Cultural Banco do Brasil para as artes cênicas. Todos os envolvidos são radicados em Brasília: dramaturgo, diretores, iluminador, figurinista e atrizes. Direção de Murilo Grossi e William Ferreira, conta com as excelentes atrizes Bidô Galvão (China), Adriana Lodi (Saiana), Carmem Moretzsohn (Minininha) e Catarina Accioly (Cabeluda), que interpretam quatro decadentes prostitutas que rememoram suas trajetórias de vida no bordel à espera de clientes que não mais existem. Interpretações fortes, marcantes. Há um aviso na bilheteria e no folder da peça que as atrizes fumam em cena. Fumam muito, mas o que incomodou o público mais velho foi a quantidade de palavras chulas que são ditas ao longo do espetáculo. Ao final da peça, presenciei uma senhora dizendo que se soubesse dos diálogos, não iria. Não há cadeiras fixas. A disposição do público é feita em cadeiras, bancos, sofás e pufes espalhados no espaço, dando uma maior intimidade com as personagens. Não há interatividade com a plateia, mas o público se envolve com as histórias tristes das quatro prostitutas. Um barulho me incomodou durante a peça. Parecia um toca discos girando sem o disco com um ranger, semelhante a algo sem a devida lubrificação. Pode-se dizer que são quatro grandes monólogos. Se fossem ditos de forma separada e sem a presença das outras atrizes, cada uma poderia ser uma peça diferente. Para pontuar a virada de dia, os diretores optaram por um solo de cada uma delas, iluminadas por velas, quando declamam um texto poético. Não gostei desta opção. Além da interpretação iluminada de todas elas, destaco a evolução da decadência das personagens pontuada na desarrumação e no desleixo no modo de vestir, na caracterização e na maquiagem. Excelente achado da direção. Na soma geral, gostei do que vi.

Terminamos a noite em um bom restaurante da cidade.

4 comentários:

  1. Uai, Noel,
    Não falou mais nada sobre o Festival de Brasília.
    Paraou de acompanhar?
    Bjs

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  2. Pek,

    Na verdade, só fui na abertura e no domingo, quando foi exibido o filme vencedor. Não tive paciência de ver os documentários da mostra.

    Bjs.

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  3. OI Noel, cheguei ao seu blog por indicação de amigo. Muito legal a reflexão crítica sobre o Cabaré das Donzelas Inocentes. Fiquei feliz em saber que você exercita o pensamento crítico aqui no blog. Abs

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  4. Oi Sérgio,

    Obrigado por visitar meu blog. Gosto muito das artes em geral e o blog acaba sendo um meio de fazer minhas reflexões sobre o que vi. Abs.

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