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sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

BARBARELLA

Já que tinha acabado de ver quatro filmes de ficção científica, resolvi ficar no mesmo gênero. Escolhi um filme famoso, mas que nunca tinha assistido. Barbarella (Barbarella), de 1968, produção franco-italiana dirigida por Roger Vadim. A história é simples: uma astronauta, Barbarella, é enviada a um planeta distante para resgatar Duran Duran, um terráqueo que inventou um destruidor raio cósmico. Visivelmente o filme foi rodado em estúdio (confirmado nos créditos finais), pois vemos sombras dos atores nas cenas gravadas em um lago congelado. Foi interessante e divertido ver os efeitos especiais para uma ficção científica do final da década de sessenta, especialmente se compararmos aos filmes realizados atualmente. Como foi rodado no final dos anos 60, o psicodelismo está bem presente, seja nas cores fortes, nos efeitos com grafismos coloridos, no figurino, na trilha sonora ou no próprio comportamento dos personagens. Também fortemente presente é o aspecto sexual, refletindo a liberalidade sexual da época, além de reflexos do movimento feminista, com personagens mulheres dominando o roteiro do filme: a própria Barbarella e a Grande Tirana de Sogo. Sogo já indica a perversidade do local, pois nos remete a Sodoma e Gomorra. A abertura do filme é um destaque. Enquanto os créditos aparecem, Jane Fonda (Barbarella), no auge de sua beleza e forma física e, à época, mulher do diretor Vadim, faz um streap tease tirando seu uniforme de astronauta em um ambiente sem gravidade. Ao longo do filme, todos os figurinos utilizados por Jane Fonda realçam sua forma física, mostrando pernas e seios. De acordo com os créditos finais, o figurino da última cena é inspirado em uma ideia do estilista Paco Rabane. Marcel Marceau, o famoso mímico francês, faz um pequeno papel, com falas, como o Professor Ping, confinado em um labirinto pela Grande Tirana. Outro destaque é o imenso órgão utilizado por Duran Duran para matar as mulheres. Ele as coloca debaixo das teclas e na medida em que o ritmo da música cresce, os movimentos das teclas aumentam no corpo da mulher, matando-a, literalmente, de prazer. Hilário. A história é bobinha, mas diverte. Na verdade, é uma adaptação de uma famosa história em quadrinhos francesa para as telonas. Roger Vadim teve a ideia ao ver sua esposa, Jane Fonda, andando na borda de uma piscina onde estavam. Ali, ele disse que o mundo inteiro tinha que ver aquela beleza. Ele conseguiu, pois o filme é um veículo para mostrar a bela atriz.

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