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quarta-feira, 8 de junho de 2011

FESTA DO SEU JOÃO - 10 ANOS



No último sábado, dia 04 de junho, fui para a famosa festa junina de Brasília, a Festa do Seu João, que estava completando 10 anos. Éramos seis pessoas. Compramos ingressos para ter acesso ao Camarote Vip, ao custo unitário de R$ 100,00, pois a fama é de festa sempre lotada, com enormes filas nas barracas de comida. O valor do ingresso só dava direito à entrada e assistir aos shows. Comida e bebida eram pagos à parte, mediante compra de fichas nas várias barracas montadas no amplo espaço do estacionamento do Ginásio Nilson Nelson. Eu e Ric chegamos no local após as 22 horas. Preferimos estacionar o carro o mais perto possível da entrada para o camarote. Conseguimos excelente vaga, praticamente em frente à entrada. Pequena fila na porta, onde os seguranças pediam que todos já ficassem com os cartões de acesso nas mãos de forma visível. Liberavam a entrada de dez em dez pessoas para não dar tumulto. Enquanto estávamos na fila, um sem número de filipetas nos foram entregues. Eram propagandas de novos shows durante o mês de junho, a maioria de duplas sertanejas ou grupos de pagode. Em uma das filipetas veio um cd da dupla Fernando & Sorocaba, com 22 músicas gravadas ao vivo. Quando chegou nossa vez, passamos pela revista, sempre meia boca, para checar se portávamos alguma coisa proibida, para, em seguida, colocar o cartão na catraca eletrônica. Não havia devolução do ingresso. Para poder circular por todo o espaço da festa, uma pulseira azul era colocada em nossos pulsos. Após todo este ritual de entrada, adentramos, enfim, o espaço definido para o camarote. Enorme, com muitas barracas exclusivas para quem tinha pago mais caro para ali ficar. Com fome, tratamos logo de comer. Preferi a barraca da Pastelaria Viçosa,embora o pastel não estivesse na qualidade que eu esperava. Ainda comi um cachorro quente em outra barraca, cujo sabor era digno. Compramos também uma série de fichas para cerveja (Ric) e para água/refrigerante (eu) para evitar as filas que se formariam mais tarde nos balcões de bebidas. Além de um amplo espaço do lado esquerdo do palco, um enorme tablado também fazia parte do camarote, com bandeirinhas coloridas enfeitando o espaço aéreo. Ao fundo do camarote, um espaço mais vip ainda, exclusivo para convidados do UniCeub, um dos patrocinadores da festa. Quando nossos amigos chegaram, fomos dar uma volta por todo o espaço da festa. Descobrimos que algumas barracas só existiam do lado de fora do camarote, como a que vendia produtos feitos com milho (pamonha, curau, canjica), a da maçã do amor e a que vendia caipiroskas. Ficamos um bom tempo andando pela vila montada, cheia de artigos de decoração que nos lembravam que estávamos em uma festa junina. Enquanto o show não começava no palco principal, muito forró saía das caixas de som. Fomos ver o que acontecia nos dois outros palcos. Um deles, era uma grande tenda, na qual só se tocava música eletrônica e onde tocariam o DJ Leo S/A, o DJ Felipe Venâncio e o coletivo Ask 2 Quit. Ainda nenhuma das atrações estava em cena, mas já rolava muita música bate estaca, com uma galera jovem dançando, nem se dando conta que o ritmo não tinha relação com a tradicional festa junina. Em outra tenda armada mais perto do Nilson Nelson, rolaria a famosa festa carioca M.I.S.S.A., que além do som mecânico, teria como atrações ao vivo o DJ Tartaruga, Serjão Loroza & Us Madureira, e Mr. Babão, que prometia agitar a galera até o sol raiar. Decorando o fundo do espaço, uma enorme painel de led em formato de cruz, fazendo uma referência ao nome da festa, onde imagens gráficas passavam em ritmo alucinante. Ficamos do lado de fora, curtindo o movimento e a música até que vimos uma movimentação grande no palco principal. Os telões laterais deste palco se acenderam. Era o início do show da primeira atração daquele palco: Nando Reis & Os Infernais. Resolvemos voltar para o camarote, onde nos posicionamos no tablado em seu ponto mais alto, com excelente visão do palco. O som estava ótimo, límpido e em bom volume. Foi um desfile de grandes sucessos da carreira solo, bem como de quando o cantor fazia parte dos Titãs, grupo que também fazia show na cidade aquela mesma noite, na Concha Acústica, em evento gratuito que celebrava a água. Gosto muito das músicas de Nando Reis, tenho todos os discos por ele lançados, mas ainda não tinha tido a oportunidade de ver um show dele. Achei chatíssimo. Ele alterou os arranjos de quase todas as músicas, deixando-as mais lentas, os que as tornou totalmente impróprias para um show em local aberto, com o público de pé em uma noite bem fria em Brasília. Não adiantava nem tentar seguir a canção, pois ele alterava seu compasso sempre. Fiquei torcendo para acabar logo. O show começou às 23:40 horas e só terminou, sem bis, às 01:40 horas. Decidi que dificilmente compro uma entrada para ver Nando Reis novamente em shows em locais abertos. Se for em teatro, com assento marcado, posso até pensar. Vou continuar a escutá-lo em meu iPod. O palco começou a ser montado para a grande atração da noite. A dupla sertaneja de Minas Gerais, Victor & Leo, os queridinhos da mulherada. Quando olhei para o lado de fora do camarote, era um mar de gente. Seria difícil atravessar aquela multidão durante o show, caso quisesse ver as outras atrações, já que o gênero sertanejo nunca me agradou. Mas, como em 2011, eu me propus a assistir a shows de gêneros musicais que não gosto, para me certificar se não gosto mesmo ou se, no calor do show ao vivo, eu mudaria meu conceito, resolvi ficar onde estava para conferir a dupla mineira no palco. Só conhecia uma música deles, uma que fala de mariposas, mas nem a letra eu sabia. Com o palco montado e instrumentos testados, o apresentador da festa, anunciou o time de basquete da cidade, que havia ganhado o campeonato nacional há pouco tempo. Parte da equipe apareceu, foi ovacionada pelo público e ao jogador eleito como o melhor do campeonato foi dada a palavra. Ele foi rápido, reconhecendo que todos estavam ali para ouvir e ver Victor & Leo, se limitando a agradecer o carinho e o apoio que o público deu à equipe durante o campeonato, especialmente nos jogos finais que foram realizados no ginásio ao lado. Em seguida, o apresentador apenas disse para todos ficarem de olho no telão. Um vídeo com vários depoimentos de músicos sertanejos enalteciam a atração principal da noite. O relógio marcava 2:30 da madrugada quando os irmãos Victor e Leo entraram no palco. A entrada deles gerou uma correria e uma histeria feminina inacreditável. Nesta hora, um casal se postou abaixo de onde eu estava. O homem se dirigiu a mim, pedindo um lugar para a mulher dele. Perguntei a ele se ela queria passar. Ele disse que não. Ele queria um lugar onde eu estava para ela poder ver o show. Claro que respondi negativamente, pois não cabia outra pessoa ali. Ele, com raiva, perguntou se ela me atrapalharia. Claro que atrapalharia, respondi. Fechando a cara, ele foi puxado por sua mulher. No entanto, insatisfeito com a minha negativa, ele deu um chute em minha direção, mas de costas, como se fosse um coice, acertou o degrau do tablado. Não tive dúvidas. Olhei para ele e disse que sabia que se tratava de uma festa junina regada a música sertaneja. Assim não me surpreenderia se algumas pessoas chegassem à cavalo, só não entendia como deixaram entrar um cavalo no camarote, pois o lugar deste animal seria no estábulo. Ele ficou enfurecido, com a mulher dele tentando tirá-lo dali. Fui mais petulante, dizendo que não tinha medo de cara feia e que não estava só, tinham mais cinco comigo. Em dois tempos o casal sumiu e as duas mulheres que ouviram tudo do meu lado esquerdo me parabenizaram pela atitude. Voltei a tentar prestar atenção no show, mas realmente o gênero é sofrível. Estava detestando o que ouvia. Dois amigos foram embora com meia hora de espetáculo. Quando a histeria começou a piorar, com mulheres jogando sapos de pelúcia para a dupla, lembrei-me de Wando, muito mais interessante com seu show sedutor e cheio de calcinhas. Ainda aguentei uma hora daquele som horroroso, mas fiquei irritado, chamando os demais para ir embora, que, de pronto, acataram a minha proposta. Saímos da festa às 3:30 horas. Enquanto festa, gostei muito da organização, da decoração, da disposição das barracas, do amplo espaço, da facilidade de estacionar, mas as atrações do palco principal me decepcionaram. Não posso avaliar as demais performances porque não as vi. Saí com a certeza que não tinha um pré-conceito e nem um preconceito em relação à música sertaneja. Simplesmente não gostava, não gosto e será muito difícil um dia eu gostar. Mas a noite foi muito proveitosa, com ótima companhia dos amigos, com diversão, frio, comida e bebida. É claro que preferia um show de Elba Ramalho, por exemplo, no palco principal. Tinha mais relação com a festa junina, e dançaria muito. Vou ver quais serão as atrações de 2012 para decidir se repito a dose.


Cartão magnético de acesso ao camarote vip


Pulseira usada para livre circulação em todo o espaço da Festa do Seu João

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