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segunda-feira, 27 de junho de 2011

O BRASIL NA ARTE POPULAR - ACERVO MUSEU CASA DO PONTAL



Ao sair do CCBB no último domingo, fui para o Complexo Cultural da República para conferir a mostra "O Brasil na Arte Popular - Acervo Museu Casa do Pontal", exposição que tinha seu último dia no Museu Nacional da República. Fiquei receoso de não dar tempo, pois cheguei às 17:50 horas e o museu fecha às 18:30 horas. Mas, felizmente, consegui ver tudo, lendo todos os paineis e displays que estavam no espaço expositivo, que ocupava o piso térreo do museu. Ric não quis entrar, preferiu ficar no carro me aguardando. A entrada era gratuita e havia um bom público lá dentro. Estava de mochila, motivo pelo qual tive que colocá-la no guarda-volume, localizado na saída do museu. Fotos não eram permitidas. Até bem pouco tempo, eu cometia um erro, muito comum, por sinal, de achar que arte popular e artesanato são a mesma coisa. Ledo engano. Li uma matéria sobre as sutis diferenças quando pesquisava na internet sobre o Complexo Cultural da Liberdade, em Belo Horizonte, onde haverá um museu dedicado à arte popular. Também comprei um livro, cuja capa ilustra este post, que traz o acervo do Museu Casa do Pontal, localizado no Rio de Janeiro. Foi justamente este museu que cedeu as obras para a exposição em Brasília. A imagem da capa do livro é a mesma que ilustra o cartaz da mostra. Separadas por temas, as obras estão dispostas de forma didática e de fácil circulação, sem uma direção única a percorrer. Grandes nomes da arte popular brasileira estavam representados na exposição. Cito cinco Mestre Vitalino, de Pernambuco, Noemisa, do Vale do Jequitinhonha (MG), famosa pelas bonecas de barro, GTO, também mineiro, especializado em esculturas em madeira, Maria de Beni, com suas representações das cavalhadas de Pirenópolis (Goiás), e Adalton, com sua arte erótica, de Niterói (Rio de Janeiro). Na área destinada ao sincretismo religioso, peças de cerâmica e madeira que remetiam ao catolicismo, com anjos, presépios, ex-votos e procissões, e às religiões afro-brasileiras, como a umbanda e o candomblé, com representações de terreiros, pretos velhos e orixás. Outra ala era para retratar as brincadeiras de crianças: soltar pipa, pular amarelinha, jogar peão, entre outras, que hoje as crianças não conhecem, pois são viciadas em videogames. Em uma outra área, uma mostra das profissões, outra era dedicada ao Rio São Francisco, com uma série de barcos em madeira dispostos em linha reta pendurados por fios de náilon sob um fundo azul. Uma linda instalação. Uma pequena área era reservada para a arte erótica, onde um aviso dizia que a idade recomendável para ver as obras em cerâmica, a maioria de Adalton, era de 16 anos. Artistas como Mestre Vitalino, as bonequeiras do Vale do Jequitinhonha, Nino, Nhô, tinham uma área própria. Mas a parte mais concorrida era a que representava as festas populares: carnaval (um desfile na Marquês de Sapucaí em cerâmica que, ao apertar um botão, os bonecos mexiam braços, pernas e cabeças, e um samba enredo ecoava, simulando o carnaval carioca), maracatu, cavalhadas, folia de reis (com mecanismos móveis iguais ao do carnaval), maracatu, bumba meu boi (com todas as suas variações), quadrilhas em festas juninas. Todas as festas populares tinham peças de variados tamanhos e pequenos textos que não esgotavam de forma alguma a matéria, mas davam, sinteticamente, uma boa explicação para os visitantes. Fiquei no museu até os seguranças passarem dizendo que era hora de fechar. Belíssima exposição. Arte popular brasileira. Arte digna de figurar em museus mundo afora. Ao sair, perguntei o horário de funcionamento normal do museu. De terça a domingo, de 09:00 às 18:30 horas. Como ele é bem próximo da rodoviária, acho que deveriam estender este prazo para, pelo menos, 20 horas, dando tempo para quem sai do trabalho durante os dias da semana visitar o local, sempre com ótimas exposições gratuitas. Se não for possível esta dilatação de horário, que se faça como nos museus importantes da Europa, onde um dia da semana (na maioria deles, o dia é a quinta-feira), o museu poderia ficar aberto até mais tarde, até 21 horas. Ressalto que CCBB e Caixa Cultural já funcionam de terça a domingo de 09:00 às 21:00 horas para visitação. Porque não seguir este exemplo exitoso? Fica a solicitação.

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