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segunda-feira, 13 de junho de 2011

SEM SENTIDO


Quinta-feira, dia 09/06/2011, convite para eu e Ric irmos à pré-estreia da peça Sem Sentido, em cartaz no Teatro SESC Sílvio Barbato (Setor Comercial Sul, Quadra 2, Edifício Presidente Dutra). Não conhecia o espaço, relativamente novo na cidade. Fácil acesso, com estacionamento à vontade em frente ao prédio no período noturno. A peça estava marcada para começar às 21 horas. Chegamos com meia hora de antecedência, pois precisávamos pegar os convites para a sessão fechada para convidados. Ingresso na mão, fui conferir parte da exposição da artista plástica Ângela Brito, intitulada "Flores em Você". Ao todo, segundo o informativo da exposição, são quinze pinturas com a temática flores, sendo seis delas expostas no foyer do teatro, a parte que eu vi. As demais obras estão no hall do restaurante que funciona no prédio. As telas expostas estão à venda. Como não vi a exposição por completo, prefiro me abster de fazer comentários, pois é necessário ver o conjunto para tentar captar a "alma" dos quadros. As portas do teatro se abriram com um pouco de atraso. A sala é confortável, com capacidade para 170 pessoas, ideal para espetáculos mais intimistas, seja de música ou de artes cênicas. Com produção de Nalva Sysnandes, a peça Sem Sentido tem texto e direção de Daniela Diniz, que ao final, subiu ao palco agradecendo a dupla de atores que colaboraram, durante as leituras e ensaios, na construção final do texto. Segundo o folder do espetáculo, a peça é uma quase comédia. Quando entramos, os atores Luiza Guimarães, no papel da personagem "Ela", e Similião Aurélio, no papel do personagem "Ele", já estavam no palco, recebendo os convidados com muito carinho. Não sei se faz parte da encenação, mas nem bem as pessoas se sentaram, eles já falavam para a plateia, explicando coisas sem sentido para o contexto, uma referência clara ao título da peça. O texto gira em torno do "amar", com tudo que neste ato está envolvido. Na verdade, os atores representam um casal em seus vários momentos e estágios de relacionamento (também podemos ter uma leitura de que são vários casais, com momentos específicos de seus relacionamentos, mas isto pouco importa para o enredo, pois o importante é mostrar tais momentos). Sem uma sequência lógica (mais uma referência ao título), o texto passeia pelo encontro, pelas primeiras saídas, onde há o encantamento, as juras de amor, depois, o tédio, a mesmice, a rotina de um relacionamento, a briga, o retorno, novas juras eternas de amor. A diretora preferiu conferir um tom natural à encenação, mesmo quando o texto esbarra em um humor mais escrachado. Na noite de estreia, os atores improvisaram em alguns momentos, aproveitando que estavam cercados de convidados, a maioria já conhecidos da dupla, o que não era o meu caso. O figurino, à primeira vista, parece muito simples. Ambos estão com uma camisa de malha cinza chumbo. Ela usa uma calça leg mais escura e uma bota vermelha, enquanto ele usa um calçado mais escuro, com calça vermelha. Não sei se foi intencional, mas fiz uma leitura do relacionamento por eles vivenciado (e de quebra, por todos nós), com as cores do figurino. Os tons de cinza e quase preto (para utilizar o mesmo quase da definição da peça) refletem a zona cinzenta que é um relacionamento, pois nunca sabemos como ele será ou estará daqui a alguns minutos, enquanto o vermelho denota a paixão, que de uma forma ou de outra, está presente, em pelo menos um instante, em qualquer relação amorosa. Esta foi a leitura que fiz do figurino casando-o com o texto e a encenação. O timing de comédia de Similião Aurélio é ótimo. Tão bom que em uma cena onde os dois travam um divertido diálogo sentados na lateral esquerda do palco, a atriz Luiza Guimarães ri em cena, para, rapidamente, se recompor e voltar à cena. O tempo inteiro o texto tenta nos mostrar que amar é sem sentido, mas saí com a certeza de que amar faz sentido. E muito! A peça dura pouco mais do que sessenta minutos. É leve, diverte e faz refletir. Em alguns trechos, me senti em cena, vivendo coisas que já vivenciei. A peça fica em cartaz até dia 26 de junho, sempre de sexta a domingo, depois será encenada em dois dias no SESC Ceilândia, encerrando a temporada em mais dois dias no SESC Taguatinga. Programa que vale a pena conferir. Para quem reclama que não há opções nas cidades que integram o Distrito Federal, aí está um bom programa para se ir a dois, ir sozinho ou em turma. Vida longa ao teatro feito em Brasília! Na saída, um belo coquetel nos aguardava, mas já tinha compromissos de jantar com amigos, que nos aguardavam no Le Plateau d'Argent, restaurante do Hotel Mercure Eixo.

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