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terça-feira, 28 de junho de 2011

HERÓIS, O CAMINHO DO VENTO


Quando a peça Heróis, O Caminho do Vento estreou em sua primeira temporada, não consegui ir ao teatro. Passava de carro todos os dias da semana, na ida e na volta do trabalho, via o cartaz, agendava, mas sempre uma viagem a trabalho no final de semana me atrapalhava. Fiquei pesaroso quando a temporada se encerrou sem eu tê-la visto, pois os comentários que ouvia sempre eram favoráveis. Lembro-me que encontrei com o ator Chico Sant'Anna, que não me conhece, em um evento no CCBB e o abordei perguntando se a peça voltaria em cartaz. Ele me respondeu afirmativamente, sem, no entanto, dizer a data. No início de junho, vi o front door pregado no Bloco C da comercial da 205 norte com as datas da nova temporada da peça, com os mesmos atores da primeira apresentação. Agendei para conferir o espetáculo neste último domingo (dia cheio de atividades culturais para mim), na sessão das 20 horas. Cheguei ao Espaço Cena (SCLN 205 - Bloco C - Loja 25) trinta minutos antes da previsão de início da peça. Comprei a entrada na hora, por R$ 20,00 a inteira. Um bom público compareceu, mas não chegou a lotar o pequeno teatro. O texto é de Gérald Sibleyras (no folder a grafia está errada, escrito Gerard), um dramaturgo e ator francês. É a história de três idosos em um asilo em um lugar qualquer da França (a referência ao país se dá indiretamente, como na rima de uma estrofe de uma poesia onde é citada a região de Champagne) onde vivem ex-combatentes, os heróis da guerra, que se reúnem diariamente em uma varanda para conversar sobre passado, presente e futuro, planejando uma fuga do asilo. Um deles é otimista (Chico Sant'Anna), outro pragmático (João Antônio) e outro fronteiriço (William Ferreira). Show de interpretação destes atores radicados em BrasíliaChico Sant'Anna, Joaõ Antônio e William Ferreira. Direção segura e leve de Guilherme Reis. Texto tocante. Terceira idade, velhice, solidão, proximidade da morte. Tudo de maneira descontraída, sem apelações. Comédia gostosa, com final emocionante e lírico. Adorei a peça, que dura em torno de 75 minutos. Quem não viu ainda há chances, mas deve correr, pois ela fica em cartaz somente nos dias 01, 02 e 03 de julho no Espaço Cena. Vale muito. Maravilha de espetáculo.

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