Depois de ver o excelente show de Marisa Orth encerrando o Todos Os Sons Domingo CCBB 2011 de junho, fiquei no centro cultural, pois tinha ingresso (R$ 7,50) para ver a terceira peça da Mostra Internacional de Teatro - MIT programada para 21 horas no Teatro I. Desta vez a atração vinha da Finlândia com o espetáculo Keskusteluja, do grupo WHS, com os atores performáticos Ville Walo & Kalle Hakkarainen. Não era uma peça, mas sim um espetáculo circense. Os dois atores ficam em cena o tempo inteiro, mas não interagem. Cada um alterna seus números. Não há falas. Apenas gestos, olhares e projeções. Uma projeção constante de um filme mudo soviético de 1924 (Aelita, dirigido por Yakov Protazanov) era o elemento de interação de um dos dois atores. O filme era projetado em diversos formatos de telas. Tais telas, na verdade, eram pedaços de tamanhos e formas variadas feitos em papelão. A sincronia entre o ator e a cena muda era de impressionar. O outro performático fazia um número contínuo de malabares, utilizando diversos objetos, como uma bola em um livro que me lembrou o personagem Jack do sombrio desenho produzido por Tim Burton. Ele também utiliza um boneco sem cabeça, nos quais as pernas e braços são presos com um imã, fazendo diversos movimentos de dança e de malabarismo com os membros do boneco. Utiliza ainda cubos de madeira e um telefone para seu interminável número de malabares. O piso do teatro é todo coberto com placas retangulares de papelão que são levantadas e tombadas em diversos momentos e posições para a já citada projeção ser exposta ao público, que lotou o teatro. Não tenho dúvidas de que preferi o ator que se relaciona com a atriz no filme mudo. Dá a impressão que a atriz vai sair da tela como no filme A Rosa Púrpura do Cairo, de Woody Allen. O número de malabarismo chega a cansar, pois ao final fica um mais do mesmo, mas valeu a pena conhecer este trabalho circense que veio da Finlândia.
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