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sábado, 11 de junho de 2011

TERROR


Esteve em cartaz durante o mês de maio, além do primeiro final de semana de junho, o projeto Nova Dramaturgia Brasileira, que ocupou o Teatro II do CCBB. A ideia do projeto consistia em encomendar um texto inédito de um autor da nova safra da literatura brasileira e entregá-lo a um diretor, também da nova safra. Este tinha o desafio de montar uma peça a partir do texto, utilizando os atores que quisesse, limitado em quatro em cena. Por causa de trabalho e outros compromissos, não pude checar três das quatro peças que surgiram dentro deste projeto. Consegui ver apenas a última delas, pagando R$ 7,50 pela entrada. No último domingo, sessão extra, 20 horas. O teatro não estava lotado, mas tinha um bom público. "Terror" era a peça, com texto de João Paulo Cuenca e direção de Pedro Brício. Encenada por João Velho e Nina Morena, a história se passa em um quarto qualquer na manhã de 11 de setembro de 2001, onde um casal de amantes vivencia um momento de decisão, quando na televisão anunciam o atentado às Torres Gêmeas em Nova York. É claro que o fato afetou, de início, o comportamento de ambos. Ela, casada, com o marido morando justamente onde aconteceu o atentado que chocou o mundo, com passagem marcada para lá encontrá-lo no dia seguinte. Ele, um cara que queria aprofundar o relacionamento entre ambos, dois colegas de profissão, atores, trabalhando em uma mesma peça. Ela mostra-se mais senhora de si, com posições firmes, deixando seu companheiro mais na defensiva. Trabalho de atores muito bom. O sorriso de Nina Morena é de se destacar. Quando ela sorria, parecia que seu riso preenchia todo o espaço cênico. João Velho também mostra uma composição interessante de seu personagem, ora decidido, ora oscilante, mas demonstrando um profundo amor por sua amante. Apesar do atentado, a vida continua e continuou para eles. O final é de um lirismo especial e ainda conta com João Velho totalmente nu, tomando banho na penumbra. Prato cheio para quem gosta! A peça tem curta duração, perto de cinquenta minutos. O texto é atual, direto, sem rodeios. O diretor escolheu um estilo natural para a peça, o que casou bem com a proposta de texto. Pelo que vi, lamentei não ter conseguido ver as outras peças. Que venham novos projetos como este.


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