Programação musical no final de tarde de domingo nos jardins do CCBB. Entrada gratuita. Três shows diferentes, sendo duas atrações de Brasília e uma nacional. Cheguei quase na hora de começar, por volta de 17 horas, passando antes pela bilheteria para comprar entrada para um novo projeto musical que se inicia em julho. Trata-se de Soy Loco Por Tí America, com o cantor Moska de mestre de cerimônia recebendo a cada final de semana um cantor brasileiro e um cantor ou banda da América do Sul. Ingresso na mão, fui para a área onde estava montado o palco para o Todos Os Sons Domingo CCBB 2011. Cadeiras de plástico para o público, mas muitos preferiram se sentar na grama, estendendo toalhas e cangas, no melhor estilo pic nic. Mesmo já com muita gente ocupando as cadeiras, consegui me sentar na primeira fileira, ao lado de conhecidos que encontro em quase todos os eventos culturais de Brasília. Costumamos nos chamar de amigos de fila de shows, teatros e afins. A primeira atração foi um conjunto instrumental liderado pelo músico Fernando Corbal. Foram quarenta minutos de boa música emoldurada por um belíssimo entardecer. O vento frio exigia um blusa. O público ia chegando cada vez em maior número. O show teve a duração certa. Todos os músicos são muito bons e a música de Corbal é diversificada, não cansando ninguém. Digo isto porque não sou muito fã de música instrumental, pois tenho a tendência de ficar com sono, mas isto não ocorreu com esta primeira atração. Um breve intervalo para arrumar o palco e outra atração da cidade subiu ao palco. Era o Pedro Martins Quarteto, banda jovem liderada por quem dá nome ao conjunto. Com projeções de imagens ao fundo, o grupo mostrou que é afinado, é antenado com o que rola nos dias de hoje, sabe tocar junto, mas achei o som dos garotos muito repetitivo, além do líder ser egocêntrico. Tudo ele dizia minha banda, minha composição, minha música, meu cd. Precisa amadurecer um pouco mais. Esta segunda atração me deu sono, motivo pelo qual aproveitei para me levantar, ir ao banheiro, comprar algo para comer e beber para, em seguida, retornar ao meu lugar para conferir a atração nacional da noite. O gramado já estava tomado de gente. O público compareceu em peso. Quando às 19:20 horas foi anunciado o show Romance Vol. II, a galera começou a gritar. Músicos entram em cena vestidos de calças pretas e camisetas de malha também pretas com um coração vermelho bem brilhante nelas aplicado. Era a banda de Marisa Orth. Ela entrou de modo triunfal, em um vestido tomara que caia vermelho que tinha uma providencial abertura para deixar à mostra as belas pernas da atriz/cantora. Simpática, sarcástica, sensual, má, diva, doidivana, bêbada, tonta. Marisa Orth encarnou tudo isto em sua apresentação. Não faltou o bordão "Cala a boca Magda!", gritado por alguma idiota da plateia, que Marisa rebateu de pronto, perguntando se a pessoa poderia ser mais criativa. É sabido que ela odeia que façam isto em suas apresentações, pois ela já densercanou a Magda do Sai de Baixo há anos. A plateia delirou com a resposta irônica da cantora. O show é um desfile do cancioneiro romântico. Grande parte das canções resvala no brega. Marisa Orth chegou a dizer que cantava o melhor da MPBBP (Música Popular Brasileira Bem Popular). Um ponto alto do show é a versão dela para Massagem For Men, do repertório de Sharon, cantora que surgiu na década de 1980 na esteira das cantoras bumbum, como a Gretchen. Esta música fazia parte do repertório da Banda Vexame da qual Marisa era vocalista. Bem diferente de Sharon, Marisa Orth não rebola no palco, preferindo uma interpretação mais insinuante, principalmente quando passa as mãos lascivamente no cabo que sustenta o microfone. Também fizeram parte do set list da cantora na noite de domingo sucessos em outras vozes como Minha Fama de Mau (Roberto Carlos), Fruto Proibido (Rita Lee), Amor (Secos & Molhados), As Dores do Mundo (Jota Quest), Lama (Maria Bethânia). Mas o melhor de tudo foi a performance para Insanidade Temporária, música de André Abujamra e Flávio de Souza. Foi uma mistura de interpretação musical com uma encenação teatral. Ótimo. Ao final do show, todos de pé em frente ao palco, durante o bis. Aproveitei para correr até a banquinha montada ao lado do palco para comprar o cd de mesmo nome do show. Adoro o projeto Todos Os Sons, que acontece uma vez por mês, sempre no primeiro domingo após a lua cheia, nos meses de maio, junho, julho, agosto e setembro, quando não chove em Brasília. As próximas atrações nacionais são: o paulista Thiago Pethit em julho, a pernambucana Karina Buhr em agosto e uma grande atração internacional em setembro, quando o projeto Todos Os Sons migra para a Praça do Museu Nacional da República em encerramento conjunto com o festival Cena Contemporânea, com a cantora portuguesa Maria João fazendo o show principal. Imperdível.
Pedro Mariano Quarteto - Projeto Todos Os Sons Domingo CCBB 2011
Marisa Orth no show Romance Vol. II - Projeto Todos Os Sons Domingo CCBB 2011
Marisa Orth no show Romance Vol. II - Projeto Todos Os Sons Domingo CCBB 2011
Marisa Orth no show Romance Vol. II - Projeto Todos Os Sons Domingo CCBB 2011
Nenhum comentário:
Postar um comentário