Uma das minhas bandas preferidas é o Duran Duran, desde os idos de 1980. Não tenho seguido as notícias nos jornais locais, motivo pelo qual não soube previamente que a banda inglesa iria dar um show em Brasília. Só fiquei sabendo do show quando fui comprar ingresso para o espetáculo dos suecos do Roxette, há mais ou menos um mês atrás. Claro que também comprei, de imediato, a entrada para o show do Duran Duran. Paguei R$ 250,00 para o setor premium, o mais próximo do palco. Show marcado para 22 horas do dia 28 de abril de 2012, sábado, no Ginásio Nilson Nelson. Na sexta-feira que antecedeu ao show, recebi uma ligação da empresa Tickets For Fun, promotora da turnê brasileria da banda, informando-me que houve uma troca do local da apresentação, passando a ser no Auditório Master do Centro de Convenções Ulysses Guimarães, não sendo necessária a troca do ingresso. Como conheço o novo local, perguntei como seria para assentar, já que o auditório tem cadeiras fixas. Disseram para não me preocupar, pois a organização do show já providenciara uma maneira de não prejudicar quem tinha comprado entrada para a pista premium. Assim, com meia hora de antecedência, cheguei ao centro de convenções, custando a achar um lugar para estacionar o carro. Não havia fila para entrar. Mostrei meu ingresso e indicaram-me onde ir. Uma simpática moça conferiu a entrada, colocando uma pulseira rosa em meu pulso, pois havia lugar separado para quem tinha comprado pista premium. Dentro do auditório, as cadeiras centrais, mais à frente, estavam separadas para quem tinha o mesmo tipo de entrada que o meu. Mostrei a pulseira para ter acesso a tais cadeiras. Havia muito lugar disponível. Inicialmente, fiquei na fileira L, em cadeira central, com ótima visão do palco. No entanto, vi um amigo duas fileiras à frente, chamando-o pelo nome para cumprimentá-lo. A cadeira ao lado da dele estava vazia, na mesma posição central que eu sentara. Mudei de lugar. Fiquei mais perto do palco e pude trocar ideias e fazer comentários sobre o show com meu amigo. O local não ficou lotado. Houve um atraso de cerca de vinte minutos para que Simon Le Bon e cia entrassem no palco. Como nos últimos shows que tenho ido, o cenário é enxuto, com os músicos da banda estrategicamente posicionados no palco com um grande telão branco ao fundo no qual são projetados filmes e/ou animações gráficas durante as músicas do set list. Assim que as luzes se apagaram, todos ficaram de pé com câmaras digitais e celulares ligados registrando cada movimento dos músicos do Duran Duran. Tenho observado que antes do início das apresentações de atrações internacionais no Brasil não há mais avisos de que não é permitido filmar ou fotografar sem prévia autorização. Em época de redes sociais, a necessidade de estar conectado e dizer para o mundo o que estamos fazendo é uma tônica e brigar contra isto é quase impossível. Assim, a proibição de filmar/fotografar torna-se inócua, sendo inútil brigar por manter tal proibição. Que isto sirva de exemplo para os shows nacionais. Voltando ao show, algumas pessoas pediram para quem estivesse em pé se sentasse, mas as solicitações foram em vão. Vimos o show todinho em pé. Logicamente que se fosse em um local sem cadeiras, seria mais confortável para dançar, mas, por outro lado, as cadeiras serviam de barreira para que não houvesse uma aglomeração, o empurra-empurra típico da parte mais à frente em shows de pop-rock. Com uma calça branca com frisos escuros nas laterais, lembrando um traje étnico, camisa preta e um blazer prateado e preto, Simon Le Bon começou o show com Before The Rain, música do mais recente trabalho da banda, lançado em 2011. Mesmo desconhecida para a maior parte do público presente, a música atiçou a galera que não mais deixou de dançar e participar de cada canção apresentada. O set list da noite mesclou os grandes hits da banda com músicas do novo cd, All You Need Is Now. A cada sucesso cantado, o público respondia com aplausos e gritos, cantando junto, batendo palmas, assobiando. Foi um sucesso atrás do outro: Planet Earth, Come Undone, Is There Something I Should Know, A View to A Kill, The Reflex, Save a Prayer, Notorious, Ordinary World, Hungry Like The Wolf, Wild Boys, Girls on Film, Rio, (Reach Up For The) Sunrise (a lista não está na ordem em que foi apresentada no show). Antes de iniciar The Reflex, Le Bon desceu do palco, foi até a primeira fileira de cadeiras e pediu a um rapaz para ajudá-lo a iniciar a próxima canção, sem identificá-la. Ficou no lá-rá-lá, esquentando o público. Voltou ao palco e soltou os primeiros versos de The Reflex. Foi uma euforia total. Além da primeira música, também fazem parte do novo cd e entraram no set list do show All You Need Is Now (ótima, por sinal), Safe (In The Heart of The Moment) e Girl Panic!, esta última com um excelente vídeo clip com top models, backstage de desfiles, paparazzi (entre eles, os integrantes da banda), bem ao estilo que consagrou a banda nos anos 80. Mais perto do final, quando minhas canções favoritas já haviam tocado (A View to a Kill, Come Undone e Save a Prayer), uma grata surpresa. Simon Le Bon chamou ao palco Fernanda Takai, vocalista do Pato Fu e fão confessa do Duran Duran, para dividir os vocais em Ordinary World. Takai estava visivelmente emocionada, mas segurou bem o dueto. Foi uma bela apresentação. A música que encerrou o show, antes do bis, foi Wild Boys, com a galera cantando toda a letra em plenos pulmões. Depois do inevitável pedido de bis, eles retornaram para a apresentação de cada um dos integrantes do grupo, além dos participantes do show (o saxofonista e Anna Ross, a backing vocal, que segurou bem em todas as canções, além de ter um momento solo). Para finalizar a apresentação, Le Bon disse que não poderia se auto apresentar, descendo novamente do palco para pedir a uma jovem que o apresentasse. Finalizaram com as conhecidíssimas Girls on Film e Rio. Foram quase duas horas de um show nostálgico, dançante e alto astral. Gostei muito de vê-los no palco pela primeira vez, confirmando o que sempre li e ouvi dizer do Duran Duran: eles são melhores ao vivo do que em discos.
música
show