Pesquisar este blog

segunda-feira, 30 de abril de 2012

DURAN DURAN - CENTRO DE CONVENÇÕES ULYSSES GUIMARÃES






Uma das minhas bandas preferidas é o Duran Duran, desde os idos de 1980. Não tenho seguido as notícias nos jornais locais, motivo pelo qual não soube previamente que a banda inglesa iria dar um show em Brasília. Só fiquei sabendo do show quando fui comprar ingresso para o espetáculo dos suecos do Roxette, há mais ou menos um mês atrás. Claro que também comprei, de imediato, a entrada para o show do Duran Duran. Paguei R$ 250,00 para o setor premium, o mais próximo do palco. Show marcado para 22 horas do dia 28 de abril de 2012, sábado, no Ginásio Nilson Nelson. Na sexta-feira que antecedeu ao show, recebi uma ligação da empresa Tickets For Fun, promotora da turnê brasileria da banda, informando-me que houve uma troca do local da apresentação, passando a ser no Auditório Master do Centro de Convenções Ulysses Guimarães, não sendo necessária a troca do ingresso. Como conheço o novo local, perguntei como seria para assentar, já que o auditório tem cadeiras fixas. Disseram para não me preocupar, pois a organização do show já providenciara uma maneira de não prejudicar quem tinha comprado entrada para a pista premium. Assim, com meia hora de antecedência, cheguei ao centro de convenções, custando a achar um lugar para estacionar o carro. Não havia fila para entrar. Mostrei meu ingresso e indicaram-me onde ir. Uma simpática moça conferiu a entrada, colocando uma pulseira rosa em meu pulso, pois havia lugar separado para quem tinha comprado pista premium. Dentro do auditório, as cadeiras centrais, mais à frente, estavam separadas para quem tinha o mesmo tipo de entrada que o meu. Mostrei a pulseira para ter acesso a tais cadeiras. Havia muito lugar disponível. Inicialmente, fiquei na fileira L, em cadeira central, com ótima visão do palco. No entanto, vi um amigo duas fileiras à frente, chamando-o pelo nome para cumprimentá-lo. A cadeira ao lado da dele estava vazia, na mesma posição central que eu sentara. Mudei de lugar. Fiquei mais perto do palco e pude trocar ideias e fazer comentários sobre o show com meu amigo. O local não ficou lotado. Houve um atraso de cerca de vinte minutos para que Simon Le Bon e cia entrassem no palco. Como nos últimos shows que tenho ido, o cenário é enxuto, com os músicos da banda estrategicamente posicionados no palco com um grande telão branco ao fundo no qual são projetados filmes e/ou animações gráficas durante as músicas do set list. Assim que as luzes se apagaram, todos ficaram de pé com câmaras digitais e celulares ligados registrando cada movimento dos músicos do Duran Duran. Tenho observado que antes do início das apresentações de atrações internacionais no Brasil não há mais avisos de que não é permitido filmar ou fotografar sem prévia autorização. Em época de redes sociais, a necessidade de estar conectado e dizer para o mundo o que estamos fazendo é uma tônica e brigar contra isto é quase impossível. Assim, a proibição de filmar/fotografar torna-se inócua, sendo inútil brigar por manter tal proibição. Que isto sirva de exemplo para os shows nacionais. Voltando ao show, algumas pessoas pediram para quem estivesse em pé se sentasse, mas as solicitações foram em vão. Vimos o show todinho em pé. Logicamente que se fosse em um local sem cadeiras, seria mais confortável para dançar, mas, por outro lado, as cadeiras serviam de barreira para que não houvesse uma aglomeração, o empurra-empurra típico da parte mais à frente em shows de pop-rock. Com uma calça branca com frisos escuros nas laterais, lembrando um traje étnico, camisa preta e um blazer prateado e preto, Simon Le Bon começou o show com Before The Rain, música do mais recente trabalho da banda, lançado em 2011. Mesmo desconhecida para a maior parte do público presente, a música atiçou a galera que não mais deixou de dançar e participar de cada canção apresentada. O set list da noite mesclou os grandes hits da banda com músicas do novo cd, All You Need Is Now. A cada sucesso cantado, o público respondia com aplausos e gritos, cantando junto, batendo palmas, assobiando. Foi um sucesso atrás do outro: Planet Earth, Come Undone, Is There Something I Should Know, A View to A Kill, The Reflex, Save a Prayer, Notorious, Ordinary World, Hungry Like The Wolf, Wild Boys, Girls on Film, Rio, (Reach Up For The) Sunrise (a lista não está na ordem em que foi apresentada no show). Antes de iniciar The Reflex, Le Bon desceu do palco, foi até a primeira fileira de cadeiras e pediu a um rapaz para ajudá-lo a iniciar a próxima canção, sem identificá-la. Ficou no lá-rá-lá, esquentando o público. Voltou ao palco e soltou os primeiros versos de The Reflex. Foi uma euforia total. Além da primeira música, também fazem parte do novo cd e entraram no set list do show All You Need Is Now (ótima, por sinal), Safe (In The Heart of The Moment) e Girl Panic!, esta última com um excelente vídeo clip com top models, backstage de desfiles, paparazzi (entre eles, os integrantes da banda), bem ao estilo que consagrou a banda nos anos 80. Mais perto do final, quando minhas canções favoritas já haviam tocado (A View to a Kill, Come Undone e Save a Prayer), uma grata surpresa. Simon Le Bon chamou ao palco Fernanda Takai, vocalista do Pato Fu e fão confessa do Duran Duran, para dividir os vocais em Ordinary World. Takai estava visivelmente emocionada, mas segurou bem o dueto. Foi uma bela apresentação. A música que encerrou o show, antes do bis, foi Wild Boys, com a galera cantando toda a letra em plenos pulmões. Depois do inevitável pedido de bis, eles retornaram para a apresentação de cada um dos integrantes do grupo, além dos participantes do show (o saxofonista e Anna Ross, a backing vocal, que segurou bem em todas as canções, além de ter um momento solo). Para finalizar a apresentação, Le Bon disse que não poderia se auto apresentar, descendo novamente do palco para pedir a uma jovem que o apresentasse. Finalizaram com as conhecidíssimas Girls on Film e Rio. Foram quase duas horas de um show nostálgico, dançante e alto astral. Gostei muito de vê-los no palco pela primeira vez, confirmando o que sempre li e ouvi dizer do Duran Duran: eles são melhores ao vivo do que em discos.



música
show

domingo, 29 de abril de 2012

UM DIA NA ILHA DE SANTIAGO - CABO VERDE

Após uma semana de intenso trabalho na Cidade da Praia, capital de Cabo Verde, tivemos o sábado livre para conhecer um pouco a Ilha de Santiago, uma das dez ilhas que formam o país africano de língua portuguesa. Nosso voo de volta estava marcado para 23:45 horas do sábado. Assim, o dia era todo nosso. Éramos oito pessoas, seis brasileiros e duas portuguesas. Contratamos uma van com motorista e uma guia para fazer um percurso pela ilha, iniciando na Cidade da Praia, percorrendo o interior até Tarrafal, cidade no extremo oposto, retornando pelo litoral. Pagamos 11000$00, cerca de € 110, para o tour. Às 9:00 horas, motorista e guia já estavam na portaria do Hotel Vista, onde estávamos hospedados. Os seis brasileiros entraram no carro, quando fomos até o Hotel América para buscar as duas portuguesas. Grupo completo, fomos para a parte mais baixa da Praia, onde fizemos nossa primeira parada: Mercado de Sucupira. Na verdade, é uma feira enorme, um labirinto de barracas, puxadinhos, bancas, galpões, que vendem de tudo: roupas, calçados, tecidos, artesanato, comida típica, verduras, legumes, frutas, cereais, galinhas vivas, peixes, doces, cds, cabelos, cosméticos, jóias, bijuterias, enfim, de tudo um pouco, incluindo muito produto de grife falsificado made in China. Quem me conhece sabe que não gosto deste tipo de lugar, mas como estava em grupo, acabei curtindo o tal mercado. As barracas e lojinhas que vendem cabelo foram novidade para mim. Muita trança e mechas embrulhadas em embalagens individuais ficam penduradas nas barracas que também funcionam como um salão de beleza, onde as mulheres colocam ali mesmo os apliques que compram. Cabo Verde é um país muito musical e isto se nota fortemente neste mercado, pois além de sempre haver música tocando, há um sem número de lojinhas vendendo cds, a maioria deles visivelmente piratas, com o melhor do ritmo local. Até uma versão em crioulo, dialeto local, da música Ai Se Eu Te Pego eu ouvi enquanto estava na feira. O artesanato caboverdiano não é bonito e isto já tinham me avisado durante o evento. As peças interessantes que achamos no mercado vinham quase todas do Senegal. Para comprar, a negociação é regra. Muita barganha para levar um cesto de palha para casa. Não era para mim, apenas ajudei uma das brasileiras a barganhar, pois o vendedor era senegalês e resolvia falar francês de uma hora para outra. Quando achamos o setor de tecidos, aqueles bem coloridos, típicos da África, um fato me chamou a atenção. Em todas as barracas há um ou dois homens (nunca mulheres) que cortam e costuram blusas, vestidos, saias, na hora. É escolher o tecido, o modelo, tirar as medidas, sentar e esperar. Enquanto o pessoal comprava os tais tecidos, fui conhecer o pedaço da feira que vendia os alimentos. Praticamente tudo que lá é vendido é de produção familiar, sem agrotóxicos. Não há muita variedade de legumes, frutas e verduras, com as mesmas coisas que vemos todos os dias em feiras e mercados brasileiros. No mesmo local estão as galinhas vivas que podem ser abatidas ali mesmo e as bancas com os peixes, que chegam todos os dias pescados no mar local e limpos na frente do freguês. O cheiro não é muito agradável nesta parte do mercado. Outro lugar que me chamou a atenção foi um galpão com muitos tambores. As pessoas abriam tambor por tambor, que estavam repletos de roupas. As roupas eram separadas e vendidas ali mesmo. Curioso, fui perguntar de onde vinham os tambores. Todos eles eram despachados dos Estados Unidos por parentes de caboverdianos que viviam na América. Durante a visita à ilha, vimos vários tambores em frente às casas, com as roupas expostas no chão para quem quisesse comprar. Ainda no mercado, em barracas com produtos senegaleses, vi a flor seca do bissap, cujo suco tomamos a semana inteira durante os almoços no evento internacional do qual participei. Parece um hibisco e seu suco tem uma cor bem viva, bonina, com sabor muito doce. Saímos do mercado e pegamos a estrada em direção a São Domingo. No caminho, vimos um campo de captação de vento para a geração de energia eólica. A paisagem era árida, muito seca, marrom. A guia nos disse que a vegetação só fica verde no período de chuvas, que acontece nos meses de julho e agosto. O céu estava claro, azul, mas com uma espécie de névoa, deixando o horizonte um pouco embaçado. A pobreza é visível durante a viagem, com muitas casas sem terminar, sem esgoto ou saneamento básico, com muitas galinhas e cabras pelas ruas. Nossa primeira parada foi na Barragem do Poilão, construída pelos chineses para represar a água da chuva, possibilitando a irrigação das plantações no seu entorno, além de garantir o abastecimento de água à população local durante a seca. Um inusitado pagode chinês foi construído em uma das extremidades da barragem. Segundo a guia nos disse, um festival do milho ocorre no local anualmente no dia 01º de novembro. Deixamos o interior em direção ao litoral, passando por pequenos vilarejos, em estradas bem ruins, motivo pelo qual a van sacolejava muito, impedindo uma maior velocidade. Paramos duas vezes para tirar fotos do belo litoral, sem praias, apenas pedras, tanto na cidade Pedra Badejo quanto na cidade Calheta de São Miguel. Após quase três horas de viagem, chegamos à Tarrafal, uma cidade litorânea usada pelos caboverdianos como um balneário, pois ali há praias com areia. Era nosso destino. Descemos, e, com fome, fomos direto almoçar no restaurante Baía Verde. Após o almoço, o grupo foi até onde alguns senegaleses vendiam artesanato. Uma colega quis comprar uma máscara, mas a que ela gostou estava quebrada. O vendedor disse que era uma máscara antiga, achando que ela era trouxa e cairia neste conto do vigário. Claro que ela não comprou. Todos quiseram descer até a praia e entrar no mar. Fui com eles para conhecer a pequena baía, mas logo me alojei em uma sombra, enquanto a turma se refestelava nas águas caboverdianas. Depois foi um problema para achar água doce para tirar o sal do corpo, principalmente dos cabelos. Demoraram cerca de trinta minutos nesta aventura. Voltamos para o carro, seguindo em direção a uma pequena localidade chamada Chão Bom onde está o Museu da Resistência, também conhecido como Campo de Concentração do Tarrafal. Pagamos 100$00 cada um para entrar e conhecer onde presos políticos do governo português ficavam confinados entre as décadas de 1930 a 1970. Em tom amarelo, com conservação mediana, a edificação é considerada monumento nacional. A visita é bem rápida. Uma frase dita por um médico que trabalhou no local mostra bem o grau de sacanagem que havia naquela prisão: "não estou aqui para curar, mas para passar certidões de óbito". Quando saímos do museu, fomos cercados por dezenas de crianças e adolescentes pedindo uma moeda ou uma caneta para a escola. Dá para cortar o coração a cara que as crianças fazem. Seguimos em frente, tomando a estrada que liga Tarrafal à Cidade da Praia pelo interior da ilha. A volta foi mais tranquila, pois o maior trecho é percorrido em estradas asfaltadas. No caminho, vimos as montanhas e a vegetação que estão na área do Parque Natural da Serra da Malagueta. Passamos por dentro da cidade de Assomada, mais estruturada do que as outras que vimos na ida, chegando novamente em São Domingo. Antes de retornar à Praia, o motorista pegou o caminho da Cidade Velha, primeira capital do país, onde estão monumentos históricos como o Forte de São Filipe, as ruínas da Sé Catedral e do Pelourinho, que, na época do tráfico negreiro, funcionava como um entreposto entre a África e o Brasil. Infelizmente quando chegamos nas muradas do Forte de São Filipe já era noite, impedindo-nos de entrar e conhecê-lo. Resolvemos não descer para a Cidade Velha, já que o forte fica em um planalto, voltando para o nosso hotel, onde chegamos por volta de 20 horas, cansados e tendo que ser rápidos para tomar banho, acabar de fechar as malas, fazer o check out para ir para o aeroporto, já que o nosso transporte sairia do hotel às 21:15 horas. Para piorar, todos estavam no mesmo quarto, uma vez que tivemos que entregar os demais quartos antes de sairmos em excursão pela ilha. No fim, tudo deu certo. Embarcamos perto de meia noite para nosso regresso à Brasília, fazendo uma conexão em Lisboa, Portugal.


Barraca de venda de cabelos - Mercado de Sucupira


Tecidos no Mercado de Sucupira


Paisagem árida da Ilha de Santiago - Cabo Verde


Pagode chinês na Barragem do Poilão


Barragem do Poilão


Litoral de Calheta de São Miguel


Praia de Tarrafal


Praia de Tarrafal


Praia de Tarrafal


Museu da Resistência - Chão Bom, Tarrafal


Museu da Resistência - Chão Bom, Tarrafal


Museu da Resistência - Chão Bom, Tarrafal


Museu da Resistência - Chão Bom, Tarrafal


Museu da Resistência - Chão Bom, Tarrafal

turismo

sexta-feira, 27 de abril de 2012

GASTRONOMIA EM TARRAFAL (CABO VERDE) - BAÍA VERDE



Endereço
: Baía de Tarrafal, Tarrafal, Ilha de Santiago, Cabo Verde.

Especialidade: peixes e frutos do mar.

Ambiente: simples, com mesas azuis de plástico. A placa da entrada é coberta por folhagens das árvores que decoram o local, com predominância da cor que empresta seu nome ao restaurante: verde. No corredor que dá acesso ao salão há um tapete verde, imitando grama, conferindo um ar kitsch ao lugar. Vasos de plantas ficam ao longo do corredor de entrada. As amplas janelas permitem aos clientes uma vista deslumbrante da baía. Todas as mesas ao longo das janelas estavam ocupadas, motivo pelo qual fomos acomodados em uma mesa na segunda fileira, permitindo-nos ver a paisagem. O teto é de folha de zinco, com panos coloridos cobrindo sua parte central, de onde pendem ventiladores que amenizam o calor, além de alguns penduricalhos prateados/dourados. Televisores ligados em canal esportivo completavam a decoração.



Praia de Tarrafal




Serviço: simples, informal, mas que deu conta do recado. Só mulheres atendem às mesas. Os pratos não demoraram a serem servidos.

Quando fui: almoço do dia 21 de abril de 2012, sábado. Éramos nove pessoas.

O que bebi: uma garrafa de Fanta laranja.

O que comi: o cardápio não é extenso. Tem três ou quatro variedades de peixes e algumas opções de pratos com mariscos. Atum e serra são destaques. Pedi um serra grelhado, acompanhado por legumes e banana verde cozidos. Embora a garçonete nos disse que os pratos eram individuais, os peixes são muito bem servidos. Meu prato consistiu de duas postas grandes de serra, servido com pele, e muitos legumes cozidos. Acabou sobrando muita coisa na mesa. O peixe estava grelhado além do ponto, ficando algumas partes da carne duras. Gostei mais dos legumes, bem cozidos, sem tempero, preservando o sabor natural da couve, do repolho, da batata, da mandioca, da cenoura (era muito doce), da abóbora e da banana verde, este o melhor de todos os acompanhamentos servidos.



serra grelhado


Quanto paguei: 1500$00 (€ 15), valor individual.

A avaliação a seguir leva em consideração a experiência por mim vivenciada durante a minha visita ao restaurante, desde o momento da reserva (quando há), passando pela recepção, acomodação na mesa, atendimento, tempo de chegada dos pedidos, até o pagamento da conta. Esta avaliação varia de um a cinco asteriscos, representados pelo símbolo (*), podendo ter a variação de meio asterisco, representada pelo formato (1/2).

Minha avaliação: * * 1/2. Valeu pela paisagem, pelo descanso após uma longa viagem de van por estradas ruins e pela banana verde cozida.

Gastronomia Tarrafal (Cabo Verde)
turismo

quinta-feira, 26 de abril de 2012

COMI POR AÍ - QUERO COMER

Desde ontem, 25 de abril de 2012, um texto escrito por mim está disponível na coluna Comi Por Aí do site Quero Comer. Escrevi sobre minha experiência enogastronômica no il Ristorante Trussardi Alla Scala, em Milão, Itália. Para ler, basta clicar aqui.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

GASTRONOMIA NA CIDADE DA PRAIA (CABO VERDE) - TIA IRENE



Endereço: Rua da Felicidade, s/nº, Achada de Santo Antônio, Cidade da Praia, Cabo Verde.

Especialidade: culinária caboverdiana, com predominância de peixes e frutos do mar.

Ambiente: fica em loja no térreo de um edifício alaranjado, ao lado do Supermercado Felicidade. Há uma espécie de varanda em uma invasão na calçada, toda fechada, onde as mesas são de plástico, e um salão interno, com cadeiras em vime, mesas cobertas com toalhas, um bar ao fundo, um console ao centro e uma televisão ligada em canal esportivo transmitindo jogos de futebol de times portugueses. Na parede há quadros coloridos de artistas locais.





Serviço: esforçado, mas longe de ser profissional. Não houve demora no atendimento da mesa, nem para tirar os pedidos, nem na chegada dos pratos. O chef Carlos é uma simpatia em pessoa. Divertido, foi à mesa para ver se tudo esteve do nosso agrado e ainda ofereceu uma dose de licor de amêndoas amargas como cortesia ao final do jantar. Além dos pratos do cardápio, há sempre uma sugestão do dia, geralmente prato com algum pescado fresco.

Quando fui: jantar do dia 16 de abril de 2012. Repeti a dose no jantar do dia 18 de abril de 2012. Em ambas as ocasiões éramos dez pessoas.

O que bebi: no primeiro jantar experimentei o vinho branco do Fogo, produzido em uma das ilhas que fazem parte do país, a Ilha do Fogo. Para acompanhar, água sem gás Trindade. O vinho me surpreendeu (e olha que não sou apreciador de vinho branco!), pois é leve, refrescante, foi servido na temperatura ideal e harmonizou otimamente com o peixe grelhado que pedi. A água é produzida na Ilha de Santiago, sendo bem leve. O curioso é que sempre é servida em garrafas de 1,5 litro nos restaurantes. No segundo jantar, estava com leve dor de cabeça, motivo pelo qual só bebi uma garrafa de Coca Cola. Há muito não bebia refrigerante normal. Tinha até me esquecido do sabor. É difícil encontrar as versões light e zero dos refrigerantes em Cabo Verde. Nas duas noites finalizei o jantar com um chá de erva cidreira, além de beber uma dose do licor de amêndoas amargas oferecido pelo chef e proprietário do restaurante.

O que comi: compartilhamos nas duas noites as entradas da casa: um cesto com pão francês cortado em rodelas e torradas levemente salgadas (uma delícia, por sinal), além de um prato com azeitonas verdes e queijo branco em cubos com um fio de azeite português extra virgem. Nos dois jantares pedi a sugestão do dia. Na primeira noite, um filé de peixe serra grelhado com um molho de cebolas e pimentões cozidos, acompanhado de purê de batatas temperado com salsinha. Fiquei fã deste peixe. Carne branca, macia, com sabor marcante. Ele ficou ainda melhor com as cebolas. O purê de batatas estava bem diferente do que costumo comer. Tinha menos leite e menos manteiga, sobressaindo o sabor das batatas e da salsinha. Gostei muito. A sugestão do dia no segundo jantar era um carril de atum com camarões fritos, acompanhado de legumes sortidos cozidos. Perguntei o que era carril, obtendo a resposta de ser o nosso conhecido curry. Como tenho dificuldades na digestão deste tempero, pedi o prato sem o molho, o que fui prontamente atendido. A fama do atum do mar de Cabo Verde é grande, tanto o fresco quanto o enlatado, e pude comprovar isto ao saborear este prato. A cor do peixe é diferente do que estamos acostumados a comer no Brasil, menos vermelha, mas a textura da carne é muito macia e o sabor é fantástico. Aliado ao tempero utilizado no preparo do prato, ficou maravilhoso. Achei que meu pedido foi acertado, pois o prato original vem com um espesso molho curry que, segundo os que o experimentaram, sufocou o sabor do peixe. Entre os legumes, destaco a mandioca cozida e, embora não sendo legume, a banana verde, também cozida. Embora só tenha experimentado um pouquinho do prato, destaco ainda a cataplana de mariscos que minhas colegas dividiram. Além de ter uma apresentação muito bonita, seu aroma e sabor são especiais. 



peixe serra grelhado


atum com camarões fritos


a versão original do prato da foto acima: carril de atum com camarões fritos


cataplana de mariscos

Quanto paguei: 2.000$00 (€ 20).

A avaliação a seguir leva em consideração a experiência por mim vivenciada durante a minha visita ao restaurante, desde o momento da reserva (quando há), passando pela recepção, acomodação na mesa, atendimento, tempo de chegada dos pedidos, até o pagamento da conta. Esta avaliação varia de um a cinco asteriscos, representados pelo símbolo (*), podendo ter a variação de meio asterisco, representada pelo formato (1/2).

Minha avaliação: * * * 1/2. Não só fui duas vezes, como também o indiquei para um colega de trabalho que chegou na Cidade da Praia enquanto eu estava lá.

Gastronomia Cidade da Praia (Cabo Verde)
turismo

terça-feira, 24 de abril de 2012

GASTRONOMIA EM LISBOA (PORTUGAL) - PASTÉIS DE BELÉM



Endereço: Rua de Belém, 84 a 92, Belém , Lisboa, Portugal.

Especialidade: é uma confeitaria famosa por seus pastéis de nata. No caso, os pastéis ganham a denominação mundialmente famosa: Pastéis de Belém, pois foi ali, a partir de 1837, que esta iguaria portuguesa começou a ser fabricada e vendida. Embora a fama do local é devida ao seu pastel de natas, há outras opções de confeitaria vendidas na casa, tais como bolos, biscoitos sortidos, doce de tomate, geleia de abóbora, marmelada de belém, entre outros.

Ambiente: fica em uma casa grande, onde também funciona a fábrica de doces. Do lado de fora, os toldos azuis se destacam, além das duas filas que se formam em frente ao balcão. Logo na entrada está o balcão com três atendentes apenas para retirar o pedido de quem vai comer em pé ou levar as iguarias para saboreá-las em outro local. Expostos na vitrine que circunda o balcão estão os famosos pastéis de belém e outros doces menos cotados. Atrás do mesmo balcão, um movimento frenético de funcionários embalando os pastéis de nata que saem a todo instante dos fornos da fábrica. Mais para o fundo, existem seis salões, com mesas lotadas de turistas que chegam até lá para experimentar o doce descrito em todos os idiomas nas centenas de guias de turismo publicados ao redor do mundo. A decoração preserva a tradição portuguesa com azulejaria azul e branco cobrindo a metade de baixo das paredes com fontes (sem funcionar) em formato de peixe estrategicamente colocadas nos diversos ambientes. Um dos azulejos fixados na parte superior da parede do salão por trás do balcão indica a data em que os pastéis começaram a ser fabricados ali: 1837.







Serviço: enfrentamos a fila apenas para comer um pastel de belém, motivo pelo qual não fomos disputar mesas. Embora grande, a fila anda rapidamente. As atendentes do balcão funcionam no automático, repetindo milhares de vezes as mesmas frases por dia. Os homens que atendem por trás do balcão são brutos, pouco simpáticos, mas dou um desconto, pois os turistas amontoam e se acotovelam para logo serem atendidos, criando um pequeno caos no primeiro ambiente do local.

Quando fui: fazer um lanche no final da manhã do dia 15 de abril de 2012, domingo. Éramos sete pessoas.

O que bebi: uma lata de Coca Cola Zero.

O que comi: um pastel de nata, ou melhor, um Pastel de Belém.




Quanto paguei: € 6.

A avaliação a seguir leva em consideração a experiência por mim vivenciada durante a minha visita ao restaurante, desde o momento da reserva (quando há), passando pela recepção, acomodação na mesa, atendimento, tempo de chegada dos pedidos, até o pagamento da conta. Esta avaliação varia de um a cinco asteriscos, representados pelo símbolo (*), podendo ter a variação de meio asterisco, representada pelo formato (1/2).

Minha avaliação: * * * * 1/2. Não foi a primeira vez que lá estive e, com certeza, não será a última. O pastel de natas é divino.

Gastronomia Lisboa (Portugal)

segunda-feira, 23 de abril de 2012

GASTRONOMIA EM LISBOA (PORTUGAL) - LA BRASSERIE DE L'ENTRECÔTE


Endereço: Rua do Alecrim, 117-121, Chiado, Lisboa, Portugal.

Especialidade: serve apenas o entrecôte, com uma opção para quem é vegetariano.

Ambiente: fica em um prédio antigo no centro histórico de Lisboa. Uma porta de vidro, com a logo da casa em verde, separa a rua dos três ambientes internos, onde a madeira dá o tom na decoração, que é antiga, especialmente nas estantes, armários, mesas e no revestimento do bar. A casa tem o desenho de um L, sendo as mesas dispostas ao longo do corredor maior. Este corredor tem níveis diferenciados, com uma escada no meio dele. No corredor menor fica o bar, todo em madeira, as mesas mais concorridas e os banheiros. Ficamos na primeira mesa da entrada.




Serviço: ruim. Os garçons são mal humorados, como se estivessem fazendo um favor em nos atender. Demoraram a trazer o cardápio e em explicar o sistema do restaurante. A comida não demora. Após sermos servidos, um garçom ficou responsável em ficar repondo as batatas fritas na mesa, o que fez em tempo certo.

Quando fui: almoço do dia 15 de abril de 2012, domingo. Éramos sete.

O que bebi: pedimos uma garrafa do vinho tinto José de Sousa 2010, um vinho regional do Alentejo produzido por José Maria da Fonseca a partir das castas grand noir (42%), trincadeira (36%) e aragonez (22%). Harmonizou muito bem com o prato principal, o entrecôte à moda de Paris. Acompanhou o vinho uma garrafa da água mineral com gás Pedras, muito boa, por sinal. Finalizei o almoço com uma xícara de café Delta.

O que comi: logo que sentamos, colocaram à mesa cesto com pães, três tipos de patê (atum, azeitona preta e queijo) e manteiga. Não há o que escolher. A casa trabalha com prato único (com uma opção para quem é vegetariano). No caso, com o corte bovino entrecôte, o nosso contra-filé. Acompanha a carne salada e batatas fritas. No caso da salada, escolhemos entre duas opções: com ou sem atum. Escolhi a salada mais simples, com alface, rúcula, nozes moídas e vinagrete. Para a carne, o garçom sai anotando o ponto que cada um quer. Pedi "ao ponto". Diferente do Café de Paris, que inspirou o restaurante em que estávamos, o molho da carne não é uma manteiga de ervas colocada sobre a carne que derrete com o calor do prato. O entrecôte vem envolto em um espesso molho verde, chamado molho brasserie, onde o orégano se sobressaía. Este molho também é feito à base de manteiga. A salada estava muito boa. A função das nozes moídas era para suavizar o sabor ácido do vinagrete. A carne vem partida em tirinhas, no formato de um bife. Estava macia, mas o molho dominava o prato, mascarando o sabor da carne. Já comi pratos semelhantes bem melhores.



salada de alface, rúcula, nozes moídas e vinagrete


entrecôte ao molho brasserie


Quanto paguei: € 34, valor individual.

A avaliação a seguir leva em consideração a experiência por mim vivenciada durante a minha visita ao restaurante, desde o momento da reserva (quando há), passando pela recepção, acomodação na mesa, atendimento, tempo de chegada dos pedidos, até o pagamento da conta. Esta avaliação varia de um a cinco asteriscos, representados pelo símbolo (*), podendo ter a variação de meio asterisco, representada pelo formato (1/2).

Minha avaliação: * * . Serviço displicente e comida apenas razoável. Em Lisboa é melhor procurar um restaurante de culinária portuguesa.

Gastronomia Lisboa (Portugal)