Hard Rock Hotel Panama Megalopolis
Cheguei à Cidade do Panamá às 14 horas da segunda-feira, dia 25 de fevereiro, no horário previsto. O desembarque foi rápido. Muita gente ficou no aeroporto para conexão. São poucos os que ficam no Panamá. Fui rapidamente para o controle de imigração, onde o código de barras de meu novo passaporte não foi lido por duas vezes, fazendo com que a atendente ficasse de cara amarrada, mas logo um sorriso apareceu no seu rosto e, enquanto ela fazia os procedimentos necessários, ficamos conversando. Ao ser liberado, ela me entregou um folheto com um cartão de seguro-saúde, cortesia do governo panamenho para o estrangeiro que desembarca no país, garantindo eventuais atendimentos no período de estadia de todo turista. Ela ainda me desejou uma ótima permanência no Panamá. Minha bagagem demorou uns vinte minutos para aparecer na esteira. Depois de pegá-la, fui para o controle alfandegário, onde entreguei o formulário que recebi durante o voo, devidamente preenchido, e passei mala, mochila e bolsa pela máquina de raio X. Em seguida, saguão de desembarque, onde procurei o cartaz "Megalopolis", conforme explicado em e-mail pelo Hard Rock Hotel Panama Megalopolis, uma vez que tinha contratado o serviço de traslado aeroporto-hotel-aeroporto por U$ 36 (R$ 72,00), mais taxas, com lançamento na conta do meu quarto. Um sorridente funcionário estava ao lado da placa. Quando me apresentei, perguntou se estava só, recebendo resposta afirmativa e me levando até o balcão da empresa. Lá, não acharam meu nome. Peguei o celular e mostrei o e-mail confirmando o traslado. A atendente me disse que estavam com problema de energia, motivo pelo qual não conseguiria checar no computador. Só então percebi que o aeroporto tinha luzes mais fracas. Ela pediu para eu esperar um pouco, sentado em uma cadeira em frente ao balcão, enquanto fazia meu recibo. Não demorou nem dez minutos o recibo ficar pronto, eu assinar e ser acompanhado até a van que me conduziu ao hotel. Eu não tinha contratado um serviço privativo, mas fui sozinho no carro. O motorista me disse que em dias normais o trajeto é cravado em 18 minutos, mas como o trânsito estava confuso mais para perto do hotel, levaríamos um tempo maior. Culpou o trânsito lento pela falta de energia na cidade. Aproveitei para pedir algumas informações sobre a cidade, especialmente sobre a necessidade de fazer câmbio. Não precisava de trocar dólares por balboa, a moeda local, uma vez que o dólar era moeda corrente no país. Disse também que à noite era recomendável não andar a pé por certas regiões e que para pegar um táxi, era melhor negociar o preço antes, pois não havia taxímetro. Levamos cerca de quarenta minutos para chegar ao hotel. As duas maiores entradas do enorme hotel estavam fechadas. O motorista me deixou em uma entrada menor, quase na esquina. Ao entrar, nada de música, como eu esperava, e tudo escuro. No check in, o recepcionista me disse que estavam com problemas de energia, mas que um elevador funcionava com gerador. Pediu desculpas pelo inconveniente, dizendo que estavam fazendo todos os esforços para minimizar os problemas com a falta de luz. Muita gente aguardava sentado nos diversos sofás da recepção e havia muita bagagem no lobby do hotel também. Os procedimentos do check in foram rápidos. O recepcionista me perguntou se preferia vista para o mar ou para a cidade. Devolvi a pergunta para ele, que me respondeu que preferia a vista da cidade. Tive a mesma escolha. Recebi a chave magnética do quarto 4036, ou seja, estava no 40º andar. São muitos elevadores espalhados pelo amplo saguão do hotel. Com certeza mais de dez. Peguei o mais próximo de onde fiz o check in, único que funcionava. Mas não tinha fila nenhuma. Subi sozinho. O quarto é enorme, com uma sala/cozinha, um bom banheiro e um quarto com uma janela que ocupa o lugar da parede, com uma ótima vista para a cidade, com um prédio de arquitetura torcida dominando a paisagem. O calor que fazia no quarto era grande. Tentei ligar o ar condicionado, mas não fui feliz. Tentei navegar na internet, mas também sem chances. Desfiz a mala, tomei um banho, tentei tudo de novo e nada. Resolvi descer. No corredor do andar, apertei os botões dos elevadores e não tive resposta. Andei por toda a extensão do andar, aproveitando para ver a decoração com objetos de artistas do pop-rock, no caso, instrumentos musicais que pertenceram a integrantes da banda Van Halen. Encontrei uma camareira do hotel que me disse que tinham desligado todos os elevadores, até mesmo o que funcionava com gerador. Ela me falou que a falta de energia era uma constante no país e que isto preocupava muito, pois afugentava turistas. Assim, descobri que a falta de energia era geral, todo o Panamá estava sem luz desde às duas horas da tarde, horário em que cheguei ao país. Voltei para o quarto. A energia passou a ficar intermitente, indo e voltando em espaços de dez minutos. O ar condicionado ligava, mas nem dava para refrigerar o quarto, pois logo desligava. O calor era insuportável e sendo moderno o hotel, não havia como abrir janelas, pois elas eram apenas uma parede de vidro. Às 16:30 horas, com mais de uma hora no quarto, resolvi tentar descer de elevador, na esperança de que algum funcionava com gerador. Nada feito. Decidi descer os quarenta andares de escada. No trigésimo andar já me arrependera, mas continuei. No décimo, as pernas já tremiam e cheguei em um ponto sem saída. Encontrei um pedreiro, pois o andar estava em obras, e ele me apontou por onde continuava a escada. Quando cheguei no térreo, minhas pernas não queriam obedecer ao comando da mente. Fui procurar um local para me sentar, sendo difícil de achar um sofá, cadeira ou poltrona vazios. Fiquei em um pequeno sofá de frente para a rua, ao lado de uma senhora idosa da República Dominicana. Ela me disse que era melhor garantir um local no sofá, pois se a luz não voltasse, dormiria ali mesmo. Fiquei um tempo conversando com ela. Quando cansei, subi um lance de escada, chegando ao enorme bar Mamies, onde pedi uma Coca Cola Light, mas fui avisado que não tinha gelo para colocar no copo. O refrigerante estava levemente frio. Aceitei assim mesmo. Tinha U$ 20 por dia para gastar nos bares do hotel, só pagando a gorjeta. Satisfeita a sede, resolvi conhecer o Multicentro, um shopping ligado ao hotel por uma passarela, onde os hóspedes tem descontos de, no mínimo, 10% em várias de suas lojas. A passarela começa bem próxima ao bar onde eu estava. No mesmo shopping fica a filial do Hard Rock Café da cidade. O shopping estava às moscas, sem luz e com todas as suas lojas fechadas, mas deu para ver as vitrines. O shopping é feio e tem o pé direito baixo em alguns corredores. Voltei para o hotel, ficando no saguão do térreo até a luz voltar, o que ocorreu por volta de 20:00 horas. Foi uma loucura para pegar os elevadores, pois todo mundo quis subir na mesma hora. Por questões de segurança, não colocaram todos os elevadores para funcionar. Enfim, a música voltou a preencher os espaços do hotel. Os vários painéis de LCD voltaram a transmitir mensagens e passar vídeos de shows. Os balcões principais do check in também voltaram a operar, assim como as portas principais do hotel. Alguns funcionários tentavam, em vão, organizar filas para o elevador, mas ninguém prestava muito atenção ao fato, embolando na hora de entrar. Esperei um tempo, subi, troquei de roupa, programei o ar condicionado, verifiquei que o wi-fi, gratuito e sem senha, funcionava, naveguei um pouco na internet e desci novamente para jantar, pois estava com muita fome. Os restaurantes do hotel estavam lotados e com filas de espera. Na verdade, os hóspedes não queriam se arriscar, saindo para jantar e ter novo apagão generalizado. Fui até a concierge, pedindo para verificar se o Hard Rock Café estava aberto. Ela ligou e ninguém atendeu. Seu colega chegou e dissipou a possível dúvida: o restaurante não voltara a funcionar, pois o shopping ficou fechado. Pedi uma indicação para jantar. Ela fez algumas ligações, conseguindo retorno de uma delas. Anotou nome e endereço em um papel, dizendo que era bem próximo ao hotel. Ao ver o nome Gaucho, disse para ela que não tinha vindo do Brasil para comer em um restaurante com aquele nome. Ela sorriu, dizendo que procurara uma steak house, já que eu tinha falado no Hard Rock Café, e que o Gaucho era um restaurante argentino. Insisti para ela verificar outro restaurante, quando me veio à mente o La Mar, do chef peruano Gastón Acurio. Ao ligar, a concierge perguntou se a casa funcionava normalmente naquela noite e se precisava de reserva. Desligou o telefone e me disse que o restaurante estava funcionando, mas que nem todos os pratos do cardápio estavam disponíveis por causa da falta de energia. Deu-me o endereço, informando que poderia negociar o preço da corrida com um taxista na porta do hotel e que, se eu precisasse, um dos mensageiros poderia me ajudar. Agradeci e fui fazer a bendita negociação. Mesmo sabendo que estava sendo explorado, aceitei o preço de U$ 10 (R$ 20,00) pela corrida do hotel até o La Mar. O trânsito fluía bem, mas a película escura nos vidros do carro me impediam de ver a cidade. Chegamos no restaurante às 20:15 horas. Paguei e o motorista me peguntou se queria que ele me buscasse, mesmo valor, obviamente. Combinei com ele de estar na porta do restaurante às 21:30 horas. Tive uma hora e meia para degustar as iguarias da culinária peruana, cujas impressões estão em postagem específica. No horário combinado, o taxista me aguardava. No hotel, percebi, pela primeira vez, que os efeitos de ter descido quarenta andares de escada começavam a fazer estragos nas minhas pernas. Elas doíam muito, como se fossem dores musculares de quem está sem fazer exercício há muito tempo. Entrei no quarto, tomei um banho demorado, deixando a água quente cair forte nas duas pernas. Relaxado, deitei. Não demorou muito e já estava dormindo. Foi um sono profundo, em cama macia e confortável.
turismo
Nenhum comentário:
Postar um comentário