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sábado, 2 de março de 2013

VISITA FRUSTRADA AO VULCÃO POÁS


Durante minha estadia na Costa Rica, vários amigos me escreveram, pelo Facebook, que eu não podia deixar de ir a um vulcão. O mais indicado era o Vulcão Poás. Este vulcão está ativo e é o mais próximo de San José. Não me programei antecipadamente para ir, só decidindo após tomar, calmamente, o café da manhã de domingo, dia 24 de fevereiro. Eram 9 horas da manhã. Fui até a recepção do hotel para verificar como ir. A recepcionista disse que, àquela hora, todas as excursões já tinham saído, pois o melhor é chegar antes das 10 horas da manhã na cratera do vulcão. Perguntei se algum taxista que trabalhava na porta do hotel me levaria ao vulcão. Ela chamou o mensageiro e logo obtive a resposta que o Sr. Carlos, dono de uma van que transportava hóspedes do hotel, estava disponível e poderia me levar. Preço: U$ 180 (R$ 360,00). Aceitei, sem negociação, pois sou péssimo para isto. Pedi uma hora, combinando nossa saída para 10 horas. No horário marcado, o Sr. Carlos estava a postos. Um simpático senhor na casa dos sessenta anos, que foi conversando comigo, e elogiando meu castiço espanhol, durante o trajeto do hotel até o Parque Nacional de Poás, onde fica o vulcão. No caminho, passamos por uma cidade chamada Alajuela, mas não paramos. Na verdade, o motorista disse para irmos direto, sem paradas, pois era melhor chegar à cratera antes de uma nuvem que se via ao longe. Concordei com ele. Vimos hortênsias, plantação de café, de flores ornamentais, de morango, vendedores ambulantes na beira da estrada com muito morango, grandes e bem vermelhos, com queijo chamado palmito, além de artesanato local. Em alguns pequenos povoados, ao passar pelo quebra-molas, uma turma de jovens pedia dinheiro para ajudar na manutenção das bandas locais, uma tradição daquela região, conforme me explicou o Sr. Carlos. Na medida em que subíamos, a temperatura ia ficando mais agradável e a paisagem de campos verdejantes impressionava. O motorista ia apontando a direção do vulcão. Depois de uma hora e quinze de viagem, chegamos na entrada do parque, onde uma pequena fila de carros se formava nas duas bilheterias. Paguei o equivalente a U$ 17 (R$ 34,00) pela entrada, incluindo a do motorista. O tempo estava fechado e todo mundo usava blusa de frio. Eu tinha levado a minha, recomendação do mensageiro do hotel. Foi difícil achar uma vaga para estacionar, pois o parque estava bem cheio. Ao sair da van, o Sr. Carlos me aconselhou a vestir a blusa de frio, o que ele também o fez, e começamos a caminhar. Uma pequena subida, em caminho pavimentado, de uns 300 metros até a cratera. O ritmo que o motorista adotou era forte. O céu estava totalmente coberto pelas nuvens. Em menos de 100 metros senti a altitude, com dificuldade para respirar e cansaço. Não me dei conta de que era um efeito colateral da altitude, só caindo minha ficha quando vi uma placa enorme com algumas orientações, entre elas a de que se o visitante se sentisse mal, com dificuldades de respirar, que retornasse ao Centro de Visitantes. Pedi ao Sr. Carlos para diminuir o ritmo. Ele me atendeu. Muita gente subia. Muitos turistas franceses, a maioria carregando grandes máquinas fotográficas. Alguns paravam, fixavam o tripé da máquina, e esperavam algum pequeno pássaro, nomeadamente beija-flor, aparecer para fotografá-lo. A vegetação é muito igual, sem grande variedade de árvores, arbustos e flores. O motorista me disse que a fauna é também pequena, com algumas espécies de pássaros e pequenos mamíferos, raramente vistos naquela área. Um cheiro forte de enxofre indicava que estávamos perto da cratera. Os olhos, as narinas e a garganta começaram a arder muito, efeito da fumaça do vulcão. Tive que parar para colocar um colírio, que sempre carrego comigo, de tanto que o olho ardia. Enfim, chegamos à cratera principal, a uma altura de 2.574 metros, como indicava uma placa de madeira, onde todos fazem pose para fotos. Claro que também tirei uma foto debruçado na placa. Havia uma multidão em toda a extensão do mirante, olhando para o infinito, onde só se via neblina. O motorista me deu algumas explicações sobre o vulcão, onde ficava a cratera, o que se via quando o tempo estava limpo (nada de lavas borbulhantes, mas um lago e um funil de fumaça permanente), que aquela cratera era uma das maiores do mundo em se tratando de um vulcão ativo. Ventava pouco e fazia frio. Uma pequena chuva começou a cair, mas ninguém arredava pé, pois quando há chuva, a neblina se dissipa. Mas a chuva não foi para frente. Um tímido sol fez que ia aparecer, o que alegrou o motorista, já que com céu aberto, a nuvem que estava parada na cratera iria embora. Mas nada disso aconteceu. Fiquei no tal mirante por quase duas horas, observando as pessoas, tentando ver alguma coisa nas poucas vezes em que a neblina deixava algo à vista, mas a cratera é muito alta, e o lago fica a 300 metros de profundidade de onde estávamos. Ciclistas chegaram em bando. Foi a deixa para o motorista me dizer que muitos ciclistas de várias partes do mundo vinham até aquela região para treinar para as grandes competições mundiais. Quando percebi que nada veria, e já de saco cheio de esperar, chamei o motorista para ir embora. Ele ficou desapontado por eu não ter visto nada. Diria que até mais do que eu. Outra opção de passeio por ali é enveredar por uma trilha que começa no caminho pavimentado para a cratera e, após uma hora de caminhada, chega-se a um lago vulcânico. Sem chances de eu pegar a tal trilha. Na descida, visitamos o pequeno museu que há no Centro de Visitantes, onde há explicações sobre a atividade dos vulcões, um mapa dos vulcões da Costa Rica, bem como informações sobre animais que podem ser encontrados no Parque Nacional de Poás. Ainda há uma loja com artigos relacionados ao parque e ao vulcão, além de um café. Não quis comprar nada. Voltamos para o carro. No caminho de volta, fizemos três paradas para fotografias. A primeira, em uma parte da estrada onde todo mundo para, pois a vista é espetacular. Chama-se Poasito o local. Dá para ver parte de San José, onde se destaca o imponente Estádio Nacional. A segunda parada foi em uma lanchonete com excelente vista para uma plantação de café pertencente à Fazenda Doka. A terceira delas foi no centro de Alajuela, onde tirei fotos da fachada da Iglesia Santo Cristo de La Agonia, com uma interessante torre redonda. Chegando em San José, o motorista disse que poderia me deixar em um shopping, o maior da cidade, em Heredia, cidade vizinha, mas preferi voltar para o hotel, pois uma dor de cabeça na região da nuca me incomodava, ainda efeito da altitude. Acertei com ele para me levar ao aeroporto na manhã seguinte, combinando o preço de U$ 25 (R$ 50,00), mais barato do que paguei no trajeto de chegada. No hotel, resolvi pedir uma comida no próprio quarto, pois a dor de cabeça aumentara. Esperei a comida chegar, comi, tomei um remédio, deitei e dormi, acordando já de madrugada, quando arrumei a mala e fui navegar na internet até o sono chegar novamente.

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