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quarta-feira, 27 de março de 2013

DE BRASÍLIA PARA CINGAPURA - PARTE 2

Para acessar o meu assento no voo da Singapore Airlines, 41G, tive que passar pela classe executiva. Estava com muito lugar vazio. Perguntei a uma das comissárias e ela me disse que não estava lotado. Não entendi porque disseram que não havia disponibilidade de assentos para milhas na noite anterior, se havia tanto lugar. A companhia prefere voar com os assentos vazios do que permitir a emissão de bilhetes com milhas. Fica a pergunta: para que fazer parte de uma aliança global se não faz como as outras companhias da mesma aliança? A classe econômica estava bem cheia. A maioria era de passageiros brasileiros que desceriam em Barcelona, escala necessária para seguir viagem para Cingapura. A configuração da aeronave para a classe econômica é de três poltronas numa lateral, três no meio e três na outra lateral. Eu estava na poltrona do corredor da parte central, enquanto Ric ficou no corredor da parte esquerda do avião para quem caminha para seu fundo. Alguns amigos me disseram que a Singapore Airlines tinha uma classe econômica ótima, quase uma executiva. Claro que duvidei. E eu estava certo. O conforte da classe econômica é o mesmo em todas as companhias aéreas. São espaços mínimos, parecendo cubículos, onde não importam com a duração da viagem. Se quiser conforto e espaço, pague mais do que o dobro e viaje de executiva! Quando cheguei no meu assento, fiquei preocupado em viajar ao lado de uma criança de quatro anos de idade, pois a experiência pode ser ótima, como pode ser péssima. Logo perguntei para a mãe, que ficou na outra ponta da fila, se iriam até Cingapura. Elas eram colombianas que moravam em Barcelona, cidade onde desceriam. A menina coloria um livro de desenhos e não tinha cara de boa amiga. Problemas à vista, pensei, mas estava muito enganado. A garotinha não deu trabalho, coloriu por um bom tempo, depois brincou no iPad da mãe e dormiu a maior parte do voo. Ao sentar, notei que a distância entre as fileiras era um pouco maior do que a de outras companhias, o que fez uma enorme diferença, pois não me senti apertado em momento algum da viagem, diferentemente do que tinha acontecido quando viajei de Emirates no moderno Airbus A-380. As comissárias da Singapore trajavam um vestido longo, tinham o mesmo penteado, eram todas magérrimas, tinham maquiagem bem igual, o que as tornavam mais parecidas umas com as outras do que já achamos do povo oriental. O uniforme era em tom avermelhado, com grafismos próprios da cultura oriental. Nos pés, todas estavam de sandálias, com unhas impecavelmente pintadas. Os poucos comissários usavam terno como uniforme. Um fato que me impressionou foi a preocupação com a limpeza da aeronave. Eles passavam de hora em hora recolhendo papeis de bala, jornais já lidos, copos usados e plásticos descartados. O banheiro sempre estava limpo, mesmo com alguns que o usavam insistindo em não dar descarga, hábito que me parece comum no Oriente. Comida também foi o que não faltou. Logo após a decolagem, serviram bebida e um pacotinho de amendoim (maior e melhor do que o servido pela TAM no trecho Brasília-Guarulhos). Com duas horas de voo, foi a vez de serviram uma refeição quente, com uma salada de atum defumado como entrada, pão, manteiga, geleia, cream cheese, duas opções de prato (frango frito ou carne bovina), bebidas, incluindo vinho tinto e vinho branco, ambos australianos, e um Eskibon de sobremesa. Escolhi o frango frito que veio acompanhado de macarrão de arroz. Estava bem saboroso. Para passar o tempo, procurei as opções de entretenimento no monitor individual em minha frente. Eram 253 opções de filmes, mas nenhum com legendas em português. Da seção de lançamentos recentes, estavam quase todos os concorrentes ao Oscar 2013, incluindo Argo, o vencedor. Chequei as opções de programas de televisão, mas me detive nos canais musicais, ouvindo a programação de música pop de língua inglesa. Dormi um pouco, mas o sono era bem leve, acordando a qualquer movimento ao meu lado, ou em períodos curtos de turbulência. Quando cansei das músicas do avião, passei a ouvir o playlist do meu iPhone. Com sete horas de voo, foi a vez de passarem um lanche, onde tinha desde maçã, até saco de batata frita. Não quis nada. Água e suco de laranja eram servidos de hora em hora. Percebi que muita gente fica em pé após a metade do voo. Em sua maioria, brasileiros. Não só ficavam em pé, como encostavam na cadeira dos outros para se apoiar. Atrapalham quem está sentado e incomodam quem tenta dormir. Faltando duas horas para pousar em Barcelona, serviram o café da manhã, novamente bem farto e com duas opções de prato quente. Preferi o omelete de queijo, que estava totalmente sem gosto. Com dez horas de voo, pousamos no Aeroporto de Barcelona. Eram 7 horas da manhã de terça-feria, 26 de março, horário local, quatro horas a mais do que no Brasil. Era uma escala, mas todos tiveram que sair do avião, levando todos os seus pertences. Desembarcamos. Fazia frio do lado de fora: 13ºC, mas o ar condicionado no aeroporto não exigia blusa. Caminhamos até a parte destinada aos passageiros em trânsito, onde há um controle de passaporte, mas sem ser a imigração espanhola, com nova passagem em máquinas de raio X. Lá, além dos itens que tiveram que ser tirados da minha mochila no Aeroporto de Guarulhos, tive que retirar o iPad da bolsa. Passei sem problemas. Ric teve que parar para ser revistado mais pormenorizadamente, pois o portal apitou quando ele passou. Tinha um iPod no bolso. Teve que tirar a pochete interna de guardar dinheiro e colocar os pés, um de cada vez, em uma máquina. Liberado, nos dirigimos para a funcionária da Singapore Airlines que estava atendendo aos passageiros em trânsito. Ela nos indicou o portão 18D para nosso próximo embarque, o que se daria às 08:50 horas. Tínhamos tempo suficiente para procurarmos um banheiro, comer alguma coisa, caso tivéssemos fome, e esticar as pernas. Pulamos a parte da comida. Há muito tempo não passava pelo Aeroporto de Barcelona, que está moderno, amplo, clean e bem organizado. Desembarcamos e embarcamos novamente no Terminal 1. Aproveitei o tempo livre para achar uma internet gratuita. Achei uma única que nos dava 15 minutos de navegação durante 24 horas, mediante um cadastro rápido. Fiz o cadastro, e aproveitei o tempo curto para checar e-mails e postar fotos no Instagram. Às 08:50 horas chamaram para embarcar. A quantidade de gente em frente ao portão 18D indicava que o voo não estava cheio. Novamente, fila organizada, embarque por setor, garantindo agilidade e rapidez. O trecho Barcelona-Cingapura duraria 12 horas. Uma nova longa viagem pela frente.

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