Em cartaz no CCBB Brasília a peça O Estrangeiro, baseada em romance homônimo de Albert Camus. Direção de Vera Holtz, com Guilherme Leme vivendo e narrando a história do protagonista, Meursault. O espetáculo (R$7,50, meia entrada, por ser correntista do Banco do Brasil) tem lugar no Teatro II. O local é apropriado para o espírito do monólogo, pois é mais intimista, com apenas oitenta lugares. Teatro lotado. A iluminação de Maneco Quinderé, é primorosa, bebendo na fonte do expressionismo, com cenário todo negro, apenas uma cadeira giratória e muitos focos de luz no ator. O texto de Camus é forte, se passa em Argel, nos anos quarenta, quando um homem se vê envolvido em um crime, logo depois de sua mãe falecer. Ele não consegue se enquadrar nas regras impostas pela sociedade e é muito sincero. Ele cometeu o crime e não pede perdão, nem mesmo nega a autoria. Confirma e espera seu julgamento. Ele é o próprio estrangeiro no seio de uma sociedade moralista e arcaica. A direção de Vera Holtz é interessante. Ela deixa Guilherme Leme, com ótima atuação, contido, com poucos movimentos, especialmente no início do texto. O diferencial fica com os timbres de voz, marcando quando a personagem narra sua história e quando ela interpreta as pessoas que interagiram com Meursault no período relatado. A trilha sonora também merece destaque. Gostei muito do que vi.
Noel,
ResponderExcluirAdoro esse ator.
Gostaria muito de ver esse espetáculo.
Bjs
Pek,
ResponderExcluirSe tiver oportunidade, não deixe de ver esta peça.
Bjs.