Terça-feira. Noite. Show no Sesc Pompeia (Rua Clélia, 93, Perdizes). Ingresso (R$32,00) comprado no final da tarde no Sesc Paulista. Sem maiores informações sobre o show. Sabíamos apenas que haveria participação especial de Marisa Orth e Edgar Scandurra. Ro insiste em irmos de transporte coletivo. Pesquisamos na internet, em mapas e ligamos para o local do show. Necessário pegar metrô e ônibus. Anotamos tudo. Metrô linha verde, em direção à Vila Madalena, estação na qual descemos. Avenida Heitor Penteado, 1125 era a indicação da parada de ônibus. Há um terminal logo na saída do metrô. Ninguém que trabalhava no terminal sabia informar onde podíamos tomar o ônibus 828P-10 em direção à Barra Funda. Vimos uma banca de revistas e obtivemos a informação. Ficamos na parada e logo chegou nosso ônibus. Passagem a R$2,30. Pedimos ao trocador para nos indicar quando estivesse perto da Avenida Pompeia com Rua Turiassú, conforme indicação do Google Maps. O ônibus sai da avenida à direita e faz o retorno. O trocador pergunta o local que queríamos descer. Dissemos. Ônibus errado. Aquele estava indo para a Lapa. A direção era a oposta. Cruzamos a mesma avenida e descemos no primeiro ponto, mesmo local para tomarmos o coletivo correto. Pagamos R$2,30 para atravessar a avenida. Rimos muito. Logo veio o ônibus. Descemos no local indicado. Andamos poucos metros e chegamos ao Sesc Pompeia. Enorme, bonito, com vários espaços, desde teatros, salas de exposição, complexo esportivo, chopperia, restaurante, lanchonete, consultório dentário. Tudo isto alocado em uma antiga fábrica. O teatro é amplo, com o palco no centro e duas arquibancadas nas laterais opostas, formando uma espécie de V. O show começa no horário marcado, 21 horas. Bem cheio, mas não lotado. Ao ler o folder, vimos que o show era um tributo ao músico e produtor Suba, morto em um incêndio há dez anos em São Paulo. Iugoslavo, teve importante participação na produção de discos de vários intérpretes da música brasileira, colocando elementos eletrônicos em seus álbuns. Foi um show longo, com três horas de duração. Estava sendo gravado para integrar um documentário sérvio-brasileiro sobre o homenageado. Marisa Orth era a mestre de cerimônia, fazendo suas piadas, apresentando as atrações com galhardia. Foi uma surpresa para nós a mistura de cantoras no palco, além de apresentações de uma cena de uma peça teatral, de uma performance, de uma leitura de uma letra de música e o Oscar Quiroga, o astrólogo, falando sobre Suba. Pela mistura, o que previ no início, se concretizou. Não havia um padrão de qualidade. Houve apresentações chatas, outras fantásticas. Oscar Quiroga parecia um padre ou pastor fazendo pregação. Imagine colocar no mesmo evento Marisa Orth, Edgard Scandurra, Kátia B, Taciana Barros, Paulo Lepetit, Vange Milliet, DaLua, Marcelo Rubens Paiva, Marina Lima e Daniela Mercury. Todos se apresentaram, entre outros, e falaram sobre a relação que tinham com o homenageado. Fiquei feliz ao ver Marina Lima no palco cantando, de sua autoria, Uma Antiga Manhã, com sua voz novamente em forma. O melhor da festa foi a apresentação de Daniela Mercury, quando interpretou Samba da Benção (Vinícius de Moraes e Banden Powell), com um arranjo eletrônico, diferente do já gravado por Bebel Gilberto. Outro ponto alto foi a entrada de Marcelo Rubens Paiva no palco para ler uma letra que fez por insistência de Suba e Taciana Barros, cantora que entrou em seguida para mostrar a letra musicada. Achei esta apresentação ótima. Não gostei das intervenções de Quiroga e das apresentações de Luisa Maita e de Vange Milliet. Esta última cantou Os Inclassificáveis (Arnaldo Antunes) e a comparação com a gravação de Ney Matogrosso foi inevitável, muito mais forte com ele. Ao final, todos se juntaram no palco para cantar Um Olho Na Ponta dos Dedos (Edgard Scandurra e Arnaldo Antunes), numa grande confraternização. Este clima de festa confirmou o que pensei durante o espetáculo: os artistas estavam ali para uma grande festa entre eles. O público era plus, fato evidente na escolha da produção em colocar panos semitransparentes cobrindo as laterais do palco. Tais panos eram usados como telas para projeção de vídeos sobre Suba, mas atrapalharam a visão da plateia durante todo o show.
Saímos do show e pegamos um táxi em direção ao hotel, quando resolvemos comer algo. Perto do hotel, decidimos pela Lanchonete da Cidade (Alameda Tietê, 110, Jardins). Já conhecia esta ótima lanchonete e pedi o sanduíche da casa, um Bombom com queijo e ovo frito. Saciada a fome, voltamos para o hotel. Já era mais de uma hora da madurgada de quarta-feira. O trabalho nos aguardava na manhã de quarta-feira.
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