Noite de quarta-feira. Temperatura agradável em Brasília. Conforme combinado com amigos, eu e Ric fomos jantar no restaurante Aquavit (Setor de Mansões Lago Norte Quadra 12, Conjunto 1 - Casa 5). Tanto o chef (Simon Cederholm), como o restaurante foram condecorados com o prêmio da revista Veja Comer & Beber 2010-2011 de melhor chef do ano e de melhor restaurante de cozinha contemporânea, respectivamente. O proprietário e chef é um dinamarquês que ama o Brasil. Não há cardápio. Cada mês, há um menu fixo com seis pratos. Pode-se escolher a sequência completa ou parte dela, assim como se vai aceitar a harmonização de vinhos proposta pela casa. Éramos seis pessoas e nos sentamos na varanda, com uma linda vista para o Lago Paranoá e as luzes da cidade refletindo em suas águas. Optamos pelo menu completo, incluindo a harmonização com os vinhos propostos para cada prato. Uma amiga levou um champagne para brindarmos a noite. Não peguei o menu, motivo pelo qual não me recordo dos vinhos degustados. De início, pães feitos na casa com manteiga trufada e patê de foie gras. Os pães estavam quentinhos, macios e ficaram perfeitos tanto com a manteiga trufada (forte para paladares mais delicados) quanto com o patê. O segundo prato foi uma vieira cozida no sal e no gelo, acompanhada de uma gelatina de maçã e baby sleef (folhas novinhas de verduras). Uma taça de vinho branco riesling foi servido com este primeiro prato. O vinho era muito doce, o que prejudicou a harmonização. A vieira estava fantástica, leve, quase desmanchando na boca. O terceiro prato foi uma pescadinha em cama de taioba puxada na manteiga, com uma pequena crosta crocante de pão e mousse de palmito. Há muito não comia taioba, verdura difícil de achar em restaurantes. Prato levíssimo, muito saboroso. O vinho servido para harmonizar foi um tinto bem leve, parecido com um beaujolais noveau. Estranha a harmonização, visto que seria melhor um vinho branco. O quarto prato foi uma terrine de foie gras com pão com melaço de cana, acompanhado de abacaxi cozido e um pedaço de cana caiana, dando o toque inusitado do prato. Para acompanhar, um colheita tardia chileno. A harmonização dos sabores dos ingredientes do prato e os do vinho foi perfeita. Em seguida, carré de cordeiro, bem rosadinho, macio, com beterraba, abobrinha, couve-flor, shitake, shimeji, vagem, cebola roxa, cenoura, todos bem crocantes. A vagem e a couve-flor estavam crocantes até demais para o meu gosto, quase crus. Sei que a filosofia raw food é a tônica do momento no mundo gastronômico, mas alguns vegetais os prefiro cozidos, quase derretendo, como é o caso da couve-flor. A disposição destes vegetais no prato foi interessante, pois havia uma unidade pequena de cada um deles. O vinho tinto servido para harmonização é digno de esquecimento. Não consegui bebê-lo. Enfim, a sobremesa, uvas moscatel em sabayone e um muffin com espuma de canela, harmonizados com um vinho moscatel. Divina as uvas moscatel. Finalizei com um chá de erva cridreira colhida no momento em que fiz a opção por tomar chá. O restaurante tem uma bem montada horta de temperos, em forma circular, de onde saem as ervas usadas nos temperos dos pratos e folhas para os chás servidos. Não quis as madeleine que acompanham o café e o chá. Final de noite com temperatura em torno de 18 graus, felizes com a noite agradável que desfrutamos, mesmo com ressalvas aos vinhos servidos, voltamos para casa. A conta ficou cara, algo em torno de R$ 340,00 por pessoa.
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