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sábado, 15 de maio de 2010

ILHAR

Dez pessoas. Este foi o público presente na sessão da peça Ilhar, texto e direção de Paulo Russo, que assisti na noite de sexta-feira. Em cartaz no Espaço Cena (SCLN 205, Bloco C, loja 25 - Asa Norte), conta no elenco com Verônica Moreno (Tonha) e Wanderson Barros (Chico). Cenário de Adriano e Fernando Guimarães. O ingresso custou R$ 20,00 a inteira. O folheto da peça informa que o texto é resultado de pesquisa do diretor, cuja origem é o Nordeste brasileiro. Tonha é uma senhora que vive sozinha no sertão, levando uma vida simples. Enquanto soca o milho, conversa com as imagens de Jesus e de alguns santos para os quais reza todas as noites antes de se deitar. Nesta conversa, ela relembra seu passado; o menino cor de barro, seu amor impossível; a rigidez com que seus pais a criaram e espera pela chegada da chuva que nunca vem. Enquanto está nestas divagações, um menino aparece em sua casa pedindo um gole de água. Este menino representa tudo o que ela não teve: um filho para criar, uma pessoa para conversar, para ensinar as coisas. Os dois lembram a simplicidade e a sabedoria dos personagens criados por Ariano Suassuana, especialmente em O Auto da Compadecida. A performance de Verônica Moreno é um dos pontos fortes da peça. Ela faz uma Tonha amarga, moldada pela dureza do sertão, um barro difícil de se quebrar, mas que se rende à pureza do menino Chico. Outro destaque para mim é o cenário criado pelos irmãos Guimarães, com gaiolas fazendo as vezes de nichos e armários. Cenário e figurino, este de Cyntia Carla, conversam entre si, todos em tons que lembram a aspereza do sertão sem água. Belo espetáculo. Pena que poucos estavam na sessão. Merece ser mais conhecido.

4 comentários:

  1. Pois é Noel, teatro é um dureza.
    A não ser quando o elenco é conhecido nacionalmente.
    Acho que nós, estou incluído, que trabalhamos com teatro somos loucos de jogar pedar.
    Bjs

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  2. Pek,

    Parece que as pessoas sós se interessam por peças teatrais quando há atores globais ou quando é besteirol.

    Bjs.

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  3. Flávia Esperidião20 de maio de 2010 às 18:26

    Fui assistir no último dia do espetáculo, estava lotado e é impossível conter a emoção.
    A Verônica Moreno está fantástica e qndo fui cumprimentá-la, eu ainda estava muito emocionada. Eu acho uma pena a peça não ter sido assistida nem divulgada como merecia. É um espetáculo pra lotar o Teatro Nacional. É realmente uma pena que aqui em Brasília só exista público para comédia...muito triste!

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  4. Oi Flávia,

    Você tem toda razão, a peça é de uma sensibilidade incrível. Vamos torcer para o público de Brasília se diversificar...

    Abraços

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