Quase não dormi durante a noite, reflexos do jet lag e do fuso horário. Levantei cedo, tomei um bom banho, vesti terno e gravata e fui tomar café no restaurante do hotel. Ótimo buffet onde havia um iogurte de mirtilos divino. Depois do café, encontrei-me com a delegação brasileira para entrarmos juntos no auditório onde aconteceu a abertura do evento. Com uma bela decoração com galhos secos pintados de branco e gérberas coloridas enfeitando-os, o palco tinha o púlpito, a mesa da coordenação e dois grandes sofás brancos que me lembrou o famoso sofá da Hebe. O evento começou com uma apresentação com crianças de todas os tipos físicos cantando uma música feita exclusivamente para a conferência. Em seguida, a fala do Ministro do Desenvolvimento Social da Holanda, a apresentação do Relatório Global 2010 da Organização Internacional do Trabalho sobre a situação do trabalho infantil no mundo, uma apresentação de uma pesquisa elaborada em conjunto por Banco Mundial, Unicef, OIT e Unesco sobre a situação das crianças trabalhadoras, um painel com ministros do Brasil, Senegal e Índia, finalizando com um breve debate entre representantes da ONG Marcha Global, Unesco e Unicef. O almoço foi um lanche rápido, com várias opções de sanduíches, uma massa insossa, salada de beterraba. Tivemos que comer em pé. Meu crachá é vermelho, o que indica que sou representante governamental de alto nível, com direito a almoço diferenciado, mas preferi almoçar com os demais participantes da conferência, pois é o momento ideal para articulações. Como o Brasil realmente é a grande sensação, várias pessoas nos procuravam o dia todo para querer cooperação técnica. Conversei rapidamente com representantes da Holanda e da Suiça e fui para meu quarto. Queria descansar um pouco e acabei dormindo, mas como tinha colocado o relógio para despertar às 14:30 horas, levantei, coloquei novamente o terno e desci para o centro de convenções. Tinha compromisso marcado com toda a delegação brasileira às 15 horas, quando nos reunimos com a diretora do IPEC-OIT e constatamos que o Brasil realmente é o exemplo a ser seguido. Esta reunião consumiu quase a tarde inteira. Não deu tempo para eu conferir a apresentação de uma integrante da delegação do Brasil em um painel sobre políticas sociais. Ao sairmos da reunião, voltamos para o plenário, onde era apresentado o rascunho do documento final da conferência. Muito longa a sessão, com várias pessoas intervindo para alterações no texto. Tais intervenções muitas vezes eram divergentes umas das outras. Muito trabalho para a equipe de redação. O evento terminou seu primeiro dia com um convite para o jantar. Para quem tinha o crachá vermelho, meu caso, havia um jantar oficial. Preferi não participar deste jantar e sair com os demais membros da delegação brasileira. Apenas a Ministra foi ao jantar. Como fiquei com o crachá pendurado, fui interceptado três vezes pela coordenação do evento se eu não iria participar do jantar. Respondi que não iria participar do jantar pela terceira vez, quando fui alertado por uma integrante brasileira para retirar o crachá. Escolhemos um restaurante de comida típica da Indonésia. Fomos em seis pessoas. Decidimos pegar um bonde, perto do hotel, pelo qual pagamos 2,40 euros cada bilhete. Descemos no centro de Haia. Muito vazio, parecia um deserto. Segundo informações, as pessoas jantam cedo por aqui, por volta de 17:30 horas e vão direto para casa. O frio ajuda a manter tal hábito. O restaurante chama-se Garoeda (Kneuterdijk, 18a) e tem três andares. Ficamos no terceiro piso. Pedimos o prato tradicional do restaurante, um enorme combinado para seis pessoas. O prato principal é um arroz amarelado com coco, acompanhado de salada de pepino, tomates, camarão com muita pimenta, ovo cozido apimentado, carne de frango ao coco, mandiopã, filetes de soja fritos, farofa de coco com amendoim, carne de porco ao molho de soja adocicado, carne de panela apimentada, vagem com muita pimenta, favas cozidas, espetinho de carne de porco, pimentas variadas. Era muita comida, mesmo com um bando de famintos como estávamos. Por tudo isto, mais a cervejada, minhas duas coca diet e três expressos, pagamos, cada um, 35 euros. Aproveitamos que ainda eram 21:30 horas e o dia ainda estava claro para dar uma volta pelo belo centro da cidade. O Parlamento é um prédio lindo, parecendo um antigo castelo, com possibilidades de caminhar pelas suas ruas internas. Ao seu lado fica um museu onde há o famoso quadro Moça com Brinco de Pérolas, de Vermeer. Deu-me uma vontade grande de vê-lo, mas o museu já estava fechado (todos os museus da cidade fecham às 17 horas e as lojas fecham às 18 horas). Continuamos o passeio, conhecendo as ruas de pedestres cheias de lojas, todas fechadas. Passamos em uma praça cheia de restaurantes e bares, a maioria vazios. Hora de pegarmos o bonde de volta para o hotel. Fiquei um bom tempo no lobby do Novotel conversando com vários latino americanos, pois estava sem sono. Nesta terça-feira será a minha vez de participar de um painel, onde terei incríveis dez minutos para apresentar a experiência brasileira com o diálogo social.
Olá Noel,
ResponderExcluirAcabo de publicar uma entrevista que fiz hoje pela manhã com a ministra Márcia Lopes para a Radio Nederland, emissora internacional holandesa. Estou tentando contatar a assessora de imprensa da sua delegação, mas não estou conseguindo. Poderia passar o link da entrevista para ela?
abraços,
Daniela Stefano
Repórter/Radio Nederland
E onde está link?
ResponderExcluirPuxa, como você é chic!
ResponderExcluirAté no seu blog é perseguido por jornalistas.
Beijos,
Kitty
Kitty,
ResponderExcluirPro cê vê....
Bjs.
eu achacharia que seria melhor vc colocar a musica para ouvir tambem mas assim ta legal
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