Quinta-feira, dia 01º de setembro, início da noite, pouco antes de 19 horas. Estou na fila do Teatro Goldoni (Casa D'Italia - EQS 208/209 - Asa Sul) para conferir mais uma peça integrante da programação do Cena Contemporânea 2011. Ingresso a R$ 16,00. O lugar está cheio. As conversas na fila giravam em torno do que cada um já tinha visto, do que tinha gostado e do que não tinha apreciado muito. Alguns estavam preocupados se a peça começaria no horário, pois tinham ingresso para a sessão das 21 horas no CCBB. Este era meu caso. O famoso sino no saguão da Casa D'Italia é tocado pela proprietária do espaço, que dá as boas vindas e convida para subir ao segundo piso, onde está localizado o simpático teatro. A sala fica totalmente ocupada rapidamente para ver a atriz Vanise Carneiro em seu monólogo 9 Mentiras Sobre A Verdade, pelo qual ganhou o Prêmio Açorianos de Melhor Atriz 2010. A direção cabe a Gilson Vargas que forma com a atriz o grupo teatral Cia.Teatro Líquido, do Rio Grande do Sul. O texto é de Diones Camargo. Em aproximadamente uma hora, a atriz dá um show de interpretação vivendo Lara, uma mulher que busca ajuda em uma terapia de grupo onde se reúnem mentirosos compulsivos. No grupo, ela vai falando sobre sua vida, em uma mistura de verdades e mentiras que, às vezes, não é fácil descobrir qual é qual. Ela fala de sua carreira de atriz famosa, de seus filmes de sucesso (há uma hilária citação de uma cena de Thelma e Louise, de Ridley Scott, na qual ela diz ser uma das protagonistas), mas, logo em seguida, fala dos takes como figurante, também no cinema. Diz ser uma psicóloga, que vai analisando um a um dos integrantes do grupo (a plateia é o grupo, mas não há interação entre a atriz e público, apenas simulações), para em seguida se tornar uma dona de casa que tem que resolver, pelo celular, coisas cotidianas com o marido e com o filho pequeno. Tira uma arma de brinquedo da mochila e se transforma em uma espiã em algum filme de suspense. O texto nos faz refletir sobre as mentiras que contamos no dia a dia e naquelas que de tão bem contadas, acabam sendo uma verdade eterna. Ao final, as várias personagens (ou seriam personalidades?) se afloram em Lara, mostrando a versatilidade da atriz em mudar rapidamente de papel. Um show de interpretação. Gostei muito.
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