Pesquisar este blog

sábado, 17 de setembro de 2011

LARANJA DEMAIS - COMIDA DE MENOS

Duas notícias que li/vi no mesmo dia me provocaram alguns questionamentos que aqui compartilho.
Primeira notícia:
Brasil tem a segunda maior safra de laranja de sua história. Tal resultado é creditado a novas tecnologias, como o desenvolvimento de melhores adubos e novas técnicas de adubação. Indústrias que processam o suco da fruta operam em sua capacidade máxima, trabalhando sete dias na semana, vinte e quatro horas por dia. Oitenta por cento da produção é exportada na forma de suco. A fruta in natura não é exportada. O consumo interno da laranja é menor do que o número de frutas no mercado brasileiro. Os produtores reclamam que a indústria está devolvendo caminhões lotados de laranja por não ter capacidade de transformá-las em suco. Segundo alguns produtores entrevistados no Jornal Nacional, em 16 de setembro de 2011, o destino das frutas devolvidas será o lixo. Se há tanta tecnologia disponível, como não planejar o montante a ser colhido? Porque jogar a fruta fora, se há muitos necessitados passando fome?

Segunda notícia:
A fome na Somália atingiu níveis altíssimos devido a seca que assola o país africano. São setecentos e cinquenta mil pessoas que correm risco de vida se a ajuda internacional não for intensificada. Segundo a reportagem da revista Isto É, um milhão e meio de crianças daquele país precisam de assistência imediatamente. O Brasil agiu rapidamente, enviando imediatamente navios com 4,5 toneladas de feijão, de um total de trinta e oito mil toneladas que devem ser doadas.
Porque a laranja que está sobrando e indo para o lixo não faz parte desta doação brasileira para a Somália? Seria mais lógico e humano se estas frutas ajudassem a minimizar a fome de milhares de adultos e crianças, seja em que local for, do que apodrecer no lixo, sendo vetor de doenças para quem, infelizmente, vive de catar descartes nos aterros sanitários das grandes cidades, os chamados lixões, palco, ainda, de trabalho infantil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário