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sábado, 3 de setembro de 2011

CENA CONTEMPORÂNEA 2011 - DIA 10 - NINGUÉM FALOU QUE SERIA FÁCIL

Tão logo terminou 9 Mentiras Sobre A Verdade, no Teatro Goldoni, apressei o passo, assim como muitos que lá estavam, para chegar o mais rápido possível ao CCBB, onde estava em cartaz a peça Ninguém Falou Que Seria Fácil no Teatro I, dentro da programação do Cena Contemporânea 2011. Sessão prevista para ter início às 21horas, cujo ingresso me custou R$ 15,00 a inteira. Ainda deu tempo de fazer um lanche no Café Cristina Roberto, localizado na entrada do teatro. Foi o tempo também de Ric e mais dois amigos chegarem. Havia uma fila na bilheteria para comprar ingressos que não foram trocados pelos convidados de sempre. Quando entramos, o ator Felipe Rocha já estava a postos, conversando com quem chegava, recebendo alguns cumprimentos e pedindo ao público para ocupar as cadeiras ao centro do teatro que estavam vazias. A sala ficou cheia, mas não lotou por completo. Com quinze minutos de atraso, teve início a história escrita por Felipe Rocha, também codiretor da peça, cuja direção ficou a cargo de Alex Cassal. Além de Rocha, também estão em cena os atores Renato Linhares e Stella Rabello. Eles formam a trupe carioca Companhia de Foguetes Maravilha. Embora no catálogo do festival indique que a peça tem 90 minutos de duração, ela durou mais do que isto, pois terminou às 22:50 horas. Quem lê a sinopse, mesmo com a informação de ser um relato bem humorado sobre o amadurecimento, pode se sentir enganado com o que vê em cena. Os três atores vão se revezando em personagens de um mesmo núcleo familiar, que, às vezes, pode confundir. Felipe Rocha começa como Pedro, que está em um quarto de hotel em um país qualquer com Ana (Stella Rabello) quando ela pergunta onde está Marina, a filha de três anos do casal. A discussão é divertida e envolve a plateia. Entre o público, havia um casal com uma criança que não estava satisfeita de estar ali, ranhetando bastante. Bem humorado, Rocha ria com a situação, improvisando falas, tais como: "o casal podia emprestar o filho deles para interpretar a Marina". A plateia ria muito. Quando ele decide que faria o papel de Marina, entrou em cena Renato Linhares, interpretando a garotinha. Interpretação hilária. No início, a "participação" da criança da plateia foi divertida, mas o público começou a ficar incomodado. O casal não se tocava. Foi preciso um psiu bem alto, vindo de algum ponto do teatro, para que eles se levantassem e deixassem o teatro. Fica a pergunta: até que ponto um casal deve levar uma criança a uma peça adulta, em sessão noturna, sabendo que ela não vai suportar e vai incomodar quem lá está? É a velha história de "o meu direito termina onde começa o direito do outro começa". Há limites que devem ser respeitados em uma sociedade civilizada. Voltando à peça. Os três atores em cena e está formada a família, mas Rocha decide que quer fazer a filha, pois Stella está beijando apaixonadamente na boca Renato, em um ato nada comum entre mãe e filha. Por falar em beijo, há vários beijos entre os atores durante a peça: Felipe com Stella, Stella com Renato, Renato com Felipe e os três juntos. Acabam os dois fazendo o papel de Marina. A troca de papeis se instala. Em uma das cenas, Stella deixa de ser Ana e passa a ser Marina em uma boate, onde trabalha como garçonete e onde seu pai, Pedro, vivido por Rocha vai todas as noites vigiá-la. Local também onde Marina conhece seu futuro marido, vivido por Renato. Aqui acontece a cena mais chata da peça, uma discussão sobre Marina ainda usar chupeta, que acaba em casa, com uma história que envolve um chinês e um índio, com piadas ao estilo comédia pastelão. Ao final, Pedro morre e Felipe Rocha vai viver o filho do casal formado por Stella e Renato, mostrando que a vida é um ciclo, cheio de fatos alegres e tristes, mas que se caminha sempre olhando para frente. Não há volta ao passado. A peça não agradou a algumas pessoas, que deixaram o teatro antes de seu término, caso, por exemplo, de meus dois amigos. Não esperava ver uma comédia escrachada. Os atores são ótimos, com composições sensacionais de seus personagens, sendo over quando o papel assim o exigia e sendo low profile nos momentos certos, mas o tom pastelão não me agrada, motivo pelo qual, não gostei do que vi. No início ri muito, mas após quarenta minutos, comecei a achar enfadonho, tornando a história longa demais para mim. Ao final, parte do público nem se levantou para aplaudir, saindo rapidamente, enquanto uma parte expressiva aplaudia e gritava entusiasticamente. Como disse, não gostei. Ric também não. Terminamos a noite em uma pizzaria para matar nossa fome.


Um comentário:

  1. Excelente trabalho de ator, ótimo "time" para a comédia, mas não souberam usar o "time" para a duração do espetáculo... ai tudo que é demais cansa, inclusive o jogo hilário do ilogismo em cena. Destaque para a capacidade de improvisão, principalente, quando da platéia uma criança resolve resmungar o tempo todo. O improviso tb tirou risada do público, mas como a interferência da crinça começou a incomodar, pedeu a graça. A trupe deve aprender com esse episódio: de forma repetitiva e insistente, cansa...

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