Noite Passada em Soho (Last Night in Soho), 2021, 116 minutos.
Dirigido por Edgar Wright e estrelado por Thomasin McKenzie (Eloise), Anya Taylor-Joy (Sandie) Mat Smith (Jack), Diana Ring (Ms. Collins), Terence Stamp (homem idoso) e Rita Tushingham (avó de Eloise).
Garota do interior, Eloise é criada pela avó materna, pois não conheceu o pai e sua mãe se matou quando ela tinha 7 anos. Ela é fascinada com os anos 1960, adora moda, é aprovada para fazer curso de moda em uma faculdade de Londres, para onde se muda. Inicialmente foi dividir um quarto na moradia estudantil, mas não se deu bem com as colegas. Mudou-se para um quarto na parte de cima de um casarão antigo de Londres, tendo como senhoria uma senhora idosa, que dita as regras para a mocinha: nada de cigarros e homens depois das 20 horas no quarto. Ao dormir, ela se transporta para os anos 1960, ficando entusiasmada com o que vê, quando conhece Sandie. O que era no início fascinação e inspiração para suas aulas, suas "viagens" à década de 60 torna-se um suplício, um verdadeiro horror.
O filme tem paleta de cores fortes, com tons de vermelho determinando o momento de cada cena nos anos 60, e tons mais neutros/pastéis nos dias atuais quando vemos a sala de aula.
O diretor parece gostar dos anos 60, pois a trilha sonora é fantástica, o figurino e penteados estão perfeitos, com muito cigarro e charuto em cena.
O que mais me chamou a atenção é o uso constante do suspense psicológico, deixando-nos em dúvida se as idas ao passado são sonhos de Eloise ou é um início de uma esquizofrenia, doença que sua mãe tinha.
Wright homenageia filmes da década de 1960, como O Bebê de Rosemary (1968), quando usa o suspense psicológico implícito; A Bela da Tarde (1967), com várias mãos e braços masculinos pegando Eloise em seu quarto; A Noite dos Mortos Vivos (1968), quando aparecem para Eloise dezenas de homens com os rostos desfigurados.
Elementos característicos de Alfred Hitchcock, especialmente os de filmes de sua fase inglesa, também estão presentes. Mas as reviravoltas nestas apropriações de filmes clássicos é constante, pois há também uso de elementos dos filmes slasher (serial killer, faca como instrumento de assassinato, mulheres bonitas, o medo de dormir e sonhar - A Hora do Pesadelo) ou daqueles que exploravam os corpos femininos.
Para seguir nas homenagens, estão no elenco três atores idosos que fizeram sucesso em filmes ingleses e europeus nos anos 60: Terence Stamp, Diana Ring (a quem o filme é dedicado, pois veio a falecer em 2020 quando o filme estava em fase de finalização) e Rita Tushingham.
E, como todo bom suspense, uma reviravolta na parte final do filme existe e é sensacional.
Gostei muito da performance de todo o elenco, com destaque para Thomasin McKenzie e Anya Taylor-Joy.
Filme com potencial para figurar em várias indicações para os prêmios do cinema norte-americano de 2021/2022.
Vi, em 23/11/2021, no Stremio.
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