Durante o café da manhã, combinamos de ir almoçar no bairro Liberdade, em um restaurante que Vera, amiga de Brasília, tinha indicado. Mas antes, tínhamos que ir ao Laboratório Hermes Pardini, no bairro Santana, para Gastón fazer o RT-PCR para sua viagem no dia seguinte para Buenos Aires. Combinamos de estar na recepção do hotel para sair às 11:00 horas.
Antes de subir para o quarto, passei no balcão da recepção para conversar com a gerente Beatriz. Para minha surpresa, ela não estava e nem iria trabalhar naquele dia (mais uma mentira de Vinícius na noite anterior). Pedi para falar com alguém responsável. A atendente disse que era Marcelo Oliveira e que o chamaria. Esperei por cinco minutos. Marcelo se apresentou. Relatei tudo o que tinha ocorrido no dia anterior com Vinícius, da minha insatisfação com o hotel e com a falta de serviços adequados. Diferente de Vinícius, ele concordou com tudo, desfez a questão da limpeza de três em três dias, quando o hóspede solicita que seja feita diariamente, pediu desculpas em nome do Novotel, disse que não aconteceria de novo, que realmente eu tinha razão quanto ao desleixo com a limpeza nos corredores dos andares. Eu pedi que a limpeza de meu quarto fosse diária, com troca de roupa de cama, toalhas e amenities. Ele concordou, perguntando qual o melhor horário para fazer a limpeza naquele dia. Ficou acertado que a fariam entre 11:30 e 13:30 horas.
Às 11:00 horas, todos na recepção. Eu de bermuda, mas com uma blusa de frio e um guarda chuva na mochila. Vimos Bruno, o motorista de táxi, perguntando se ele nos levaria à Santana, na Rua Voluntários da Pátria, 2.669. Não era a vez dele, indicando o motorista que estava na porta do hotel. Diferente de Bruno, era um senhor mal humorado, mas que nos levou sem reclamar. O trajeto é longo, com vários pontos de trânsito lento no caminho. Ao chegar ao laboratório, o taxista disse que esperaria, caso não demorasse. Gastón entrou na frente. Como ele não saiu para dizer uma média de tempo, eu entrei e descobri que poderia demorar mais de meia hora. O motorista estava parado em local proibido, atrapalhando o trânsito intenso da rua. Resolvi pagar a corrida, R$ 35,00, em espécie, dispensando o táxi. O taxista me deu seu número de celular, caso precisássemos dele para ir a outro lugar. Emi e Rogério foram andar um pouco para conhecer a região, pois nunca nenhum tinham ido àquele bairro. Eu também não, mas preferi ficar sentado na sala de espera do laboratório. Gastón foi chamado rapidinho. Emi e Rogério retornaram em pouco tempo. Esperamos uns 10 minutos, quando Gastón saiu, dizendo que o resultado estaria pronto às 18:00 horas. Era hora de ir para o bairro Liberdade.
Quando estávamos no táxi, indo para o laboratório, passamos em frente à estação de metrô Santana. Verifiquei no Google Maps se era longe. Cerca de 700 metros em linha reta, somente descida. Para ir à Liberdade, apenas uma linha, a azul. Resolvemos ir de metrô, descendo a rua, que tinha muito comércio. Eu tomo remédio para controlar a pressão arterial, motivo pelo qual a vontade de fazer xixi pela manhã sempre é forte. Na descida, entrei em um McDonald's para ir ao banheiro (sempre as redes de fast food são ótimas para estas idas ao banheiro, pois não exigem nada para você usá-lo). Na estação, Rogério quis comprar os bilhetes para nós quatro, ao custo unitário de R$ 4,40. Agora, o bilhete é um papel com um código QR que deve ser colocado no visor da catraca para liberar a roleta.
O metrô de São Paulo sempre limpo e eficiente. Rapidamente estávamos dentro do trem. Descemos na estação Japão-Liberdade. Subimos as escadas no sentido Rua Galvão Bueno, saindo em uma feira com muita gente fazendo fila nas barracas de comida para comer iguarias orientais, já que era hora do almoço. O lugar não estava nada limpo, com muitos restos de comida e descartáveis pelo chão. A Rua Galvão Bueno era uma loucura de gente com sacolas e mais sacolas, turistas tirando fotos, camelôs vendendo de tudo, carros parados no trânsito super lento. Olhamos no mapa a direção exata do restaurante onde almoçaríamos, o Izakaya Issa. Seguimos para a direita da estação de metrô, caminhando em uma faixa verde para pedestres que foi construída na rua, de tão cheias que ficam as calçadas de gente e de camelôs.
Chegamos na porta do restaurante às 12:50 horas. O lugar é minúsculo. Na porta, um balcão impedia as pessoas de entrar. Tinha fila. Duas mesas na nossa frente. Esperamos uns vinte minutos para chegar a nossa vez. Margarida, uma senhorinha de descendência japonesa, dona do negócio, é que recebe as pessoas. Confere a temperatura um a um, sempre apontando o aparelho para a testa do cliente, indica dois tapetes para que cada um higienize o calçado, mostrando, em seguida, a mesa disponível. Tem que tirar os sapatos para ficar nas mesas. Mesa baixa, difícil para um gordo, como eu, entrar, bem como para quem tem pernas grandes. Custei a me acomodar no canto, procurando, desde o início, onde poderia apoiar minhas costas. Se eu não tenho apoio para as costas, fico com dores horríveis na coluna (velhice...). A mesma senhorinha, Margarida, é que atende as mesas, entrega o cardápio, tira os pedidos, traz os pratos, verifica se tem mais gente chegando, traz a conta e faz a cobrança. Uma outra mulher, que parece ser parente dela, fica no balcão, atendendo aos clientes solitários ou em dupla. Eis minhas impressões e experiência no restaurante:
Restaurante: Izakaya Issa.
Endereço: Rua Barão de Iguape, 89, Liberdade, São Paulo, SP.
Instagram: @izakayaissa
Especialidade: culinária japonesa, sem sushi/sashimi.
Ambiente: local pequeno, com poucas mesas e um balcão onde também as pessoas são atendidas. Para ficar nas mesas, deve-se tirar os sapatos. Não há local para encostar as costas, o que torna desconfortável ficar sentado por muito tempo. Decoração que remete aos bares japoneses: muita madeira, luminárias quadradas brancas, quadros com caligrafia japonesa, um longo balcão para quem vai sozinho ou em dupla. Mais de dois no balcão já complica para uma boa conversa durante a refeição, sendo mais apropriado ficar nas mesas, apesar do desconforto.
Tempo no restaurante: contando desde a hora em que chegamos na porta, esperando na fila, ficamos por volta de duas horas.
Data: 01/11/2021 - almoço.
Conta: R$ 101,00 (duas pessoas - eu e Gastón), pagos com cartão de crédito.
A experiência: a senhorinha que atende às mesas, Margarida, é apressada para retirar os pedidos. Ela entrega os cardápios e logo quer que a mesa faça o seu pedido. Talvez porque a fila do lado de fora só cresça. Decidimos a entrada, guioza no vapor, para compartilhar. Ela queria saber todo o pedido, pois a cozinha preparava tudo de uma vez. Pedimos mais um tempo. Não sabíamos a quantidade da comida. Assim, eu e Gastón escolhemos um tempurá de legumes, enquanto Emi e Rogério, tempurá de legumes e camarões. Nossa ideia era pedir isso e ver se teríamos que pedir mais alguma coisa depois que os pratos chegassem. Margarida questionou nosso pedido de tempurá, dizendo que o com camarões já vinha com legumes. Reforçamos que aquele era nosso pedido. Para beber, fui de Coca Cola, Gastón de água mineral com gás, Rogério e Emi de saquê. Eles perguntaram se o saquê era nacional. Margarida disse que só vendiam saquê importado do Japão, pois o nacional dava ressaca. O saquê foi servido em copos de vidro, parecendo aqueles copos de shots de bebidas destiladas, o que me causou surpresa, pois sempre vi saquê ser servido em recipientes quadrados de madeira. O prato com guioza chegou após uns vinte minutos. Seis unidades servidas em um prato de porcelana branca com desenho de uma flor na cor cinza claro. Foi ainda servido um potinho para cada um de nós com um molho para a guioza. Cozida no vapor e levemente frita, a guioza estava maravilhosa. Sabor leve, mas marcante. Ao mergulhá-la no molho, o sabor foi potencializado a mil. Cada um comeu uma guioza e meia. Nosso apetite e nossa expectativa para o tempurá aumentaram. Minhas costas já davam sinal de vida. Tentava achar a melhor forma de ficar sentado. As pessoas na mesa ao lado, que se acomodaram depois de nós, começaram a reclamar que seus pedidos não chegavam. O restante do nosso pedido também não chegava. Quase uma hora depois do pedido, chegou o tempurá de legumes com camarões. Era o prato de Emi e Rogério, que começaram a comer, inclusive oferecendo para comermos enquanto o nosso não chegava. Declinamos. Passados dez minutos, questionamos sobre o tempurá de legumes. Margarida, não muito humorada, disse que estava sendo feito, pois só havia uma panela para fazer essa comida. Rir foi a nossa reação. O prato chegou. Bem servido, quentinho. Tinha berinjela, batata, quiabo, couve-flor, brócolis, cenoura, cebola e shitake empanados. Acompanhou um molho. Eu não gosto do molho que acompanha o tempurá, acho sem graça. Comi os legumes como vieram. Não tinham tempero, mas o sabor dos legumes cozidos/fritos estavam presentes. Gastón, Emi e Rogério não gostaram do tempurá, acharam sem sabor. Nem se quiséssemos, ousaríamos pedir outro prato, pois a demora seria imensa. Pedimos a conta. Margarida trouxe um papel com o valor total. Fizemos os cálculos. Margarida nos apontou o caixa para fazer o pagamento. Calcei o sapato, tentei me aprumar para minimizar as dores nas costas, indo para o caixa. Quem cobrou foi a outra atendente. Quando saímos, os pedidos das duas mesas que ficavam perto da nossa ainda não tinham chegado.
Eu queria comprar palitos de plástico para os dentes, que nunca encontro em BH. Sabia a loja onde comprar, Hime-Ya, que fica na Rua Galvão Bueno, 54. Era no caminho de volta para a estação do metrô. Rogério queria ir na Sephora, insistindo que tinha uma loja no bairro Liberdade. No trajeto, Rogério parou em uma lojinha, comprando difusor de óleos essenciais e uma máquina de aparar cabelo. Enquanto esperava, Gastón e eu percorremos a loja, na verdade um mini shopping de quinquilharias falsificadas, procurando capas para celular, mas não encontramos nenhuma que nos interessasse. Após as compras de Rogério, seguimos em frente, parando na Hime-Ya, onde entrei, perguntei a um vendedor onde encontrava os palitos, ele me mostrou a gôndola, peguei o que queria, dei uma volta para ver se mais alguma coisa me interessava, mas a loja estava muito cheia. Em tempos de distanciamento social, era melhor sair dali logo. Fui ao caixa, paguei R$ 35,00, no cartão de crédito, pela caixa com 150 palitos, saindo logo dali. Ao chegar na feirinha em frente à estação Japão-Liberdade, Rogério insistiu na loja Sephora. Verifiquei no Google. Não havia nenhuma Sephora na Liberdade. Esperamos Emi fumar, que queria parar em um lugar bonito para tomar café e comer um doce. Não era o local apropriado. Descemos as escadas. Foi a vez de Gastón comprar, na bilheteria física, quatro bilhetes do metrô. Quando eu ia passar na catraca, fiz um comentário sobre o papel com o código QR, ouvido por uma das seguranças do metrô. Ela se dirigiu a mim, informando que a ideia era não usar papel, sendo melhor baixar o aplicativo Top, pois, assim, poderia comprar os créditos, gerar o código QR e colocar o visor do celular na máquina, destravando a roleta. Ótima dica. Foi o que fiz mais tarde.
Pegamos o metrô linha azul, fizemos baldeação na estação Sé, linha vermelha, descendo na estação Anhangabaú.
Começava a saga pela busca do café. Minhas costas estavam me matando. Tinha dificuldade de caminhar.
Continua...
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