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quinta-feira, 11 de novembro de 2021

SÃO PAULO - DIA 2 - 31/10/2021 - B-DAY (DOMINGO) - PARTE 1


31/10/2021 - Gosto de passar meu aniversário viajando. Lembro-me de todas as cidades onde já comemorei cada ano de vida: Belo Horizonte, Brasília, Rio de Janeiro, Manaus, Belém, Tiradentes, Buenos Aires, Cidade do México, Nova Iorque e Paris. Misturar arte e boa gastronomia no dia do meu aniversário é sempre prazeroso. Foi o que fizemos desta vez em São Paulo.

Acordei cedo, antes de 7:00 horas. O tempo estava nublado, garoava. Fiquei na cama, lendo notícias pelo celular e jogando Pokemon Go até às 09:00 horas. Levantamos para tomar café. A ideia era ir na Marajá Padaria (Rua Martins Fontes, 137, Centro), a poucos metros do hotel. Como Rogério me tinha falado que o café da manhã deles estava incluído na diária, nem me preocupei em chamá-lo para ir conosco. Coloquei bermuda, o que foi um erro, pois o dia estava friozinho.

Ao sair do quarto, vi que a bandeja com prato sujo de comida que o hóspede do quarto 2318 tinha colocado na noite anterior ainda estava no chão do corredor.

A Marajá, que existe desde 1967, está sempre cheia no café da manhã e no almoço. Na entrada, a gente aperta um botão na catraca, pega um cartão numerado que será nossa comanda, e passa a roleta. Só havia uma mesa livre quando chegamos, às 09:30 horas. Em cada mesa há um porta guardanapo com um código QR para acessar pelo celular o cardápio digital, mas para quem não gosta de usar tecnologia, eles têm cardápios físicos também. Álcool líquido em spray disponível nas mesas. Uma simpática garçonete nos atendeu. Escolhi suco de laranja (R$ 9,00) para beber e uma salada de frutas (R$ 15,00). Bem frugal, pois não queria comer muito, já que nossa reserva para almoçar era para 12:30 horas. Gastón pediu uma média de café com leite (R$ 5,00), ovo mexido (R$ 8,00), tapioca de queijo prato e mussarela (R$11,90) e um pão francês com manteiga na chapa (R$ 3,70). Tudo de Gastón chegou primeiro do que o que eu havia pedido. O suco de laranja veio como pedi, apenas com gelo, sem açúcar, é feito na hora, super fresco. A salada de frutas é bem servida, vem fria, com a banana picada pouco antes de servir para não escurecer. Tinha, além da banana, abacaxi, morango, mamão, melão e um pouco de suco de laranja. Experimentei um pedaço pequeno da tapioca de Gastón. Os queijos foram tostados na chapa antes de ir para dentro da tapioca, o que fez uma diferença enorme no sabor, para bem, claro. Terminamos nosso café da manhã, pegamos nossos cartões numerados, indo até o caixa para pagar. Total da conta para nós dois: R$ 52,90, pagos com cartão de crédito. Bem mais barato do que os R$ 90,00 que pagaríamos no hotel. Para sair, basta inserir o cartão na catraca, esperar a luz verde aparecer com a palavra siga e rodar a roleta. Voltamos para o hotel. Eram 10:30 horas.

Pouco depois que chegamos no quarto, Rogério ligou no celular, pois o telefone fixo de nosso quarto não estava funcionando, para saber se poderiam subir para me dar um abraço. Dez minutos depois, ele e Emi entravam no quarto com dois presentes que adorei. Recebi os abraços e também dei um abraço forte em Emi pelos seus mesmos 58 anos. Ele é um pouco mais velho, pois nasceu no final da manhã e eu no final da tarde. O presente de Emi tinha comprado pela Amazon e ainda não tinha chegado quando viajamos. A entrega ficou para a nossa volta a BH, mas não lhe disse o que era. Abri os presentes recebidos. Sabendo que gosto de cinema e que estou fazendo dois cursos sobre o tema on-line, eles me deram o livro Hitchcock Truffaut Entrevistas - Edição Definitiva. Também me presentearam com um short da marca Shorts Co na cor fúcsia com estampa de pelicanos. Acertaram em cheio, minha cara! Aproveitamos para combinar o horário de sair. Acertamos às 11:50 horas na recepção. Eu atrasei um pouco para descer, tipo 10 minutos. Chuviscava bem fininho e fazia um friozinho gostoso. Todos agasalhados e de calças compridas. Chamamos, cada casal, um uber. Para o trajeto Novotel Jaraguá até o Museu de Arte Contemporânea - MAC-USP, onde fica o restaurante Vista (Avenida Pedro Álvares Cabral, 1.301, 8º andar, Vila Mariana), pagamos R$ 38,94. O motorista conhecia como entrar no museu, pois muitos erram a entrada, o que ocorreu com o uber em que estavam Emi e Rogério. Chegamos um pouco antes do horário de nossa reserva. Mediram nossa temperatura na entrada do museu, informaram-nos onde pegar o elevador para chegar na cobertura do prédio, onde fica o Vista. Na porta do restaurante informei que tínhamos uma reserva para 4 pessoas em nome de Emivaldo. A atendente procurou, procurou e não achou. Pediu a confirmação da reserva, mas ela estava com Emi, que ainda não havia chegado. Pediu, então, o número do celular dele. Quando disse, ela encontrou a reserva, que estava em nome de Emi. Ele deu o apelido e não o nome completo para fazer a reserva. Uma outra atendente nos acompanhou até a nossa mesa, que já estava pronta. Era uma mesa pequena para comportar todo o aparato de um almoço, mas providenciaram uma cadeira para colocarmos nossos pertences, a garrafa do vinho que Emi e Rogério beberam, além dos saquinhos de papel que estavam em cada mesa, junto aos talhares, para o comensal colocar a máscara. Um mimo que gostei muito. O restaurante é bem grande, com três ambientes, sendo o mais distante da porta, um bar com um enorme balcão de bebidas, fora o ambiente externo, que, por causa da chuva, não estava movimentado, mas, mesmo assim, as pessoas saíam dos salões internos para tirar fotos. Há uma brigada de cumins, garçons, atendentes, maitres e sommeliers para dar conta de todas as mesas, que logo ficaram lotadas. De onde estávamos, dava para ver a movimentação frenética da cozinha. A seguir, minhas impressões. Emi e Rogério chegaram e se juntaram a nós.

Restaurante: Vista.

Endereço: Avenida Pedro Álvares Cabral, 1.301, 8º andar, Vila Mariana (fica na cobertura do Museu de Arte Contemporânea da USP - MAC-USP).

Instagram: @vistaibirapuera

Chef: Marcelo Correa Bastos.

Especialidade: cozinha autoral com ingredientes brasileiros.

Ambiente: combinando com o local em que está inserido, um prédio projetado por Oscar Niemeyer, segue a linha moderna, com paredes de vidro, dando uma bela visão para o Parque do Ibirapuera e parte do skyline de São Paulo, além de ótima luminosidade interna. O teto é de concreto aparente. Música ambiente em bom volume, que não atrapalhava as conversas e um ótimo set list de música brasileira. Mesas com bom espaço entre elas (distanciamento é essencial em tempo de pandemia!). As mesas são quadradas, de madeira em duas cores envernizadas, com um pé central e base quadrada de ferro de cor escuro, sem toalhas, para deixar à mostra a bela composição das madeiras. Há um jogo americano de couro (me pareceu couro vegetal), em cor marrom com a logo do restaurante, talheres guardados em envelope de papel, guardanapo de papel também envolto em plástico fechado, um saco de papel branco para guardar as máscaras e um display ao centro com o código QR para acessar o cardápio digital. A logo do Vista está impressa em tudo, com exceção do saquinho para a máscara. Um vasinho com flores do cerrado compõe a decoração das mesas, mas quando sentamos, para liberar espaço, o vaso foi retirado.

Tempo no restaurante: cerca de duas horas.

Conta: R$ 324,00 (valor para dois - eu e Gastón, que não consumimos bebida alcóolica).

A experiência: pedimos duas entradas para compartilhar entre nós quatro, cada um pediu um prato principal, sem sobremesas. Para beber, pedi uma Coca Cola (R$ 9,00), Gastón foi de limonada suíça (R$ 10,00) e, ao final, bebemos, cada um, uma xícara de café espresso Três Corações (R$ 8,00 cada).

Entrada: pupunha assada na manteiga com cítricos e bottarga de vieira (R$ 42,00). Servida em um prato de cerâmica, vieram cinco pedaços de palmito pupunha assados com uma crosta de cor marrom. O palmito estava bem macio, sem nenhuma fibra dura. O sabor dos temperos cítricos que compunham a crosta fez a diferença, contrastando a acidez com a leve doçura do palmito. A bottarga de vieira nem precisava estar no prato, pois quase não aparece no sabor e não fez diferença alguma. Prato aprovado pelos quatro da mesa.

Entrada: torresmo com picles e mostarda Dijon - fatias de barriga de porco curadas e fritas, bem carnudas, com gordura na medida, acompanhadas de picles de rabanete, maxixe e mostarda (R$ 53,00). Vieram dez pedaços de torresmo de coloração rosada, servidos em uma tábua de madeira, com um papel manteiga por baixo para sugar a gordura existente (que era bem pouca). De um lado da tábua, um pedaço de limão e na outra extremidade diagonal, a mostarda de Dijon em boa quantidade. Entremeando os pedaços de carne, porções pequenas de picles de rabanete e de maxixe. Salsinha por cima para decorar (e para comer!). O torresmo vem praticamente sem tempero, o que nos motiou a comer nossos pedaços sempre com o picles ou com a mostarda ou com os dois juntos. Sem nada, era macio, mas sem um sabor que mexa com o paladar. No entanto, quando misturado com um pouquinho de mostarda de Dijon, tudo muda. O melhor do prato era o picles de maxixe. Deu vontade de pedir uma porção extra desse picles. Eu gostei do prato, mas nem todos da mesa o apreciaram. 

Prato principal: arroz de suã com vieiras - arroz cozido com caldo obtido do cozimento da espinha dorsal do porco, com pedacinhos de linguiça feitas no restaurante, coberto com vieiras levemente salteadas e aioli (R$ 105,00). O arroz veio servido em uma panela de ferro rasa bem quente com um sousplat de madeira redondo. Já iniciei a salivar com o aroma que vinha do prato e com a sua bela apresentação. Arroz com cozimento perfeito, molhadinho, muita suã desfiada, vieiras grelhadas bem macias e um aioli que casou perfeitamente com os ingredientes do prato. Pedida excelente para meu aniversário. Gastón pediu arroz de pato no tucupi e magret mal passado - arroz cozido em tucupi com lascas de pato, cogumelos, jambu e coentro, servido com o peito do pato grelhado mal passado (R$ 109,00). Ele gostou muito. Eu experimentei um pouco do arroz, pois adoro tucupi e jambu. Mesmo com uma pequena porção, a gostosa dormência provocada pelo jambu logo apareceu na ponta da língua.

Pagamos a conta com cartão de crédito e fomos para o terraço. Apesar da chuva fraca, conseguimos tirar fotos e apreciar a bela vista do Vista.

Continua...


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