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segunda-feira, 29 de novembro de 2021

SPENCER

Spencer (Spencer), 2021, 117 minutos.

Direção de Pablo Larraín, roteiro de Steven Knight, estrelado por Kristen Stewart (Diana).

Primeiramente, até ver Spencer, tinha sérias restrições quanto ao trabalho de Stewart, especialmente por seu papel na saga Crepúsculo e como protagonista do horrível Branca de Neve e O Caçador. Mas minha percepção dela como atriz mudou totalmente depois de sua performance como a Diana-Spencer, a eterna Lady Di, no filme Spencer. Realmente é digna de indicações como melhor atriz como apontam as pré-listas e apostas para as premiações do cinema norte-americano de 2021, em especial o Oscar.

Nunca li nenhuma biografia sobre Lady Di, por isso não posso dizer se a história narrada em Spencer é fiel aos fatos ou se há muita licença poética do roteirista e do diretor. O que sei é que o filme é muito bom, com bela direção de arte, figurinos deslumbrantes e uma fotografia de encher os olhos.

A história se concentra nas festividades do Natal de 1991 em um castelo da família real inglesa.

Diana está completamente perdida mentalmente (na cena inicial, um indicativo deste transtorno, ela entra em uma lanchonete na beira da estrada e pergunta onde ela está), se sentindo um peixe fora do aquário dentro da família real. Seus problemas psíquicos se tornam um transtorno, tanto para ela, como para seus filhos e para a realeza. Sofre de bulimia, tem um pé na esquizofrenia, enxerga o fantasma de Ana Bolena, cuja biografia ela estava lendo. Fica apática, sem vontade de nada, ou melhor, sua vontade é se livrar do casamento, das amarras daquela família e ser livre (há uma metáfora interessante, quando ela conversa com um faisão que está prestes a ser morto, juntamente com vários outros da mesma espécie, em um tiro ao faisão, tradição da família real. Ela insiste para o faisão fugir, ir para longe dali).

Ela é vigiada o tempo todo, tanto pelos paparazzi, que ficam de tocaia nas imediações do castelo onde passa as festividades do Natal, quanto pelos empregados, todos fidelíssimos à rainha.

É um filme sobre a solidão. Mesmo cercada de empregados e de familiares, Diana sempre está cabisbaixa, com olhares parados, imersa em seus pensamentos e em seus devaneios, não podendo ser dona de seu próprio destino (até as roupas que ela vai vestir em cada refeição é ditada pelas regras da realeza).

Nesta etapa de sua vida, o casamento com o Príncipe Charles já estava degringolado, sua relação com ele era meramente formal, o caso extraconjugal dele já era público. Há um ótimo diálogo entre Diana e Charles onde ele diz que todos eles deviam ser dois. Um tipo para ser visto pelo público e outro, entre paredes.

O filme mostra uma rainha má, um príncipe distante e uma Lady Di com sérios transtornos psicológicos. Até que ponto cada uma destas características é verdadeira é o grande nó da questão.

Vi, em 26/11/2021, no Stremio.


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