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domingo, 7 de março de 2010

CLARICE LISPECTOR - A HORA DA ESTRELA

Aproveitei que fui ao CCBB (SCES, Trecho 2, Conjunto 22) para comprar entrada para assistir a uma peça no dia 13 de março para ver, enfim, a exposição sobre Clarice Lispector. Fiquei duas horas na Galeria 2 onde está Clarice Lispector - A Hora da Estrela. Foi um final de manhã muito interessante, conhecendo um pouco mais desta escritora de quem gosto muito. A montagem da exposição, já vista em São Paulo, no Museu da Língua Portuguesa, é um convite à leitura da obra desta magnífica escritora. Com curadoria de Júlia Peregrino e Ferreira Gullar e cenografia criada por Daniela Thomas, a visita ao espaço expositivo é um deleite para os olhos. Frases da escritora sobre a vida e a arte de escrever já enfeitam as paredes negras da primeira parte da exposição, onde também há quatro grandes fotos de Clarice. No segundo ambiente, com paredes brancas e mais frases retiradas de seus livros, há um colchão velho e partido no meio do quarto. Passa-se para o terceiro ambiente, com mais frases em paredes negras, com efeitos de luz que descortinam um pequeno ambiente com paredes de vidro no meio da sala, onde há uma espécie de mapa de todas as cidades onde Clarice esteve ao longo de sua vida. Mas é no próximo ambiente que mais me detive, quatro paredes com gaveteiros de madeira do chão ao teto, com algumas cadeiras e bancos servindo de apoio quando da leitura das gavetas mais baixas. Ao todo, cinquenta e quatro gavetas, marcadas com uma chave e respectivo número, se abrem e nos permitem entrar em contato com fotografias, livros publicados no Brasil e no exterior, documentos pessoais (carteira de trabalho, passaporte, carteira de jornalista, carteira de motorista) e o melhor de tudo, textos, rascunhos, cartas escritas por Clarice e por seus amigos, tais como Érico Veríssimo, Maria Bonomi, Carlos Drumond de Andrade (há um lindo poema escrito para ela), Rubem Braga, Fernando Sabino, entre outros. Li absolutamente o conteúdo de todas as gavetas. Foi ótimo ter contato com estes documentos históricos. Ao final, no último ambiente da exposição, um sofá, uma máquina de escrever, cinco bancos e um vídeo passando a entrevista que a escritora concedeu à TV Cultura. Segundo informações do folder da mostra, é a única imagem em movimento de Clarice. O vídeo é curto, mas demonstra toda a sinceridade e clareza da escritora. Manhã de domingo magnífica na companhia de Clarice Lispector. Para quem se interessar, a exposição ainda fica em cartaz até o dia 14 de março no CCBB de Brasília.

5 comentários:

  1. Noel,
    Já vi que a vida cultural continua a mil, né?
    Bjs

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  2. A exposição realça a escritura de Clarice Lispector e os textos/frases comprovam porque Clarice é considerada uma das grandes escritoras brasileiras. Inspirados em "FUNDO DAS GAVETAS", título da segunda parte da primeira edição do livro LEGIÃO ESTRANGEIRA, os organizadores dipõe ao publico cartas, biletes, rascunhos de Lispector num jogo que envolve as pessoas no mistério que o abrir de gavetas revela. Concordo: trata-se de uma oportunidade para apreciarmos a escrita de uma autora que sobre lidar com o Drama da Linguagem, como afirma Benedito Nunes, e dos nossos dramas pessoais.

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  3. Caro André,

    A exposição me cativou. O abrir e fechar das gavetas me fez entrar no mundo de Lispector. Já penso em reler alguns livros dela.

    Um abraço.

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