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domingo, 14 de março de 2010

O CAPOTE

Tenho hábito de ler jornais velhos. Assino dois jornais e nem sempre consigo fazer a leitura diariamente. Neste domingo, depois de fazer o inusitado: caminhei uma hora no Eixão Norte, fiz compras de verduras e frutas e, para surpresa geral, fiz o almoço todo. Depois de almoçar uma salada de rúcula, manga, cenoura cozida e atum, acompanhados de quinoa negra refogada com shimeji, tomates frescos e novamente rúcula, fui ler os jornais acumulados desde a última segunda-feira. E foi lendo estes periódicos que fiquei sabendo que o grupo britânico Gecko, famoso por suas interpretações viscerais no lado físico, estava em curta temporada na Sala Martins Penna do Teatro Nacional Cláudio Santoro. O melhor de tudo, gratuito. Para conseguir o ingresso, bastava chegar meia hora antes do início do espetáculo. Duas sessões finalizavam a temporada brasiliense, umas às 15 e outra às 17 horas. Escolhi a primeira. Cheguei com a antecedência necessária, peguei o ingresso com o programa da peça e entrei na pequena fila que já se formava na porta do teatro. A maioria eram jovens que apreciam o teatro e uma boa literatura, já que a peça é inspirada na obra de Nikolai Gogol, O Capote. Dirigida por Amit Lahav, o elenco conta com um ator brasileiro, Rodrigo Matheus, carioca radicado em Londres, especialmente convidado para a turnê em nosso país, que faz o protagonista Akakki. Completam o elenco os atores Natalie Ayton, François Testory, Sirena Khalatian, Robert Luckay, Dai Tabuchi, Dave Price e Vinicius Salles. O idioma falado? Vários. Cada ator fala em uma língua. Temos português, inglês, francês, russo, japonês, espanhol. É uma babel, sem tradução, mas a estória é facilmente assimilada. Akakki, funcionário burocrático, se apaixona por uma colega de trabalho e tenta conquistá-la, mas para isto, tem que ser promovido e conseguir trocar de casaco, e comprar um novo, o capote do título. A peça tem momentos oníricos, quando o protagonista sonha com sua amada, sonha com seu casado, onde elementos circenses são colocados em cena. O que chama a atenção é a performance física de cada ator. Movimentos milimétricos, simulações de multidão, de câmera lenta. A música também é destaque, com alguns instrumentos executados ao vivo pelos atores. Confesso que achei monótono, gritado e repetitivo, mas valeu conhecer o vigor físico que é imposto aos atores.

2 comentários:

  1. Querido Leo,
    Gostei de saber que tem caminhado pelo eixao. Aqui estamos pela bela Buenos Aires procurando uma peca musical para assistir. A viagem tem sido otima, com muito relax na serra gaucha e muitas caminhadas e visitacao a igrejas e museus em Còrdoba. Beijos e ate a semana que vem. Rogèrio e Emi

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  2. Emi e Rogério,

    Que bom que estão gostando da viagem. Tenho seguido suas postagens no Twitter. Até semana que vem.

    Bjs.

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