Nada como fechar a programação cultural no CCBB de Brasília com um belíssimo show encerrando o projeto Nossa Língua, Nossa Música. De oito shows, consegui assistir a três, todos muito bons. O último deles reuniu a cantora paulistana Fabiana Cozza, que com sua voz potente preencheu o Teatro I do centro cultural com sambas que ela gravou em seus dois cds já lançados. Um primor. Não a conhecia. Fiquei surpreso com a força de sua interpretação para músicas já consagradas em outras gravações como Canto de Ossanha (Baden Powell & Vinícius de Moraes), Embarcação (Chico Buarque & Francis Hime) e Coisa Feita (João Bosco & Aldir Blanc). Também mostrou composições recentes de Roque Ferreira, como Incensa, primeira música do show que conquistou o público com palmas rítmicas acompanhando Cozza. Com boa presença de palco, conversou com a plateia, apresentou por duas vezes seus excelentes instrumentistas e ao final de sua apresentação introduziu Yami, a outra atração da noite, com quem dividiu Sonho Meu (Dona Ivone Lara & Delcio Carvalho). Yami nasceu em Angola, filho de pai português e mãe angolana, mudou-se para Portugal com quatro anos e cresceu ouvindo músicas portuguesas, angolanas, brasileiras e de língua inglesa, todas responsáveis pela sua formação musical. Do Brasil, citou os medalhões Gil, Chico, Caetano e Djavan, derretendo-se especialmente quando citou Milton Nascimento. Ele definiu sua música como sem definição, um caldeirão de ritmos e sons. O repertório apresentado foi completamente de sua autoria. Houve músicas dançantes, baladas de uma beleza ímpar e exaltações à sua Angola e à Luanda. Já no final, o adido cultural da Embaixada de Angola no Brasil, quebrando o roteiro do show, pediu para subir ao palco, foi atendido por Yami, e fez um discurso emocionado de agradecimento ao cantor em nome de uma numerosa delegação angolana no teatro. Foi muito aplaudido pelos presentes. Yami retomou o show, chamando Fabiana Cozza para dividir com ele os vocais na belíssima Sodade, de autor desconhecido, eternizada na gravação de Cesaria Evora. Belo final para um belo show, encerrando um já saudoso projeto Nossa Língua, Nossa Música. Chave de ouro no encerramento do meu domingo cultural.
Noel,
ResponderExcluirJá vi dois shows da Cozza.
De um gostei muito.
Do outro só um pouco.
Mas ela é realmente carismática, e tem um vozeirão e presença de palco.
Só acho que podia dosar os exageros.
Bjs
Pek,
ResponderExcluirNo show do CCBB não houve exageros no palco. Gostei muito.
Bjs.