Véspera de feriado em Brasília. Peça dirigida pelos irmãos Adriano e Fernando Guimarães em cartaz no Teatro Dulcina (Setor de Diversões Sul - CONIC), com entrada franca. Eu e Ric fomos conferir o único monólogo escrito por Nelson Rodrigues chamado Valsa nº. 6. Os Guimarães colocaram três atrizes para encenar o texto que foi escrito originalmente para apenas uma mulher. É a história da adolescente Sônia que busca saber quem é e onde está. A plateia, sentada no próprio palco, acompanha os pensamentos desta jovem voltando ao passado para reconstruir sua curta trajetória de vida, pois fora assinada quando tinha 14 ou 15 anos. As atrizes Karine Luiz, Clara Camarano e Wanessa Rainha se revezam no texto dando vida a Sônia, ao médico Dr. Junqueira, a mãe de Sônia, colegas de escola, fofoqueiras, todas personagens que vão aparecendo na mente da adolescente enquanto está reconstruindo seu passado. O texto é forte, bem escrito. O cenário, como todos dos Guimarães, também é marcante, com três cadeiras transformadas em vestidos de noiva, alguns baldes, uma cadeira de madeira, um scarpin azulado e um sapato masculino preto, além de um bouquet de flores no estilo noiva entrando na igreja e um vestido de calda, que tanto podia ser um vestido de debutante, quanto um vestido de noiva. Tais objetos, quando usados pelas atrizes, identificavam as personagens. Assim, quando uma das atrizes estava usando o sapato preto, era o Dr. Junqueira falando; os baldes na cabeça identificavam as colegas de escola, enquanto os mesmos baldes usados como megafones, eram as fofoqueiras. O vestido de calda foi usado pelas três atrizes ao longo da curta duração da peça. As três estão muito bem, com excelente postura em cena, além de boa projeção de voz. Destaco a performance de Karine Luiz, que tem uma beleza brejeira e uma ótima presença de palco. Esta moça vai longe. Gostei do que vi.
Nenhum comentário:
Postar um comentário