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quarta-feira, 14 de abril de 2010

FILMOTECA ESSENCIAL - INTERNACIONAL (02)



Veludo Azul (Blue Velvet), de David Lynch, produção americana de 1986, com Kyle MacLachlan (Jeffrey), Isabella Rossellini (Dorothy), Laura Dern (Sandy) e Dennis Hopper (Frank). Assisti pela primeira vez no Cine Pathé, em Belo Horizonte. Fiquei apaixonado pelo filme. Duas imagens ficaram gravadas em minha memória até hoje: Jeffrey encontrando, no meio da grama, uma orelha humana e Dorothy cantando Blue Velvet em um palco de um clube noturno. Quando saiu o primeiro disco de Marisa Monte, tive a impressão que a inspiração da foto da contra capa foi a cena de Dotothy no tal clube noturno. Voltando ao filme, é um David Lynch sem tirar nem por.  Tipos bizarros estão presentes na trama, como Frank, um violento homem do submundo das drogas que não tinha pudores em bater em Dorothy enquanto praticava sexo. A própria Dorothy é ambígua, gostando de apanhar para atingir o prazer, mas ao mesmo tempo acuada por estar sendo chantageada por Frank e seus homens, que estão com seu filho. Dean Stockwell tem participação pequena interpretando Ben, um dos comparsas de Frank, dono de um lugar esquisito com mulheres gordas a la Fellini como as guardiãs do aposento onde está o filho da cantora. A maquiagem e o figurino de Ben são dignos de nota, pois faz lembrar um personagem de circo, algo sempre presente na obra de Fellini. A cena final, uma repetição da inicial, deixa uma dúvida no ar. Com cores fortes e um way of life americano absurdo, onde tudo parece ser perfeito, não existindo lugar para o mal e as bizarrices, nos faz refletir se seria apenas um devaneio de Jeffrey toda a trama. Revi o filme para esta postagem e ele continua impactante para mim. Merece estar em uma filmoteca particular.

VELUDO AZUL (BLUE VELVET) - DAVID LYNCH - 1986

2 comentários:

  1. Noel,
    Há muito tempo não revejo, mas adoro.
    E essa cena é tão artificial, de falso paraíso, que tem até um passarinho mecânico que pousa, acho que na janela.
    Filmaço!
    Bjs

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  2. Pek,

    O pintarroxo mecânico pousa na janela da cozinha com um besouro no bico. É explícito que ele é irreal, um robô.

    Bjs.

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