Deixo de viajar a trabalho para São Paulo por causa de uma dor de ouvido. Ficaria na capital paulista a semana inteira, inclusive no feriado de quinta-feira. O médico me recomendou não pegar o avião devido à pressão. Fico em Brasília. Depois de um belo almoço no restaurante Intervalo (SCLS 404, Bloco A, Loja 27, Asa Sul), onde comi um cupim assado divino, entro no carro, coloco uma bala na boca e quebro o bloco de um dente. Tive que ligar para o meu dentista e pedir um atendimento de urgência. Consegui horário para 14:30 horas. Fiquei duas horas e dez minutos no consultório dentário. Enquanto esperava os moldes, aproveitei para fazer uma limpeza rotineira nos dentes, já que estava na época de fazê-la. Quando o molde ficou adequado, voltei ao trabalho, onde a impressora resolveu parar de funcionar. Volto para casa abatido...
Um pouco de tudo do que curto: cinema, tv, teatro, artes plásticas, enogastronomia, música, literatura, turismo.
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segunda-feira, 31 de maio de 2010
domingo, 30 de maio de 2010
FILMOTECA ESSENCIAL - BRASIL (04)
Romance da Empregada, filme brasileiro de 1988, dirigido por Bruno Barreto. Quando vi pela primeira vez, gostei apenas um pouco. Confesso que a segunda vez que o vi, foi totalmente diferente. A história de Fausta (Betty Faria) me conquistou. Depois de algum tempo, conheci Pek, o autor do blog Insensatez, e este é um dos filmes que ele mais elogia. Fausta é empregada doméstica e leva uma vida miserável, mora longe, à beira de um rio fétido, no subúrbio do Rio de Janeiro. Vive um casamento fracassado com João (Daniel Filho), um motorista de caminhão em uma pedreira que não gosta de trabalhar. Diariamente, pega o trem para ir ao trabalho. Na saída da estação de trem, conhece Zé da Placa (Brandão Filho), que carrega uma placa anunciando retratos 3 X 4, chapa de pulmão e xerox. Ele é louco por ela e lhe presenteia com um perfume, destes bem vagabundos. Apesar de também não ter posses, Fausta enxerga nele a sua salvação e aproveita dos seus gracejos para chegar perto de seu dinheiro. Ela quer ao mesmo tempo um carinho, um companheiro que lhe faça feliz, mas também quer os presentes e o dinheiro que o velho (como ela o chama) lhe dá. O filme não tem nada de glamour. Muito antes pelo contrário, ele é anti-glamour. A interpretação de Betty Faria é marcante. Ela constroi uma empregada sem modos, com gestos e atitudes vulgares, mas que sabe aproveitar a vida, seja bebendo sua cachaça diária, fazendo um passeio à Ilha de Paquetá, com direito a uma praia cheia de farofeiros (há uma tomada que um figurante se serve de macarrão dentro de uma panela em plena areia), ou indo dançar no forró os sucessos do momento. Brandão Filho também tem um desempenho memorável, embora com caras e bocas que sempre lhe foram características. E Daniel Filho, gordo, bêbado e vagabundo é outro destaque. Além destes três ótimos atores, há um desfile de rostos conhecidos da televisão brasileira, alguns em aparições meteóricas, como Cristina Pereira, Zezé Polessa, Cláudia Gimenez, Raul Gazolla, Stella Freitas, Neuza Borges, Antônio Pedro, Marcos Palmeira, Tonico Pereira, Tamara Taxman, Fafi Siqueira e Vic Militello.
Destaco três inusitadas cenas, entre várias de grande interesse:
01) Fausta ouvindo seu rádio/headphone na fila para pegar a barca para Paquetá;
02) A única cena de sexo do filme, entre João e a mulher que carrega lata d'água na cabeça, enquanto Fausta vai dormir na casa da patroa;
03) Fausta vestindo as roupas da patroa enquanto ela está viajando, dublando Sandra de Sá cantando a versão brasileira para o sucesso Typical Male, de Tina Turner.
A cena final é emblemática, com Fausta e as galinhas em cima do telhado de sua casa, inundada até a metade pela enchente. O máximo do anti-glamour.
sábado, 29 de maio de 2010
ÁLIBI - MARIA BETHÂNIA - DISCOTECA ESSENCIAL (04)
Álibi, disco lançado em 1978 por Maria Bethânia, pela gravadora Philips. Foi um grande sucesso. A cantora baiana tem ótimos discos em sua vasta carreira, ficando difícil escolher o melhor. Escolhi este disco porque foi a partir dele que comecei a apreciar seu trabalho. Ouvi o disco pela primeira vez na casa de meu padrinho e toda vez que o visitava, colocava Álibi para tocar. São 11 faixas, cada uma melhor que a outra. Bethânia fez uma seleção especial para este disco: Caetano Veloso comparece com Diamante Verdadeiro e A Voz de Uma Pessoa Vitoriosa (esta em parceria com Wally Salomão); Djavan com a canção que dá título ao disco, Álibi; Gonzaguinha com Explode Coração, interpretação definitiva na voz de Bethânia; Paulo Vanzolini com a eterna Ronda; Rosinha de Valença com Interior; Chico Buarque com três músicas, Meu Amor, no qual ela faz um dueto com Alcione, De Todas As Maneiras e Cálice, parceria de Chico e Gilberto Gil; Adelino Moreira e Enzo de Almeida Passos com a clássica Negue; e Dona Ivone Lara e Délcio Carvalho, com a sensacional Sonho Meu, eternizada nas vozes de Bethânia e Gal Costa, que abrilhantou ainda mais o disco.
Escrevendo este post, a trilha sonora não poderia ser outra: o disco Álibi, de Maria Bethânia.
ÁLIBI - MARIA BETHÂNIA - 1978
sexta-feira, 28 de maio de 2010
FILMOTECA ESSENCIAL - INTERNACIONAL (04)
Gosto muito de filmes do universo Drácula. Um dos melhores para mim é Drácula de Bram Stoker (Bram Soker's Dracula), produção americana de 1992 dirigida por Francis Ford Coppola. Conta no elenco com Gary Oldman (Conde Drácula), Winona Wyder (Mina), Anthony Hopkins (Van Helsing), Keanu Reeves (Jonathan Harker), Sadie Frost (Lucy), Tom Waits (Renfield). Coppola transpôs para a tela a história que já havia sido filmada uma infinidade de vezes, mas o fez com personalidade e ousadia. Cenários deslumbrantes e ultracoloridos, figurino exuberante, efeitos especiais de grande qualidade, maquiagem perfeita e uma atuação magistral de Gary Oldman como o velho Conde Drácula. Oldman coloca uma ambiguidade sexual na personagem arrasadora. Na fase rejuvenescida, ele é fresco, um autêntico dândi nas ruas de Londres, em trajes e trejeitos que anos mais tarde foram repetidos por Johnny Depp na trilogia Piratas do Caribe. As cenas de sexo são de uma plasticidade ímpar aliada a uma brutalidade que não choca. Para comprovar isto, basta se ater em duas cenas: o banquete do qual um insosso Keanu Reeves é literalmente comido pelas três noivas do conde (uma delas é a estonteante Mônica Bellucci, em um dos seus primeiros papeis no cinema), ou a cena em que a besta fera, precisando de sangue para se tornar mais jovem, transa com a devassa Lucy, amiga de Mina, a mocinha da fita, nos jardins de sua casa. A interpretação de Oldman ofusca praticamente todos que contracenam com ele, com exceção de Hopkins, que mesmo fazendo um papel um tanto quanto histriônico, segura bem como um avançado professor caçador de vampiros. Destaco ainda a presença de Tom Waits, para quem os diretores adoram entregar personagens à margem da sociedade, verdadeiros outsiders. No filme, é um lunático internado em uma clínica psiquiátrica, que espera a chegada de seu mestre. Revi esta fita em casa, com uma qualidade de som fantástica, quando pude, mais uma vez, constatar o quanto gosto deste filme. Para mim, obrigatório em qualquer coleção básica de filmes.
quinta-feira, 27 de maio de 2010
terça-feira, 25 de maio de 2010
NOTA LEGAL - UM ENGODO?
Logo que o GDF lançou o programa Nota Legal, similar ao Nota Fiscal Paulista, me cadastrei no sítio eletrônico específico e comecei a pedir as notas fiscais e/ou cupons fiscais com a inclusão de meu CPF. Como não havia me inteirado das regras do programa, perdi vários créditos em 2009 porque o prazo para reclamação é muito curto, apenas pode-se registrar a ocorrência durante o mesmo mês em que as notas fiscais emitidas são lançadas em nossa conta no programa. O sistema não permite registrar mais de uma ocorrência por vez e a confirmação do sucesso do envio é muito lenta. Parece de propósito, para desistirmos logo. Depois que soube das regras, consulto mensalmente minha conta para confirmar os lançamentos das notas com meu CPF. Tive crédito relativamente baixo pelo tanto de notas que foram emitidas em meu nome durante o ano de 2009. Atribui este baixo valor ao fato de que perdi o prazo para reclamação. Entrei 2010 sem perder o prazo. Venho observando que o sistema está cada vez mais lento, com tempo de resposta de até cinco minutos para cada registro de reclamação, fora as vezes em que o sistema trava (fato frequente ultimamente). Outra observação é que mais da metade das notas/cupons que são emitidas com minha identificação não estão sendo lançados. Como costumo frequentar alguns restaurantes mais de uma vez por mês, também constatei que os não lançamentos se dão, na maior parte dos casos, com as mesmas empresas. Faço a reclamação, recebo um e-mail confirmando o registro e, passados trinta dias, recebo outro e-mail solicitando que eu compareça em uma unidade da receita distrital com um formulário preenchido com o cupom original anexado. Mais um fato para não funcionar, pois a vida atribulada da maioria das pessoas não as permite ter tem tempo de ir mensalmente a uma unidade do órgão arrecadador do GDF, em horário comercial, entregar esta solicitação. Alguns amigos me criticam por eu ainda solicitar a nota, pois o trabalho que se tem é muito grande, trabalho este que deveria ser do GDF, através de uma eficiente fiscalização da receita distrital. Quando se registra a ocorrência de não lançamento de uma nota/cupom fiscal no sítio eletrônico do programa Nota Legal, informamos todos os dados para que a fiscalização possa agir, ou seja, facilitamos a ação fiscal para o GDF, mas em nada adianta. Parece que nem há uma estatística para identificar a reincidência de reclamações de uma mesma empresa. Ao estabelecer o programa, a sensação que se tem é que a Secretaria da Fazenda do DF passou a obrigação de "fiscalizar" o recolhimento dos tributos para cada cidadão que mora em Brasília. Apenas há uma notificação expedida por ela para a empresa comprovar que houve a emissão da nota/cupom e que o tributo devido foi recolhido. Caso a empresa não comprove (fato frequente, tendo em vista os e-mails que recebo da Secretaria da Fazenda do GDF informando isto), e o cidadão não apresente pessoalmente sua reclamação, o processo é arquivado. No silêncio da empresa, fica a sensação de que somos mentirosos. Enviar cópia digitalizada anexada à reclamação pela internet é um suplício, pois o tempo de resposta pode durar uma eternidade. Por isso tudo, acabo me perguntando se este programa não é um engodo.
segunda-feira, 24 de maio de 2010
DIÁLOGO SOCIAL
Diálogo social - articulação - consertação - troca de experiências - cooperação - formação de rede. Assuntos vistos durante todo o dia, a maior parte em inglês.
Cansado!
sábado, 22 de maio de 2010
FEIJOADA + TECNOLOGIA
Sábado especial.
Primeiro fui comemorar o aniversário de um amigo com uma ótima feijoada carioca preparada por ele. O casal nos recebeu muito bem, com cerveja super gelada (para quem gosta) e uma autêntica caipiroska carioca. A tarde estava agradável, com céu azul e um leve calor de outono, prenunciando a época da seca brava em Brasília.
Após a feijoada, fui ao ParkShopping. Decidi comprar um arsenal de áudio e vídeo, tendo em vista que a Copa do Mundo está se aproximando. Entrei na loja da Sony e saí com uma televisão de led de 40 polegadas, um aparelho blu-ray player e um home theater. A ansiedade para instalar os aparelhos era tanta que nem quis trocar cupons para o sorteio de carros Mercedes Benz, promoção em cartaz no shopping. Fomos direto para casa e entre metros e metros de fios, instalamos tudo. Imagem e som de cinema. Para estrear, coloquei o BD Avatar, de James Cameron. Não prestei a atenção no filme, pois queria me familiarizar com a aparelhagem. Fiquei tão entusiasmado que liguei para a Net e troquei o meu pacote de assinatura. A partir do dia 24 de maio, passo a ter o pacote mais completo, o HD Digital Max.
Viva a tecnologia!
sexta-feira, 21 de maio de 2010
ITHAMARA KOORAX
Caixa Cultural, quinta-feira, dia 20 de maio de 2010. 20 horas. Ingresso a R$ 20,00 (inteira). Teatro cheio para ver o show Dolores Duran por Ithamara Koorax. Show belíssimo. Interpretação primorosa de dezesseis canções do repertório de Dolores Duran. Foi a segunda vez que vi um show de Ithamara, cantora de voz preciosa pouco conhecida dos brasileiros, irmã da cantora e atriz Soraya Ravenle. Ela tem a maior parte de seus discos gravados e lançados no exterior. Seu timbre de voz e sua performance no palco lembram uma cantora de jazz, destas que chamamos de Diva. Os músicos que a acompanham no show são virtuoses em seus instrumentos: Wilson dos Santos, percussão; Rodrigo Lima, cordas; e Daniel Garcia, sopro. O jovem cantor carioca Marcos Ozelin faz um belo dueto com a cantora em Por Causa de Você, uma das músicas que Dolores compôs juntamente com Tom Jobim e que foi gravada por Frank Sinatra. Ithamara surpreende no dueto ao cantar uma parte da canção em inglês. Ovacionada pelo público, ela volta para o bis para uma interpretação emocionada de A Noite de Meu Bem. Acaba a canção, é aplaudida de pé, desce junto ao público e sai do teatro batendo palmas para todos nós que a assistimos. Saí do teatro flutuando com o belo show. Pena que ela venha tão pouco a Brasília. No foyer as pessoas se acotovelavam para comprar os discos e pegar um autógrafo.
quinta-feira, 20 de maio de 2010
AQUAVIT
Noite de quarta-feira. Temperatura agradável em Brasília. Conforme combinado com amigos, eu e Ric fomos jantar no restaurante Aquavit (Setor de Mansões Lago Norte Quadra 12, Conjunto 1 - Casa 5). Tanto o chef (Simon Cederholm), como o restaurante foram condecorados com o prêmio da revista Veja Comer & Beber 2010-2011 de melhor chef do ano e de melhor restaurante de cozinha contemporânea, respectivamente. O proprietário e chef é um dinamarquês que ama o Brasil. Não há cardápio. Cada mês, há um menu fixo com seis pratos. Pode-se escolher a sequência completa ou parte dela, assim como se vai aceitar a harmonização de vinhos proposta pela casa. Éramos seis pessoas e nos sentamos na varanda, com uma linda vista para o Lago Paranoá e as luzes da cidade refletindo em suas águas. Optamos pelo menu completo, incluindo a harmonização com os vinhos propostos para cada prato. Uma amiga levou um champagne para brindarmos a noite. Não peguei o menu, motivo pelo qual não me recordo dos vinhos degustados. De início, pães feitos na casa com manteiga trufada e patê de foie gras. Os pães estavam quentinhos, macios e ficaram perfeitos tanto com a manteiga trufada (forte para paladares mais delicados) quanto com o patê. O segundo prato foi uma vieira cozida no sal e no gelo, acompanhada de uma gelatina de maçã e baby sleef (folhas novinhas de verduras). Uma taça de vinho branco riesling foi servido com este primeiro prato. O vinho era muito doce, o que prejudicou a harmonização. A vieira estava fantástica, leve, quase desmanchando na boca. O terceiro prato foi uma pescadinha em cama de taioba puxada na manteiga, com uma pequena crosta crocante de pão e mousse de palmito. Há muito não comia taioba, verdura difícil de achar em restaurantes. Prato levíssimo, muito saboroso. O vinho servido para harmonizar foi um tinto bem leve, parecido com um beaujolais noveau. Estranha a harmonização, visto que seria melhor um vinho branco. O quarto prato foi uma terrine de foie gras com pão com melaço de cana, acompanhado de abacaxi cozido e um pedaço de cana caiana, dando o toque inusitado do prato. Para acompanhar, um colheita tardia chileno. A harmonização dos sabores dos ingredientes do prato e os do vinho foi perfeita. Em seguida, carré de cordeiro, bem rosadinho, macio, com beterraba, abobrinha, couve-flor, shitake, shimeji, vagem, cebola roxa, cenoura, todos bem crocantes. A vagem e a couve-flor estavam crocantes até demais para o meu gosto, quase crus. Sei que a filosofia raw food é a tônica do momento no mundo gastronômico, mas alguns vegetais os prefiro cozidos, quase derretendo, como é o caso da couve-flor. A disposição destes vegetais no prato foi interessante, pois havia uma unidade pequena de cada um deles. O vinho tinto servido para harmonização é digno de esquecimento. Não consegui bebê-lo. Enfim, a sobremesa, uvas moscatel em sabayone e um muffin com espuma de canela, harmonizados com um vinho moscatel. Divina as uvas moscatel. Finalizei com um chá de erva cridreira colhida no momento em que fiz a opção por tomar chá. O restaurante tem uma bem montada horta de temperos, em forma circular, de onde saem as ervas usadas nos temperos dos pratos e folhas para os chás servidos. Não quis as madeleine que acompanham o café e o chá. Final de noite com temperatura em torno de 18 graus, felizes com a noite agradável que desfrutamos, mesmo com ressalvas aos vinhos servidos, voltamos para casa. A conta ficou cara, algo em torno de R$ 340,00 por pessoa.
terça-feira, 18 de maio de 2010
SEXY AND THE CITY
Depois de conhecer Nova York, não resisti. Acaba de chegar pelo correio a série completa Sexy And The City que comprei para apreciar os lugares que as personagens frequentavam.
segunda-feira, 17 de maio de 2010
LUGARES (03)
Palácio Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores, localizado na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, Distrito Federal. Projeto de Oscar Niemeyer, é um prédio moderno que deve ser conhecido por todos os brasileiros. Os seus amplos espaços vazios são lindos e o espaço expositivo é uma síntese da arte brasileira. Num mesmo local, o antigo e o moderno convivem harmoniosamente. Há obras de vários artistas brasileiros, de estrangeiros radicados no nosso país ou de estrangeiros que representaram, através da arte, o nosso Brasil, além de objetos de decoração vindos de várias partes do mundo. A visita é feita com acompanhamento de guias e está aberto ao público inclusive sábados e domingos. O paisagismo, bem como um enorme tapete que enfeita a parede do salão onde são oferecidos os jantares oficiais por ocasião da visita ao país de representantes de Estado de outros países, é de Burle Marx. Parede de mármore e treliça de madeira e ferro de Athos Bulcão, bustos e meteoro que flutua no lago cheio de carpas ao redor do prédio são de autoria de Bruno Giorgi. Também há obras de Mary Vieira, Maria Martins, Tomie Ohtake, Jean Baptiste Debret, Pedro Américo, Cândido Portinari, Manabu Mabe, Arcângelo Ianelli, Alfredo Volpi, Milton Dacosta, Franz Weissmann, Lasar Segall, Rodolfo Amoedo, Victor Brecheret, Alfredo Ceschiatti, Emanoel Araújo, Rubem Valentim, Sérgio de Camargo, Eliseu Visconti, Glênio Bianchetti, Galeno, Rugendas, Franz Post, Di Cavalcanti, Maria Leontina, Djanira, entre outros. Também podem ser apreciados objetos de arte sacra, mobiliário e objetos de decoração. Algumas obras não estão expostas no roteiro da visitação. Tive a oportunidade de conhecê-las quando participei de eventos oficiais ou reuniões a trabalho no local. Quando há exposições temporárias, algumas das salas que fazem parte do roteiro da visita podem não estar disponíveis. Todas as exposições temporárias que tive a chance de ver no Itamaraty foram ótimas, mas prefiro o prédio com seu acervo. Fotos somente são permitidas em alguns locais. O guia informa quando se pode usar a câmera fotográfica. Do Salão Nobre há ótimas vistas da Esplanada dos Ministérios, rendendo boas fotografias. O que mais me impressiona na visita é a subida pelas escadas que desembocam no piso onde estão as diversas salas expositivas. O lustre que se vê é deslumbrante. Obra do artista Pedro Correa de Araújo, chamada de Revoada de Pássaros. Quem visita Brasília deve incluir no roteiro obrigatoriamente esta visita. Não se paga nada para ver esta preciosa coleção de arte.
As fotos que ilustram este post foram por mim tiradas em outubro de 2004:
1ª - A Mulher e Sua Sombra - Maria Martins
2ª - Ponto de Encontro - obra de Mary Vieira
3ª - Meteoro - Bruno Giorgi
4ª - Treliça - Athos Bulcão
domingo, 16 de maio de 2010
FILMOTECA ESSENCIAL - BRASIL (03)
Sinhá Moça, décimo primeiro filme feito pela Companhia Cinematográfica Vera Cruz, produzido em 1952/1953 e lançado em maio de 1953. No elenco, a estrela Eliane Lage (Sinhá Moça), Anselmo Duarte (Dr. Rodolfo Pontes), Ruth de Souza (Sabina), Renato Consorte, Marina Freire, Eugênio Kusnet, entre outros. Dirigida pelo anglo-argentino Tom Payne, então marido de Eliane Lage, tendo como co-diretor Oswaldo Sampaio, foi uma superprodução dos anos cinquenta, com sucesso de público e crítica, colecionando prêmios nacionais e internacionais. Versão para a telona do romance de Maria Dezzone Pacheco Fernandes, que colaborou também no roteiro. A história, transposta anos depois para a TV, em novela da Rede Globo com o mesmo nome, é um romance abolicionista. Sinhá Moça (Lage) volta ao interior de São Paulo, depois de estudar na capital, para morar na fazenda de seu pai, um escravocrata convicto. No trem que a leva para a cidade do interior paulista, conhece o jovem advogado Rodolfo (Duarte). Ambos tem uma imediata empatia. Ela chega com ideais abolicionistas, contrastando com a prática de seu pai, que está às voltas com escravos fujões. Às vésperas da abolição da escravatura no Brasil, o romance entre Sinhá Moça e Rodolfo vai se moldando tendo como pano de fundo uma rebelião de escravos, castigos no pelourinho, incêndio, festa em homenagem a São Benedito, caçada dos capitães do mato aos escravos fugitivos, mortes e um julgamento de um negro que se transforma num libelo em favor da liberdade e da igualdade entre todos os seres humanos. Eliane Lage, com uma beleza brejeira, faz uma heroína contida, usando apenas movimentos dos olhos ou da boca para demonstrar seus sentimentos. Já Anselmo Duarte também dá um show, especialmente na cena do julgamento, em que faz o papel do advogado de defesa. Vale destacar uma jovem Ruth de Souza, com poucas falas, mas de uma expressividade facial que nos revela grande emoção. É uma forte interpretação que lhe valeu o prêmio Saci conferido pelo Estado de S. Paulo como melhor atriz coadjuvante. Lage também levou o mesmo prêmio como melhor atriz. Mesmo sabendo como a história termina, há como se emocionar neste excelente filme brasileiro. A cópia disponível em dvd tem problemas no áudio e não há legendas em português, o que pode dificultar entender alguns diálogos, mas não impede a compreensão do enredo.
Para mim, que revi este filme neste domingo, foi mais interessante tê-lo visto depois de ter lido o livro de memórias de Eliane Lage, pois ela dedica um dos capítulos para contar os bastidores da gravação do filme. Cito, como exemplo, a informação de que ela estava grávida de três meses quando rodou o filme, sentindo enjoos frequentes, mas a produção, sem saber o real motivo, creditava tal mal estar ao cheiro do óleo que queimava da locomotiva.
Filme necessário em qualquer coleção de películas nacionais.
sábado, 15 de maio de 2010
ILHAR
Dez pessoas. Este foi o público presente na sessão da peça Ilhar, texto e direção de Paulo Russo, que assisti na noite de sexta-feira. Em cartaz no Espaço Cena (SCLN 205, Bloco C, loja 25 - Asa Norte), conta no elenco com Verônica Moreno (Tonha) e Wanderson Barros (Chico). Cenário de Adriano e Fernando Guimarães. O ingresso custou R$ 20,00 a inteira. O folheto da peça informa que o texto é resultado de pesquisa do diretor, cuja origem é o Nordeste brasileiro. Tonha é uma senhora que vive sozinha no sertão, levando uma vida simples. Enquanto soca o milho, conversa com as imagens de Jesus e de alguns santos para os quais reza todas as noites antes de se deitar. Nesta conversa, ela relembra seu passado; o menino cor de barro, seu amor impossível; a rigidez com que seus pais a criaram e espera pela chegada da chuva que nunca vem. Enquanto está nestas divagações, um menino aparece em sua casa pedindo um gole de água. Este menino representa tudo o que ela não teve: um filho para criar, uma pessoa para conversar, para ensinar as coisas. Os dois lembram a simplicidade e a sabedoria dos personagens criados por Ariano Suassuana, especialmente em O Auto da Compadecida. A performance de Verônica Moreno é um dos pontos fortes da peça. Ela faz uma Tonha amarga, moldada pela dureza do sertão, um barro difícil de se quebrar, mas que se rende à pureza do menino Chico. Outro destaque para mim é o cenário criado pelos irmãos Guimarães, com gaiolas fazendo as vezes de nichos e armários. Cenário e figurino, este de Cyntia Carla, conversam entre si, todos em tons que lembram a aspereza do sertão sem água. Belo espetáculo. Pena que poucos estavam na sessão. Merece ser mais conhecido.
sexta-feira, 14 de maio de 2010
O MUNDO IMAGINÁRIO DO DR. PARNASSUS
Depois de quase um mês sem ver nenhum filme, aproveitei o longo voo de volta de Amsterdã para Guarulhos e escolhi, entre uma longa lista, conferir o mais novo delírio de Terry Gilliam. O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus (The Imaginarium of Doctor Parnassus), co-produção de França, Canadá e Inglaterra de 2009. Doutor Parnassus (Christopher Plummer) tem uma carroça mambembe que se apresenta em locais inusitados para uma pequena plateia com sua filha Valentina (Lily Cole) e Anton (Andrew Garfield), seu ajudante. Nas apresentações, uma pessoa é escolhida e atravessa um espelho, entrando no mundo de sua própria imaginação. Um estranho, Tony (Heath Ledger), entra na vida destes saltimbancos e transforma a simplória vida de cada um dos integrantes da trupe. Além disto, um homem diferente (o sempre ótimo Tom Waits) reaparece para o Dr. Parnassus após anos de ausência para buscar o prêmio que ganhara em uma aposta antiga. Último trabalho de Heath Ledger (Tony), que morreu sem ter acabado sua participação no filme. Como é um delírio onírico, não foi difícil para o diretor terminar as filmagens com três atores amigos de Ledger fazendo o mesmo personagem: Johnny Depp, Jude Law e Collin Farrell. Como em todo filme de Gilliam, por detrás dos sonhos e de seus devaneios, há mensagens importantes. No caso, vale o prazer da simplicidade do que a ostentação de riquezas. Marcante a cena em que a trupe se apresenta em um shopping de luxo, atraindo mulheres com sacolas de compras das mais famosas grifes como Cartier e Prada. Tais mulheres, ao se depararem com sua imaginação, largam todos os seus pertences de luxo como pagamento da viagem singular que acabaram de fazer. Em alguns momentos, lembrei-me de Brazil, o Filme (1985), obra essencial na filmografia mundial, dirigida por Gilliam. Achei bom.
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quinta-feira, 13 de maio de 2010
CONFRARIA VINUS VIVUS - 44ª REUNIÃO
Aproveitando os dois dias de compensação por ter trabalhado nas férias, fiquei em casa a quinta-feira inteira, colocando em dia a leitura de jornais dos dias em que estava fora do país. E de noite fui para a 44ª reunião da Confraria Vinus Vivus. O tema da noite foi a França, quando degustamos três vinhos, dois deles não são vendidos no Brasil. Nosso sommelier trouxe as garrafas da viagem que fez para a Europa no início de maio. Os vinhos degustados foram:
01) Clusel Roch, safra 2004, 100% shiraz, oriundo da região de Côte de Rôtie - Rhone. Tem 12% de álcool, cor granada, com aromas de trufas, ervas, cravo e caramelo. Na boca tem frescor, ácido, cítrico, macio, elegante, madeira e charuto. Tem potencial de guarda de 10 a 15 anos. Foi comprado por 79 euros.
02) Le Royer-Girardin Pommard Clos Epenots, safra 2002, 100% pinot noir, oriundo da região de Pommard Clos Epenots- Bourgogne. Tem 13% de álcool, cor granada, com aromas herbáceos, maresia, eucalipto, tomilho, toranja, floral. Na boca é redondo, macio, com acidez delicada, elegante, taninos delicados. Tem potencial de guarda de 10 a 15 anos. Foi comprado por 115 euros. Foi o preferido da noite por unanimidade.
03) Cos D'Estournel, safra 2004, corte de cabernet sauvignon e merlot, oriundo da região de Saint Estèphe, Médoc - Bordeaux. Tem 13,5% de álcool, cor rubi escuro, com aromas de couro, ameixa, amora, redução de vinagre balsâmico. Na boca tem um certo travor, o que lhe confere um amargor residual. Tem potencial de guarda de 20 a 30 anos. Foi comprado por 295 euros. É encontrado no Brasil a um preço que varia entre R$1.800,00 a R$2.000,00.
Ao final da degustação, a anfitriã nos brindou com uma massa com coelho deliciosa. O jantar foi acompanhado pelo vinho tinto 'A Naca Rosso, Calatrasi, da Sicília, Itália, safra 2006, com teor alcóolico de 14,5%. Vendido em Brasília pela Art du Vin. De sobremesa, uma pera ao vinho, acompanhada de um molho com uva passa e nozes. Vinho do porto para finalizar. Um belo jantar.
Marcamos a 45ª reunião para 16 de junho, quando continuaremos a degustar vinhos franceses, desta vez somente da região de Bordeaux.
quarta-feira, 12 de maio de 2010
CANSAÇO
Noite mal dormida. Frio de 5º C. Transporte vip para o aeroporto de Amsterdã. Não passamos pelos controles de imigração, nem pelo check in, nem pelo despacho de bagagens. Apenas aguardamos em uma sala destinada a autoridades. Quando nos entregaram tudo, sobrou pouco tempo para compras no free shop. Achei meu perfume preferido, Marc Jacobs, difícil de encontrar. Controle rigoroso no raio X antes do embarque. Voo vazio, pontual. O comandante avisa que a viagem até São Paulo durará mais tempo do que o normal, pois seria necessário fazer desvios no norte da Espanha devido às nuvens provenientes das cinzas do vulcão. Doze horas de viagem. Em Guarulhos, esperei as bagagens e embarquei em avião da FAB, já que compunha delegação oficial. Como o avião era o Brasília, o voo demorou duas horas e dez minutos até o Planalto Central. Cheguei às 22 horas em casa, mais de vinte horas depois de ter me levantado em Haia. Hora de descansar urgentemente.
terça-feira, 11 de maio de 2010
DIA DE FALAR EM HAIA
Terça-feira e o frio continua o mesmo. Segundo e último dia da Conferência Global sobre Trabalho Infantil. O evento começa com um painel com exposições de experiências exitosas na África, continente que concentra a maior parcela de crianças trabalhadoras no mundo. Foram seis oradores. Depois, cada um se dirigiu para o painel para o qual estava inscrito. Fui para o painel sobre ações tripartites, já que era um dos painelistas da segunda oficina de trabalho deste painel, quando pude expor a experiência brasileira com o diálogo social, especialmente no que diz respeito ao quadripartismo, uma novidade brasileira, já que a OIT preconiza o tripartismo, com decisões sendo tomadas por governo, trabalhadores e empregadores. No caso do combate ao trabalho infantil, além da representação clássica, o Brasil também acolhe a sociedade civil organizada em suas comissões. Muito bom o painel, com repercussão interessante depois que ele foi encerrado. Fui abordado por várias pessoas querendo saber mais um pouco sobre esta forma de diálogo social e alguns se interessaram, inclusive, por celebrar acordos de cooperação técnica conosco para ajudar a montar a rede de proteção à criança em seus países. Mais uma demonstração de que o Brasil é o "cara". Pausa para um pequeno lanche, também em pé como no dia anterior. Desta vez havia mais opções de pratos quentes. Escolhi cuscuz e tilápia. A parte da tarde começou no plenário com vários oradores que se inscreveram para relatar as experiências de seus países, situação que não estava prevista na programação oficial. Uma criança indiana também deu seu depoimento, uma vez que trabalhava lavando carros nas ruas de seu país e agora estava na escola, com um índice de aproveitamento elevado. O garoto foi muito aplaudido. Depois, tivemos uma apresentação de um artista local que faz uma arte em areia ao vivo. Uma mesa montada no palco com uma câmara especial transmitindo a criação do artista. É uma arte efêmera, pois no mesmo tempo em que é feita, ela é apagada. Belo trabalho que emocionou muitos que estavam presentes, especialmente pela abordagem do tema trabalho infantil em sua arte ao vivo. Passado este momento lúdico, a exibição de alguns vídeos com fotos e novos depoimentos, foi anunciada a presença da Rainha Beatriz. Todos ficaram de pé quando ela entrou usando um belo chapéu verde. Ela tomou seu lugar na primeira fila da audiência para, então, ter continuidade a conferência com a aprovação, por aclamação, do documento elaborado durante o evento. Este documento traz estratégias de ação para se chegar em 2016 com a erradicação por completo das piores formas de trabalho infantil no mundo, além de o número nas demais formas também ter uma drástica diminuição. Para encerrar, o Ministro dos Assuntos Sociais e do Emprego da Holanda fez o discurso de despedida com os devidos agradecimentos e lançou o Brasil como a próxima sede da 3ª Conferência Global sobre o Trabalho Infantil, a ser realizada em 2013, ou seja, no meio do caminho para a meta de erradicação das piores formas. A Ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome do Brasil foi convidada a subir ao palco e respondeu que, com certeza, o Brasil aceitava este desafio, convidando a todos os presentes a colaborar com nosso país nesta organização. Também ressaltou a necessidade de se criar um grupo de líderes mundiais para coordenar ações para o alcance da meta definida para 2016. Foi bastante aplaudida e recebeu um martelo de madeira, símbolo da conferência, como sinal de que o Brasil assumia esta tarefa de sediar a próxima reunião em 2013. Todos ficaram em pé novamente para a saída da Rainha, que foi acompanhada por todos os ministros presentes. Fora do auditório, acontecia um coquetel com muita fritura (algo comum na Holanda), no qual todos podiam chegar perto da Rainha, cercada por seguranças. Resolvemos nos despedir dos amigos que aqui fizemos, trocamos de roupa, chamamos um táxi e fomos para Amsterdã. Demoramos perto de uma hora para fazer o trajeto. Chegamos com chuva na capital holandesa. Demos uma volta pelas ruas do centro, especialmente entre os canais e vimos o Red Light District, com suas mulheres em roupas sumárias nas vitrines. A cidade fedia devido ao acúmulo de lixo nas ruas. Procuramos nos informar sobre a causa deste lixo. Greve dos lixeiros por melhores condições de trabalho. Como a chuva não parava, as lojas estavam fechadas e o frio era grande, entramos em um restaurante lotado para comer uma massa. Comida simples, sem erros e barata. Cada um pagou 17,50 euros pelo jantar. Voltamos ao local onde o táxi nos havia deixado, pois o contratamos por 200 euros para nos levar, esperar por duas horas e nos trazer de volta ao Novotel em Haia. Como vamos sair muito cedo nesta quarta-feira do hotel para o aeroporto, decidimos arrumar as malas e dormir.
segunda-feira, 10 de maio de 2010
CONFERÊNCIA MUNDIAL SOBRE TRABALHO INFANTIL
Quase não dormi durante a noite, reflexos do jet lag e do fuso horário. Levantei cedo, tomei um bom banho, vesti terno e gravata e fui tomar café no restaurante do hotel. Ótimo buffet onde havia um iogurte de mirtilos divino. Depois do café, encontrei-me com a delegação brasileira para entrarmos juntos no auditório onde aconteceu a abertura do evento. Com uma bela decoração com galhos secos pintados de branco e gérberas coloridas enfeitando-os, o palco tinha o púlpito, a mesa da coordenação e dois grandes sofás brancos que me lembrou o famoso sofá da Hebe. O evento começou com uma apresentação com crianças de todas os tipos físicos cantando uma música feita exclusivamente para a conferência. Em seguida, a fala do Ministro do Desenvolvimento Social da Holanda, a apresentação do Relatório Global 2010 da Organização Internacional do Trabalho sobre a situação do trabalho infantil no mundo, uma apresentação de uma pesquisa elaborada em conjunto por Banco Mundial, Unicef, OIT e Unesco sobre a situação das crianças trabalhadoras, um painel com ministros do Brasil, Senegal e Índia, finalizando com um breve debate entre representantes da ONG Marcha Global, Unesco e Unicef. O almoço foi um lanche rápido, com várias opções de sanduíches, uma massa insossa, salada de beterraba. Tivemos que comer em pé. Meu crachá é vermelho, o que indica que sou representante governamental de alto nível, com direito a almoço diferenciado, mas preferi almoçar com os demais participantes da conferência, pois é o momento ideal para articulações. Como o Brasil realmente é a grande sensação, várias pessoas nos procuravam o dia todo para querer cooperação técnica. Conversei rapidamente com representantes da Holanda e da Suiça e fui para meu quarto. Queria descansar um pouco e acabei dormindo, mas como tinha colocado o relógio para despertar às 14:30 horas, levantei, coloquei novamente o terno e desci para o centro de convenções. Tinha compromisso marcado com toda a delegação brasileira às 15 horas, quando nos reunimos com a diretora do IPEC-OIT e constatamos que o Brasil realmente é o exemplo a ser seguido. Esta reunião consumiu quase a tarde inteira. Não deu tempo para eu conferir a apresentação de uma integrante da delegação do Brasil em um painel sobre políticas sociais. Ao sairmos da reunião, voltamos para o plenário, onde era apresentado o rascunho do documento final da conferência. Muito longa a sessão, com várias pessoas intervindo para alterações no texto. Tais intervenções muitas vezes eram divergentes umas das outras. Muito trabalho para a equipe de redação. O evento terminou seu primeiro dia com um convite para o jantar. Para quem tinha o crachá vermelho, meu caso, havia um jantar oficial. Preferi não participar deste jantar e sair com os demais membros da delegação brasileira. Apenas a Ministra foi ao jantar. Como fiquei com o crachá pendurado, fui interceptado três vezes pela coordenação do evento se eu não iria participar do jantar. Respondi que não iria participar do jantar pela terceira vez, quando fui alertado por uma integrante brasileira para retirar o crachá. Escolhemos um restaurante de comida típica da Indonésia. Fomos em seis pessoas. Decidimos pegar um bonde, perto do hotel, pelo qual pagamos 2,40 euros cada bilhete. Descemos no centro de Haia. Muito vazio, parecia um deserto. Segundo informações, as pessoas jantam cedo por aqui, por volta de 17:30 horas e vão direto para casa. O frio ajuda a manter tal hábito. O restaurante chama-se Garoeda (Kneuterdijk, 18a) e tem três andares. Ficamos no terceiro piso. Pedimos o prato tradicional do restaurante, um enorme combinado para seis pessoas. O prato principal é um arroz amarelado com coco, acompanhado de salada de pepino, tomates, camarão com muita pimenta, ovo cozido apimentado, carne de frango ao coco, mandiopã, filetes de soja fritos, farofa de coco com amendoim, carne de porco ao molho de soja adocicado, carne de panela apimentada, vagem com muita pimenta, favas cozidas, espetinho de carne de porco, pimentas variadas. Era muita comida, mesmo com um bando de famintos como estávamos. Por tudo isto, mais a cervejada, minhas duas coca diet e três expressos, pagamos, cada um, 35 euros. Aproveitamos que ainda eram 21:30 horas e o dia ainda estava claro para dar uma volta pelo belo centro da cidade. O Parlamento é um prédio lindo, parecendo um antigo castelo, com possibilidades de caminhar pelas suas ruas internas. Ao seu lado fica um museu onde há o famoso quadro Moça com Brinco de Pérolas, de Vermeer. Deu-me uma vontade grande de vê-lo, mas o museu já estava fechado (todos os museus da cidade fecham às 17 horas e as lojas fecham às 18 horas). Continuamos o passeio, conhecendo as ruas de pedestres cheias de lojas, todas fechadas. Passamos em uma praça cheia de restaurantes e bares, a maioria vazios. Hora de pegarmos o bonde de volta para o hotel. Fiquei um bom tempo no lobby do Novotel conversando com vários latino americanos, pois estava sem sono. Nesta terça-feira será a minha vez de participar de um painel, onde terei incríveis dez minutos para apresentar a experiência brasileira com o diálogo social.
domingo, 9 de maio de 2010
ATENDIMENTO VIP EM SCHIPHOL - AMSTERDÃ
Depois de um longo voo de São Paulo até Amsterdã, sem problemas, mas desconfortável, pois as poltronas da KLM são mais estreitas, dispostas em três fileiras com três poltronas em cada uma. Ainda bem que fiquei em um assento no corredor. Mesmo assim, não dormi nada durante todo o voo. Apenas ouvi músicas de meu iPod. Quando chegamos no Aeroporto de Schiphol, em Amsterdã, o termômetro marcava 9º C, no final da manhã de domingo, em um tempo fechado. Ainda na ponte de embarque, logo na saída do avião, uma mulher segurava uma placa com o nome do evento para o qual viajei. Identifiquei-me e ela pediu para esperar ali mesmo. Ao todo, sete pessoas da delegação brasileira estavam no voo. Um cachorro apareceu para cheirar as pessoas ainda na ponte de embarque. Quando os sete se identificaram, seguimos a mulher, descemos as escadas que ligam a ponte à pista, normalmente usada pelos responsáveis pela limpeza do avião. Na pista, uma van nos aguardava. Fomos levados para a sala VIP do aeroporto, onde fomos recebidos com muito carinho. O embaixador do Brasil nos aguardava. A mulher recolheu nossos passaportes e tíquetes de bagagem. Enquanto isto, ficamos confortavelmente esperando, sendo servidos com bebidinhas e comidinhas. Chamou-me a atenção as belas tulipas amarelas com rajadas em vermelho que decoravam o ambiente. Estamos na época do auge das tulipas na Holanda. Quando tudo foi resolvido, a mulher nos entregou os passaportes com os carimbos da imigração e nossas malas nos esperavam na saída da sala VIP. Tudo isto sem filas. Fomos levados até a pista novamente, onde três carros Mercedes Benz nos aguardavam para nos conduzir até Haia, Den Haag, como eles dizem na língua holandesa. Um trajeto tranquilo, que durou pouco mais do que trinta minutos. No caminho, vimos alguns campos floridos com tulipas coloridas, fazendo um belo tapete multicolor. Chegamos no Novotel Den Haag World Forum (Joahan de Wittlaan 42-44 2517 JR Den Haag) às 13:30 horas. Fiz o check in, mas meu quarto não estava pronto. Guardei a mala no bagageiro e fui até o Hotel Bel Air, em caminhada de cinco minutos, para me registrar na Global Conference of Child Labour. O atendimento foi rápido, mesmo com uma pequena fila. Recebi meu crachá e os documentos do evento, voltando para o hotel. Ainda no lobby, fui abordado por um senhor que trabalha para uma ONG cujo tema de interesse é a erradicação do trabalho infantil. Ficamos conversando por quase duas horas, quando fui avisado que meu quarto estava pronto. Ele me informou que um encontro informal com representantes governamentais do Brasil, Índia e África do Sul estava agendado para às 18:30 horas. Já no quarto, aproveitei para desfazer a mala, tomar um bom banho e descansar. Acabei pegando no sono, perdendo a hora para o tal encontro informal. Cheguei com meia hora de atraso, com a reunião praticamente encerrada. Pediram para a delegação brasileira ficar um pouco mais. É o protagonismo brasileiro em evidência. Depois deste encontro, fomos jantar. A organização do evento preparou um jantar informal no restaurante do Hotel Bel Air para todos os participantes do evento. Fomos todos para lá. Serviço self service, com várias opções de sopa, saladas, pratos quentes e sobremesas. Vinho tinto chileno acompanhou o jantar. Na mesa do jantar, fomos abordados mais de uma vez pela organização para acertar detalhes de nossa participação, além de termos aproveitado para esclarecer algumas dúvidas. Cansados, voltamos para o hotel para dormir, já que a segunda-feira promete ser cheia.
sábado, 8 de maio de 2010
LONGA CONEXÃO
Dormi mal a noite, pois fiquei apreensivo por ainda não ter acabado de arrumar a mala para a viagem para Haia, Holanda. Não o fiz na noite de sexta-feira porque preferi sair para jantar com Ric no El Paso, Texas e rever os proprietários, nossos amigos. Levantei cedo, peguei terno, blaser, gravata e camisa social, essenciais para usar durante o evento, e coloquei na pequena mala. Também tive que colocar luvas, cachecol e casaco pelo frio que me espera em Haia. Ric me deixou no aeroporto que estava bem tranquilo. Check in rápido no guichê da TAM, com mala pesando apenas quinze quilos despachada diretamente para Amsterdã. O voo saiu no horário marcado e transcorreu sem problemas. Dei uma cochilada. Em Guarulhos, procurei o balcão da KLM para trocar o cartão de embarque emitido pela TAM. Sorte ele já estar aberto, uma vez que o voo para a Holanda está marcado para 19:30 horas. No check in, um simpático atendente registrou o número do meu Smiles, mas não conseguiu identificar o número da minha bagagem impresso no tiquete emitido pela TAM. Tive que ir até a Asa B (a KLM fica na Asa A) do aeroporto para verificar com um funcionário da TAM o número da bagagem. Foi rápido. Voltei ao despacho com o tal número e meu check in foi completado, com a entrega de meu cartão de embarque. Decidi entrar na sala de embarque internacional. Tinha pequena fila para passar no controle de raio X, bem como no controle de passaporte. Como a minha passagem pelo free shop na volta de New York não foi possível, já garanti a compra de minha espuma de barbear da Biotherm, item difícil de encontrar nos Estados Unidos. Aproveitei também e comprei um novo perfume, lançamento da Prada, já que esqueci o meu em Brasília. Quando finalizei a compra, ainda faltavam quatro horas para meu embarque. Com o cartão de crédito Mastercard Black nas mãos, me dirigi à sala VIP sustentada por ele. Chamado de Black Lounge, fica dentro da sala VIP da Delta Airlines. Com acesso à internet grátis, lanche, bebida alcóolica, revistas, tv, sala de relax, com chaise longue, café Nespresso e pouca gente, a sala é um oásis de tranquilidade no aerporto de Guarulhos. Para quem tem uma longa conexão como a minha, vale a pena desfrutar este momento de relaxamento.
MALAS PRONTAS PARA HOLANDA
Nem esquentei em Brasília e já viajo novamente. Destino: Haia, Holanda. Desta vez a trabalho. Vou participar da Conferência Global sobre Trabalho Infantil na qual estarão representantes de cerca de oitenta países. Tempo frio na cidade de Haia, com máxima prevista para o período do evento de 14º C. Fiz quase uma mala de mão, pois ficarei ao todo cinco dias, contando um para ir e outro para voltar. Mesmo com a mala pequena, prefiro despachá-la para não ter que ficar carregando nos aeroportos. Ainda não tive tempo de atualizar as séries que publico neste blog. Já tenho novo conto para colocar aqui também.
quinta-feira, 6 de maio de 2010
NO TRABALHO - DE FÉRIAS
Depois de uma cansativa viagem de volta, pois houve atraso de cinquenta minutos no aeroporto de New York com todos os passageiros já dentro do avião. O aeroporto só operava com uma pista e o tráfego aéreo era intenso (depois dizem que atrasos só acontecem no Brasil...). Para piorar, quando esperávamos as malas na esteira no aeroporto de Guarulhos, um empregado da TAM informou que ,devido a uma denúncia de que um passageiro transportava drogas, todas as malas passariam pelo raio X para exame da Polícia Federal. Assim, não haveria tempo para os passageiros que tinham conexões prosseguirem viagem nos voos inicialmente programados. Esperamos por quase uma hora nossas bagagens e ainda enfrentamos uma pequena fila na alfândega, mas não tivemos que parar. Obviamente que no novo despacho de bagagens, fomos acomodados no próximo voo da TAM para Brasília, ou seja, às 13 horas, quando o relógio marcava 08:15 horas. Ficamos na sala VIP doméstica da companhia aérea até a hora do embarque que, para nossa sorte, adiantou em meia hora. Retiramos as malas da esteira no aeroporto de Brasília às 14:30 horas. Fomos para a fila do táxi, mas só foi possível pegar o terceiro carro disponível, pois era o primeiro carro que cabia toda a nossa bagagem (quatro malas e quatro bolsas de mão). No trajeto para casa, no Eixão, percebi que o motorista do táxi estava dormindo ao volante. Tive que ir conversando com ele até em casa para não deixá-lo dormir. Como era dia 05 de maio, várias contas esperavam para pagamento, o que tive que fazer em primeiro lugar para evitar multas desnecessárias. Começamos a desfazer as malas, mas o cansaço era tanto, que só tiramos as roupas sujas para lavar. tomei um banho, deitei e dormi. De noite, levantei com fome. Ric saiu e comprou uma pizza já que não havia nada em casa. Aproveitei para fazer as compras de supermercado pela internet. Acabei de retirar as coisas das malas e fui fazer as contas das despesas da viagem, especialmente no cartão de crédito. O sono bateu de novo. Fui dormir.
Embora ainda de férias, voltei ao trabalho nesta quinta-feira. Vou trabalhar quinta e sexta-feira, pois tenho que resolver a minha viagem a trabalho para Haia, Holanda, neste sábado. Compensarei estes dois dias na próxima semana, já que a viagem oficial para a Conferência Global sobre Trabalho Infantil ocorrerá nos dias 09, 10 e 11 de maio, com retorno ao Brasil para 12 de maio, quarta-feira. Ficarei quinta e sexta-feiras, dias 13 e 14 de maio, em Brasília, literalmente sem fazer nada, aproveitando meus dois últimos dias de férias deste primeiro período (o segundo período, com 18 dias, está marcado para novembro).
terça-feira, 4 de maio de 2010
NEW YORK - DIA 11
Terça-feira, dia nublado em New York. Dia de voltar para o Brasil. Malas prontas, tomamos café da manhã no hotel, vendo a Times Square pelas paredes envidraçadas do restaurante. Garçons satisfeitos com a gorjeta que deixamos, afinal, este é o país das gorjetas (tips, como eles dizem por aqui). Hora de fazer check out no hotel e transferir as malas para o quarto de nossos amigos, já que conseguimos late check out para o quarto deles, pois a TAM confirmou para as 16 horas o transporte até o aeroporto. Ainda há tempo para as últimas compras. Resolvemos ir para a loja Bed, Bath & Beyond (1932 Broadway at 65th Street), especializada em produtos para casa. Belíssima viagem.
segunda-feira, 3 de maio de 2010
NEW YORK - DIA 10
Viajar é muito bom, mas cansa. É assim que estou me sentindo no décimo dia em New York, cansado. A segunda-feira amanheceu com chuva, mas com temperatura agradável. Mais um café da manhã no hotel, já que estava incluso em nossa diária. O sistema é a la carte, com opções que variam entre ovos, muffins, bagel, cereais, carnes e poucas frutas. Cansei de comer ovos todos os dias. Vou sentir saudades dos bagels tostados. Depois do café, seguimos a pé para o Museum of Modern Art (11 West 53rd Street), mais conhecido como MoMA. Estava simplesmente lotado, com filas para comprar ingressos, para guardar casacos e mochilas na chapelaria e para ver as obras, que estão espalhadas em seis andares, além de um jardim de esculturas. A exposição mais concorrida fica em cartaz até o final de maio e tem o nome de The Artist is Present, com uma performance ao vivo da artista Marina Abramovic, na qual ela fica sentada em uma cadeira no centro de um quadrado, usando um vestido longo branco. Em sua frente, fica uma outra cadeira. A cadeira fica disponível para qualquer visitante se sentar e fixar os olhos na artista. Há fila para fazer isto. Não há movimento, não há falas. Além desta performance, há uma retrospectiva sobre esta artista da body art, com fotos, instalações, vídeos, cartazes, objetos e representações ao vivo de algumas de suas performances antigas. Três chamam atenção. Na primeira delas, há dois homens nus, um de frente para o outro, em uma pequena passagem de uma sala para outra. Quem quiser, pode passar no meio dos performáticos. Eles estão tão juntos que necessariamente as pessoas que ousam passar encostam em seus corpos. Em outra performance, uma mulher nua está deitada com um esqueleto em cima dela. Há outra mulher nua em um nicho em forma de cruz, como se estivesse crucificada. A reação das pessoas que visitam a exposição é muito variada, mas há um sentimento de perplexidade, especialmente quando se depara com o vídeo de uma performance de Abramovic se cortando na barriga, fazendo o formato da estrela de David em seu próprio corpo ensanguentado. Em seguida ela se auto flagela com daqueles chicotes que religiosos costumavam afastar os pecados da carne e depois se deita, com as costas em sangue, em uma cama de gelo em formato de cruz. Depois desta experiência, passamos para as outras salas do museu, mas como estávamos sob efeito do impacto destas performances, não tivemos ânimo para ver todas as importantes obras do museu. Consegui ver quadros de Van Gogh, Matisse, Picasso, Munch, Warhol, Césane, obras de Duchamp, Kandinsk, Guaguin, Modigliani, entre vários outros. Ficamos quase duas horas no local. As minhas costas estavam doendo muito, reflexo do cansaço que domina o meu corpo. Deixamos o MoMA e fomos comer nas redondezas, em uma unidade do Café Metro (53rd Street at 7th Avenue), pois já conhecíamos o bom sanduíche deles. Com a fome estancada, fomos passear pelas ruas da região, parando na Louis Vuiton da 5ª Avenida para ver a novidades, onde Ewerton adquiriu uma bolsa de carregar ternos. Também fomos trocar uma camisa na Burberry. Enquanto estávamos nesta última loja, a chuva caiu, mas foi rápido. Quando voltamos para a rua, já não havia mais chuva. Voltamos a pé para o hotel, parando na Magnolia Bakery (1240 Avenue of Americas, Rockfeller Center) para comprar cupcakes. Comemos os cupcakes no hotel. Enfim, chegou a hora de fazermos as malas. Tarefa árdua que nos consumiu o resto da tarde e início da noite. Somente eu e Ric temos quatro malas, mais duas bolsas de mão. O transfer hotel-aeroporto foi confirmado para 16 horas de terça-feira. Pedimos um late check out e fomos atendidos em apenas um quarto, mas já está ótimo! Para comemorar a excelente viagem e os ótimos amigos, resolvemos jantar todos juntos. Escolhemos o Serafina (210 West, 55th Street), já conhecido por mim e Ric. Fomos e voltamos a pé. Noite agradável, sentamos em uma mesa na calçada. O garçon que nos atendeu é brasileiro. Bebemos um chianti clássico, comemos a deliciosa foccacia Di Sofia, com trufas e queijo de entrada e como principal, todos pediram risoto. De sobremesa, tiramissú feito na casa. Chave de ouro na última noite desta viagem de férias em New York.
domingo, 2 de maio de 2010
NEW YORK - DIA 9
Quando acordei na manhã de domingo, abri as cortinas e vi que a 7th Avenue estava liberada. Liguei a tv para conferir as notícias. Todos os canais especializados passavam reportagens sobre o fracassado atentado a bomba na Times Square. Era um carro bomba que a polícia conseguiu desativá-lo sem que ninguém ficasse ferido. Das vidraças do restaurante do hotel, durante o nosso café da manhã, vimos que o movimento voltara ao normal no local, cheio de turistas. Nosso destino foi o Discovery Times Square Exhibition (226 West 44th Street) onde estava a exposição King Tut sobre Tutankamon e sua tumba. Depois de trinta anos, esta exposição recordista de público retornou a New York em sua última parada antes de retornar definitivamente para o Cairo, Egito. Usamos o segundo voucher de nosso Explorer Pass. Embora com muita gente, a exposição é montada de uma maneira que não tumultua muito. As peças expostas são originais, com exceção da múmia do King Tut, uma réplica perfeita a partir de um scnaeamento feito na original em 2005. A decepção fica por conta da ausência da tumba de ouro que ilustra o cartaz da exposição. De qualquer forma, valeu a pena e nos motivou para uma futura viagem ao Egito. Na saída, pausa para um café e comprar pequenas lembranças na loja do espaço expositivo. Voltamos ao hotel, passando antes no Hotel Edison para conhecer o seu lobby, indicado em um dos muitos guias da cidade que eu trouxe na bagagem (nunca mais carrego tanto guia, um, pequeno, basta). Não gostamos do estilo do lobby, com pinturas murais lembrando os artistas mexicanos, embora com motivos modernos, incluindo o Bart Simpson. Como todos os dias, decidimos por ir às compras. Pegamos um táxi para a 5th Avenue. Entramos na exclusiva loja de departamentos Bergdof & Goodman, onde experimentamos os perfumes Tom Ford, U$ 180 o frasco. A próxima parada foi a Burberry, onde pude comprar a camisa que não havia conseguido quando das compras no Woodbury Outlet. Ric começou a reclamar de fome, como em todos os dias. Separamo-nos de nossos amigos e fomos para as ruas transversais, já que na avenida chique não há muitas opções de comida. Decidimos por um lanche rápido na Subway (149 East 60th Street). Sentado comendo meu sanduíche, vi uma jovem com a sacola da Dylan's Candy Bar (1011 3rd Avenue), loja de doces e balas da filha de Ralph Lauren. Ao sair, resolvemos ir na direção da qual ela tinha vindo e demos de cara com a enorme loja, com três andares. É uma explosão de cores e sabores, com balas de tudo quanto é formato. Fotos e compras. No caminho de volta para a 5th Avenue, paramos em uma das muitas lojas GNC para Ric comprar um destes suplementos alimentares que prometem milagres, no caso, queimar calorias. Passeamos um pouco pela Madison Avenue, além de entrar em uma loja Camper para ver as novidades em sapatos desta marca espanhola que gosto muito. Entramos em contato com nossos amigos pelo rádio (excelente artefato para se viajar em grupo) e nos encontramos na loja Diesel da 5th Avenue. Uma parada rápida para eles comerem um cachorro quente em uma barraca de rua (típico de New York) e entramos na loja de departamentos Saks Fitth Avenue (611 Fifth Avenue) para dar uma olhada. Voltamos a pé para o hotel. Tempo para descanso e atualização deste blog. Resolvi não mais sair, devido ao cansaço.
NEW YORK - DIA 8
Sábado de muito calor em New York. Nem parecia que há sete dias atrás fazia frio e chovia bastante. Logo cedo a 7th Avenue, em frente ao nosso hotel, estava interditada para a marcha em prol das pesquisas para a cura do câncer de mama, patrocinada pela Revlon. Vi as pessoas, a maioria vestida com camisetas brancas, da janela de meu quarto. As coisas aconteceram muito rápido, pois quando descemos para tomar o café da manhã, já estavam desmontando o palco e as barracas que estavam armadas nas imediações. Ficamos tristes por não ter participado desta passeata. Nossa primeira reserva no hotel venceu neste sábado. Logo cedo, a conta já estava debaixo da porta do quarto. Lançamento errado do acesso à internet, uma vez que comprei o pacote de 7 dias pelo preço de U$ 49,95 + taxas. Ao invés deste valor, cobraram U$ 16,95 + taxas por dia de uso, como se eu tivesse adquirido diariamente o tal acesso. O mesmo aconteceu no quarto de nossos amigos. Informaram-nos que ao fazer o check out, corrigiriam o lançamento. Mesmo com nova reserva por mais três noites, tivemos que pagar as noites correspondentes à primeira reserva. No ato do pagamento, reclamei do lançamento da internet que ainda não estava corrigido. O recepcionista retirou tudo e não me cobrou nada, nem o pacote que eu havia adquirido. Tivemos que reclamar para receber novos Explorer Pass, alegando justamente que o hotel nos levou a fazer novas reservas, pagando diária mais cara por estas três noites suplementares. Depois de tudo resolvido, fomos até o Madame Tussauds New York (234 West 42nd Street) para comprarmos um tour para Washington, D.C.. O preço do tour era U$ 149,00 por pessoa. O ônibus sai às 7 horas da manhã, fazendo uma viagem de quase quatro horas até a capital dos Estados Unidos e lá chegando, passaríamos pelos principais pontos da cidade, com paradas para fotos e almoço, retornando para New York às 16 horas, chegando por volta de 20 horas. Achamos muito cansativo. Decidimos ficar em New York e deixar Washington para uma outra oportunidade. Já que estávamos no famoso museu de cera e com o Explorer Pass nas mãos, trocamos um dos três vouchers que tinhamos direito pela entrada no museu. Foram fotos e mais fotos com as réplicas em tamanho natural de personalidades mundiais, tais como Julia Roberts, Pablo Picasso, Michael Jackson, Madonna, Paris Hilton, Daniel Craig, Barac e Michelle Obama, Gandhi, Janis Joplin, The Beatles, Lenny Kravitz, Vênus Willians, Mark Spitz, Ayrton Senna, Pelé, Steven Spielberg, Leonardo DiCaprio, Samuel L. Jackson, RuPaul, Angelina Jolie, Brad Pitt e tantos outros. Há uma sessão parecida com um trem fantasma, muito escura, onde entramos em fila indiana, um segurando o braço do outro, e levamos alguns sustos, além de rir muito. Quando terminamos a visita, pegamos um táxi e fomos para a Columbus Circus. Hora de entrar no shopping The Shops e fazer mais algumas compras. Desta vez foram tênis de corrida, cds, dvds e cadernetas Moleskine. Novo táxi para almoçar. Ric estava com saudades de arroz e feijão. Obviamente nosso destino foi o restaurante Brazil Grill (787 8th Avenue), onde tocava Ivete Sangalo, passava beisebol na televisão, todos os garçons são brasileiros e o cardápio é um apanhado de pratos típicos de nosso país. Escolhi um lombo com feijão tropeiro e couve. O feijão usado é o mexicano, maior do que o que estamos acostumados a comer. Comida honesta. Voltamos para o hotel a pé para descansar e nos preparar para mais um musical. No início da noite, começamos a ouvir muitas sirenes, algo comum na cidade, mas em grande intensidade. Para trocarmos as entradas para o musical, saímos às 19:15 horas. Times Square estava lotadíssima no primeiro final de semana com calor depois do início da primavera por aqui. Logo percebemos que algo estava acontecendo. A polícia estava evacuando o local, mas não dizia nada. Um camelô respondeu a uma mulher que aquilo era New York, nunca ninguém sabe o que está acontecendo. Tivemos que ir para uma rua lateral, pois a 7th Avenue estava interditada. Ao chegarmos na rua do Minskoff Theatre (200 West 45th Street), ela estava totalmente bloqueada, sem possibilidade de acesso ao teatro. A evacuação foi muito rápida. Tudo foi ficando vazio. Conseguimos dar a volta e chegar ao teatro pelas portas dos fundos, na outra rua. Trocamos as entradas. Subindo as escadas rolantes, uma parede de vidro nos possibilitou ver um carro parado na rua com um robô fazendo algum tipo de rastreamento, muito parecido com cenas do filme vencedor do Oscar 2010, Guerra do Terror. Não nos deixaram ficar ali. Entramos no teatro e fomos conduzidos aos nossos lugares para conferir o musical The Lion King, baseado no desenho animado da Walt Disney. Embora com ingressos esgotados, o teatro tinha muitas cadeiras vazias. O tempo foi passando e nenhum aviso pelo atraso, coisa incomum na Broadway. Com meia hora de atraso, as palmas começaram a surgir até que anunciaram que a polícia da cidade ainda não havia autorizado o início do espetáculo, pois havia uma suspeita de bomba no carro cercado na rua. Este era o motivo pelas sirenes e pela área evacuada. Demorou mais vinte minutos e avisaram que a autorização havia sido dada. Embora em bons lugares, resolvemos sentar em locais mais próximos do palco, com excelente visão. O musical é lindíssimo, com cenários e figurinos muito diferentes. César lembrou do Giramundo, de Belo Horizonte, pois há muita cena com manipulação de bonecos. Achei interessante que os atores que dão vida aos personagens sempre estão à vista, mesmo manipulando o tempo inteiro os bonecos. A primeira cena é impactante. O movimento dos animais é perfeito. Girafas, zebras, gazelas, elefante, rinoceronte, todos os animais das savanas africanas estão presentes. Saímos extasiados do teatro. No lobby havia muitos policiais solicitando que todos saíssem do teatro rapidamente. Ninguém apavorou. Na rua, todos tiveram que ir em direção à 8th Avenue, onde o movimento era enorme, com bares, restaurantes e clubes noturnos em efervecência total. Os acessos à 7th Avenue estavam interditados. Quando chegamos perto de nosso hotel, não havia possibilidade de passar. Vimos um movimento na 49th Street e percebemos que se tratava da entrada de serviço do nosso hotel, por onde conseguimos entrar. No quarto, ligamos a televisão para acompanhar as notícias. Não saímos mais. Fui dormir perto de duas horas da manhã com a 7th Avenue ainda interditada.
sábado, 1 de maio de 2010
NEW YORK - DIA 7
O tempo melhorou muito na sexta-feira em New York. Não houve necessidade de usar blusa de frio. Durante o dia fez calor e quando caiu a noite os termômetros marcavam 20º C. Foi um dia muito agradável. Muitos turistas nas ruas. Os finais de semana em New York são intensos. Começamos a manhã com um belo café no restaurante do hotel, pegamos um táxi até o porto de onde saem os passeios de barco pelo Rio Hudson. Havia fila para comprar os bilhetes, mas como já tínhamos tíquetes devido ao cupom do hop on hop off da City Sights, fomos direto ao guichê de troca dos vouchers e entramos no grande barco da Circle Line Sightseeing. Ficamos na parte coberta, na primeira fileira, com vista privilegiada. O passeio foi rápido, em torno de uma hora e quinze minutos, mas é muito bom, especialmente se o dia estiver bonito, com céu aberto, como estava na manhã desta sexta-feira. Vemos todos os prédios altos de Manhattan, num belo skyline, além de passarmos, na ida e na volta, bem em frente à Estátua da Liberdade, verde, imponente em seu pedestal. As fotos ficam ótimas. Como bem disse César, na sua experiência de viagens anteriores à cidade, para quem não quer enfrentar filas quilométricas para subir na estátua, em um lugar apertadíssimo, é muito mais negócio fazer o passeio de barco, pois as melhores fotos do monumento são tiradas do rio. Demos por vista a famosa estátua e decidimos não ir até a ilha, pois, com certeza, perderíamos um dia inteiro neste passeio. Ao voltarmos para o ponto de partida, pegamos um táxi e fomos até a mega loja de esportes Paragon Sports (867 Broadway, com 18th Street), mas não achamos o tênis que queríamos. Novo táxi em direção ao Seaport Pier 17, local nas margens do Rio Hudson, com bela vista da Brooklyn Bridge, cheio de restaurantes e lojas. No mesmo complexo estava a exposição Bodies (11 Fulton Street, 2nd Floor, Seaport), pela qual pagamos U$ 28,85 pela entrada. Trata-se da mesma exposição que já esteve em São Paulo, onde corpos humanos reais são mostrados em diversos cortes utilizando a técnica chinesa de "plastificação". A configuração em New York é mais fácil de se ver do que a feita em São Paulo, mas as peças são as mesmas, com uma ou outra diferente. Com fome, eu e Ric saímos da mostra dos corpos humanos e nos sentamos em um pequeno restaurante na região, enquanto César e Ewerton foram às compras. Pedimos sanduíches no J.P. Mustard (22 Fulton Street). O meu estava muito bem com recheio de berinjela e mussarela. Em seguida, nos encontramos com nossos amigos na loja Abercrombie & Fitch, dica da filha de minha amiga, que escreveu para não ir na unidade desta loja na 5th Avenue, pois lá existia fila para entrar e comprar, o que havíamos constatado passando na porta. Esta loja do Seaport é grande, cheia de gente bonita, mas não há tumulto. Comprei uma única camisa pólo, pois as roupas da marca, sucesso entre os jovens, não me atraem muito. Com sacolas nas mãos, resolvemos voltar para o hotel, pegando o ônibus do tour hop on hop off, percorrendo o mesmo caminho pela quarta vez, mas não gastamos nada, já que tínhamos o bilhete. Deixamos as sacolas no hotel e fomos a pé para a maior loja de departamentos do mundo, a Macy's (Herald Square), onde se concede descontos para turistas, bastando comparecer no setor de atendimento ao visitante, munido de uma identidade com foto. Ric preferiu ficar descansando. Passamos mais de três horas na loja, mas compramos pouco. Fizemos uma pausa estratégica no Starbucks do local. Ao sairmos, César resolve pegar um táxi e voltar para o hotel. Eu e Ewerton fomos para a 5th Avenue, mas as lojas já haviam fechado, pois eram mais de 21 horas. Vimos vitrines e, ao voltar para o hotel, paramos na famosa confeitaria Magolia Bakery, celebrizada na série Sexy and The City, para experimentar um cupcake. É um local pequeno, onde as pessoas entram apenas para comprar os famosos bolinhos. A fila é grande, mas anda rápido. Compramos o bolinho sabor caramelo. Gostei, mas é enjoativo, muito doce. Voltamos para o hotel. Troquei de roupa e saí para jantar com Ric. Segui mais uma dica da filha de minha amiga. Jantamos no restaurante Serafina, unidade Broadway (210 West 55th Street). Um excelente restaurante de comida italiana, com custo benefício muito atraente. Tomamos um chianti clássico da vinícola Antinori, safra 2007, de entrada uma foccacia Sofia e como principal, comi um ravioli com trufas negras. Tudo muito saboroso. Ainda deu tempo de bater perna nas redondezas e parar em uma loja de souvenir para comprar bobagens. Dia altamente proveitoso.
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