Recebi um convite de um amigo, que mora em Salvador e está em Brasília fazendo um curso pelo trabalho, para ir ao teatro assistir a peça O Homem de Buenos Aires. Em junho de 2008 já havia assistido a este espetáculo. Nesta nova temporada, houve alteração no elenco feminino. Aceitei o convite e às 20 horas já estava no Teatro Goldoni (Casa D'Italia - 208/209, Eixo L, Asa Sul). Enquanto aguardava meu amigo, aproveitei para comer um pão de queijo no café do local e ler os jornais do dia. Meu amigo chegou com um amigo que não conhecia e ainda com vários colegas de trabalho que também estão no mesmo curso. Conversamos bastante até a hora do sino tocar (antes de toda peça em cartaz no Goldoni, alguém da casa toca um sino para chamar as pessoas para entrar na sala para ver o espetáculo). O texto e a direção da peça são de Alexandre Ribondi e no elenco estão Sérgio Sartório (Jorge/Pepe, mesmo ator da primeira montagem), Daniela Vasconcelos (Maria Rita/Lúcia Helena) e Fernanda Rocha (Deogracia). A história se passa no apartamento de Jorge, também conhecido como Pepe, um deficiente visual com pinta de garanhão. Maria Rita, Deogracia e Lúcia Helena são as mulheres que transitam em sua vida. A peça tem pouco mais que uma hora de duração e, como a própria filipeta de divulgação indica, é uma comédia. Os diálogos são bem construídos e Sartório tem uma bela interpretação, pois consegue passar a fragilidade natural de um deficiente visual, mas também a sensualidade que a personagem exige, além do ótimo sotaque, já que é um homem de língua espanhola. As novas atrizes substituem bem aquelas que encenaram a primeira montagem (Adriana Lodi e Ana Paula Braga). No entanto, há uma grande diferença entre Daniela Vasconcelos e Fernanda Rocha. Enquanto a primeira estava visivelmente nervosa no início da trama, com gestual e falas um pouco excessivos, a segunda dá um show como a vizinha boazuda, tonta e loura. O timing de comédia de Fernanda é ótimo e a peça cresce quando ela entra em cena (lembro-me da interpretação de Ana Paula Braga, excelente por sinal, mas Fernanda conseguiu dar um ar de sonsa que caiu muito bem à personagem). Já na segunda entrada de Daniela, nota-se que a nervosia da estreia passou e ela está melhor, especialmente nas cenas de confronto entre as duas atrizes. Quando Deogracia sai de cena, a peça cai em ritmo, mas Daniela, já fazendo o papel de Lúcia Helena, mãe de Deogracia, está melhor. Para não ficar uma cópia do que é Deogracia, os moviemtnos de cabeça da atriz, balançando os brincos (peça que liga as interpretações das três personagens femininas) é bem interessante. O ponto negativo da peça fica com o final abrupto. Talvez o autor e diretor tenha colocado este final para evitar um dejá vu, pois não havia mais nada a acrescentar no enredo. De qualquer forma, é uma boa peça, destas que a gente dá boas gargalhadas e sai feliz.
Para finalizar a noite e fazer os comentários necessários sobre o que vimos, fomos para o Beirute (SCLS 109 , Bloco A, lojas 2 a 4, Asa Sul). O papo foi muito agradável e não girou somente em torno da peça, mas também sobre cinema e literatura. Gostei muito de rever este meu amigo e da ótima noite de quinta-feira.
Para finalizar a noite e fazer os comentários necessários sobre o que vimos, fomos para o Beirute (SCLS 109 , Bloco A, lojas 2 a 4, Asa Sul). O papo foi muito agradável e não girou somente em torno da peça, mas também sobre cinema e literatura. Gostei muito de rever este meu amigo e da ótima noite de quinta-feira.
Adorei a resenha. E todo o clima de preparação para o desenvolvimento, a maneira como pega a mão do leitor e o conduz para dentro da cena. E tenho certeza que a noite foi memorável para os seus amigos também. Parabéns.
ResponderExcluirLima,
ResponderExcluirQue bom que todos gostamos da noite.
Um beijo
Uai, meu comentário não saiu?
ResponderExcluirDisse que estava gostando de ver, você com 28 peças vistas.
Bjs
Pek,
ResponderExcluirSaiu sim e já está publicado. Você fez o comentário no post "Encerramento Cena Contemporânea 2009". Respondi que hoje tem mais uma peça para eu assistir.
Beijos