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sexta-feira, 18 de setembro de 2009

O HOMEM DE BUENOS AIRES



Recebi um convite de um amigo, que mora em Salvador e está em Brasília fazendo um curso pelo trabalho, para ir ao teatro assistir a peça O Homem de Buenos Aires. Em junho de 2008 já havia assistido a este espetáculo. Nesta nova temporada, houve alteração no elenco feminino. Aceitei o convite e às 20 horas já estava no Teatro Goldoni (Casa D'Italia - 208/209, Eixo L, Asa Sul). Enquanto aguardava meu amigo, aproveitei para comer um pão de queijo no café do local e ler os jornais do dia. Meu amigo chegou com um amigo que não conhecia e ainda com vários colegas de trabalho que também estão no mesmo curso. Conversamos bastante até a hora do sino tocar (antes de toda peça em cartaz no Goldoni, alguém da casa toca um sino para chamar as pessoas para entrar na sala para ver o espetáculo). O texto e a direção da peça são de Alexandre Ribondi e no elenco estão Sérgio Sartório (Jorge/Pepe, mesmo ator da primeira montagem), Daniela Vasconcelos (Maria Rita/Lúcia Helena) e Fernanda Rocha (Deogracia). A história se passa no apartamento de Jorge, também conhecido como Pepe, um deficiente visual com pinta de garanhão. Maria Rita, Deogracia e Lúcia Helena são as mulheres que transitam em sua vida. A peça tem pouco mais que uma hora de duração e, como a própria filipeta de divulgação indica, é uma comédia. Os diálogos são bem construídos e Sartório tem uma bela interpretação, pois consegue passar a fragilidade natural de um deficiente visual, mas também a sensualidade que a personagem exige, além do ótimo sotaque, já que é um homem de língua espanhola. As novas atrizes substituem bem aquelas que encenaram a primeira montagem (Adriana Lodi e Ana Paula Braga). No entanto, há uma grande diferença entre Daniela Vasconcelos e Fernanda Rocha. Enquanto a primeira estava visivelmente nervosa no início da trama, com gestual e falas um pouco excessivos, a segunda dá um show como a vizinha boazuda, tonta e loura. O timing de comédia de Fernanda é ótimo e a peça cresce quando ela entra em cena (lembro-me da interpretação de Ana Paula Braga, excelente por sinal, mas Fernanda conseguiu dar um ar de sonsa que caiu muito bem à personagem). Já na segunda entrada de Daniela, nota-se que a nervosia da estreia passou e ela está melhor, especialmente nas cenas de confronto entre as duas atrizes. Quando Deogracia sai de cena, a peça cai em ritmo, mas Daniela, já fazendo o papel de Lúcia Helena, mãe de Deogracia, está melhor. Para não ficar uma cópia do que é Deogracia, os moviemtnos de cabeça da atriz, balançando os brincos (peça que liga as interpretações das três personagens femininas) é bem interessante. O ponto negativo da peça fica com o final abrupto. Talvez o autor e diretor tenha colocado este final para evitar um dejá vu, pois não havia mais nada a acrescentar no enredo. De qualquer forma, é uma boa peça, destas que a gente dá boas gargalhadas e sai feliz.
Para finalizar a noite e fazer os comentários necessários sobre o que vimos, fomos para o Beirute (SCLS 109 , Bloco A, lojas 2 a 4, Asa Sul). O papo foi muito agradável e não girou somente em torno da peça, mas também sobre cinema e literatura. Gostei muito de rever este meu amigo e da ótima noite de quinta-feira.

4 comentários:

  1. Adorei a resenha. E todo o clima de preparação para o desenvolvimento, a maneira como pega a mão do leitor e o conduz para dentro da cena. E tenho certeza que a noite foi memorável para os seus amigos também. Parabéns.

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  2. Lima,

    Que bom que todos gostamos da noite.

    Um beijo

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  3. Uai, meu comentário não saiu?
    Disse que estava gostando de ver, você com 28 peças vistas.
    Bjs

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  4. Pek,

    Saiu sim e já está publicado. Você fez o comentário no post "Encerramento Cena Contemporânea 2009". Respondi que hoje tem mais uma peça para eu assistir.

    Beijos

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