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sábado, 12 de setembro de 2009

A OBSCENA SENHORA D e ELDORADO

Nesta sexta-feira, continuei a seguir o festival Cena Contemporânea 2009. Vi duas peças. A primeira, às 19 horas, no Teatro Goldoni ( Entrequadra 208/209 Sul, Casa de Itália, Eixo L, Asa Sul), foi A Obscena Senhora D, texto de Hilda Hilst, com adaptação, direção e interpretação dos atores Catarina Accioly e William Ferreira e supervisão de Míriam Virna. Teatro lotado, o que me surpreendeu, pois a peça é brasiliense e já esteve em cartaz em 2007. O trabalho de corpo desenvolvido por Catarina Accioly é impressionante e sua interpretação é bem marcada, alternando com momentos de lucidez e loucura. O texto de Hilst, bem biográfico, discorre sobre as angústias e dúvidas da personagem Hillé em relação à vida, à divindade e ao próprio convívio social. O cenário ajuda a construir a atmosfera de angústia e dúvidas, especialmente com o gelo alojado em um pano no teto que na medida em que derrete, enche uma bacia de água no centro de uma passarela de madeira que liga duas escadas. Gostei muito da peça, que teve música sendo executada ao vivo com sons tirados de vidros, chocalhos e água.
Em seguida, corri para o CCBB (Setor de Clubes Esportivos Sul, Trecho 2, Conjunto 22) para ver a peça Eldorado, texto de Santiago Serrano, direção de Marcelo Lazzaratto e interpretação de Eduardo Okamoto. Pela primeira vez neste festival, compareci a uma peça cuja sala não estava cheia. O texto transcorre em uma hora, contando a busca de um cego, com sua rabeca (a quem chama de menina), ao Eldorado. É o terceiro texto de Serrano (presente no teatro) que vejo sendo encenado em Brasília (os outros dois foram Dinossauros e Fronteiras) e, como os demais, é pura poesia. Pode-se dizer que o homem cego está à procura de tudo, especialmente de si mesmo, de carinho, de amizade, de amor, além, do tão esperado Eldorado. Tocante, embora em alguns momentos da peça eu tenha ficado incomodado porque o ator grita muito em cena. Falando em ator, Eduardo Okamoto também faz um belo trabalho corporal e sua interpretação, tirando os gritos, é fantástica. O trabalho de iluminação é essencial para o clima da encenação.

Ao final da noite, fui conhecer uma nova hamburgueria da cidade, Genaro Jazz Burger Café (SCLN 114, Bloco A, loja 60, Asa Norte). Inicialmente me colocaram em uma das três mesas internas, pois o salão é pequeno, com um bar no canto e muitas colagens na parede. A música, jazz, é claro, estava muito alta, o que me incomodou até ao ponto de pedir para trocar de lugar, quando fui acomodado em uma mesa do lado de fora, no corredor de trás do bloco. Dava para ouvir a boa música, sem a altura que estava do lado de dentro. Pedi um dos vários sanduíches do cardápio, um steak espanhol. Pão ciabata, alface roxa, tomate, cebola caramelizada, pimentão vermelho grelhado, queijo de cabra e hamburger de picanha e fraldinha. O sabor estava muito bom, mas a montagem do sanduíche deixa a desejar. As cebolas caramelizadas ficavam num canto, não se espalhando por toda a carne. O mesmo ocorreu com o pimentão. Outro detalhe que não gosto é ter que comer o sanduíche com talher. Para mim, sanduíche se come com as mãos, mas a sua montagem torna incômodo o seu manusear. Voltarei à casa para experimentar outros sabores. Seria interessante se houvesse opção da escolha do pão, como em lanchonetes premium de São Paulo.

4 comentários:

  1. Noel,
    eu também não gosto de sanduiche com talher :(
    Tô achando ótimos seus comentários sobre o Cena Contemporânea, assim fico sabendo,pois não estou indo.
    Então: vim pra BH, até ia ao almoço do pessoal mas estou imprestável de dor. Espero que pela última vez. Bj.

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  2. Noel,
    Já viu lá no Notas Musicais sobre os novos discos da Bethânia?
    Fiquei felicíssimo dela gravar Vander Lee.
    Já estou louco para ouvir.
    Bjs

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  3. Hélida,

    Que pena você não ter ido ao almoço da turma. Espero que seja a última vez que sinta estas dores.
    Sanduíche de talher não é sanduíche, é prato.

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  4. Pek,

    Já estou aguardando com ansiedade estes novos discos de Bethânia.

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