Pesquisar este blog

sábado, 26 de setembro de 2009

TRIBUTO A JK


Já no bojo das comemorações pelos cinquenta anos de Brasília que serão completados em 21 de abril de 2010, há uma exposição multimídia gratuita montada no Conjunto Cultural da República sobre Juscelino Kubitschek, em cartaz até o próximo dia 30 de setembro. A abertura do evento foi nesta sexta-feira, 25/09/2009, com o nome Tributo a JK. Shows musicais fazem parte da programação oficial nos dias 25 e 26/09. Resolvi conferir os dois shows desta sexta-feira. A exposição ainda vou conferir durante esta semana.
Palco grande montado ao lado do Museu Nacional e um camarote para os convidados dos patrocinadores e apoiadores. Para o público em geral, muitas cadeiras de plástico. Isto está ficando comum em shows gratuitos na área do museu. Fator positivo, pois muitos podem assistir aos shows sentados, permitindo que idosos também tenham acesso aos espetáculos. Cheguei no momento em que um texto sobre JK estava sendo lido pela apresentadora e a Orquestra Sinfônica de Brasília, conduzida pela maestro Ira Levin, já estava a postos. O primeiro show contou com um grande público que ocupou todas as muitas cadeiras brancas e outros tantos de pé. Consegui sentar em um local privilegiado, no centro, bem de frente ao palco, na quinta fileira. O show da orquestra durou cinquenta minutos. O conjunto fez uma homenagem a JK executando a indefectível Peixe Vivo. Também fizeram parte do programa músicas de Luiz Gonzaga, Heitor Villa-Lobos, Cláudio Santoro (o fundador da orquestra), Tom Jobim, Sivuca, entre outros. Repertório eclético e brasileiro. O público apaudia com entusiasmo ao final de cada música. Na plateia, pessoas de todas as idades. Havia um casal próximo ao local em que eu estava com um carrinho com um bebê, que dormia alheio ao que acontecia a sua volta. Ao meu lado, duas mulheres que não pararam um minuto de conversar sobre os respectivos namorados. Fiquei incomodado e perguntei a elas se estavam ali para ver o show ou para botar a conversa em dia. Elas fecharam a cara e saíram. Acabei de ver a apresentação da orquestra mais tranquilo. O show foi bonito, sem grandes firulas. A retirada da parafernália da orquestra foi rápida. Amontoaram tudo ao fundo e o palco girou, quando apareceu um outro praticamente montado para o último show da noite. A apresentadora voltou, falou mais um texto sobre JK e apresentou o próximo show, fazendo uma ligação dos cinquenta anos de Brasília com a bossa nova. Chamou, então, Fernanda Takai e banda para dar início ao espetáculo. Acompanho a carreira de Fernanda há muitos anos, desde os primeiros shows do Pato Fu no bar Paco Pigale, quando este funcionava em um casarão na Rua Bernardo Guimarães, em Belo Horizonte. E ela só evoluiu. O show atual, ainda calcado no repertório de Nara Leão, está lindo. Fernanda tem presença de palco, é simples e domina a plateia. Canta de forma suave as músicas que fizeram sucesso nas décadas de sessenta e setenta. Os arranjos de todas as músicas as trouxeram para um público jovem, com uma linguagem pop, sem, contudo, afastar os fãs de Nara. Ela ainda consegue inserir músicas tão inesperadas para a bossa nova e ter harmonia, como Ben (Michael Jackson), Sinhá Pureza (sucesso na voz de Eliana Pitman), Rehab (Amy Winehouse), Seja O Meu Céu (Robertinho do Recife e Capinam), There Must Be An Angel (Eurithmics), Ordinary World (Duran Duran) e uma de sua lavra, 5 Discos, nunca gravada pelo Pato Fu. Antes de iniciar a música Você Já Me Esqueceu, gravada por Roberto Carlos em 1962, reclama que não foi selecionada para o time de cantoras que homenageou o cantor em seus 50 anos de carreira. Bem humorada, disse que espera ser convidada para os 60 anos de carreira do rei, mas que também participava de uma festa de 50 anos, a de Brasília. Nos intervalos entre uma música e outra, jovens na plateia insistiam em gritar músicas do repertório do Pato Fu. Elegante, ela disse que não se tratava de show de sua banda, mas que havia muitas músicas legais no show. Já no meio da apresentação, ela reclama que o público foi colocado distante do palco. Foi a senha para todos que estavam sentados nas primeiras filas (inclusive eu) carregassem suas cadeiras até a cerca que impedia o acesso ao pé do palco. Ela agradeceu respondendo que o show tinha ficado mais aconchegante. Já no bis, coloca o público para dançar o carimbó de Pinduca (Sinhá Pureza). O show termina perto de meia noite e a apresentadora convida a todos para a noite de sábado, quando a programação inclui Helen Oléria, Roberto Correa e Milton Nascimento. É um pedacinho de Minas no coração de Brasília.

Nenhum comentário:

Postar um comentário