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sábado, 17 de abril de 2010

EXPOSIÇÕES

Já que estou em São Paulo, nada como visitar algumas exposições. Foram cinco mostras ao todo que conferi entre o final da tarde de sexta-feira e o início da noite de sábado. Vou comentar brevemente cada uma.


  1. Roberto Carlos - 50 Anos de Música na Oca - Oca do Parque do Ibirapuera - R$ 10,00 a inteira. Foi a que mais demorei. Fiquei no espaço expositivo por duas horas. São quatro pisos contando cinco décadas de música de Roberto Carlos. Didática, com vasto uso da tecnologia, a mostra tem de tudo um pouco. O famoso calhambeque azul, reformado por Fittipaldi está logo na entrada, mas também há outros carros e um triciclo amarelo de 2009. Vários troféus e prêmios que o cantor recebeu no Brasil e no exterior estão em redomas de vidro ao longo do piso térreo, onde também se encontra um display, separado por década, com fatos importantes na vida pessoal e profissional de Roberto Carlos. Seus discos de ouro e platina também ganham espaço, assim como fotos de suas mulheres (Nice, Myriam Rios e Maria Rita). Presentes doados pelos fãs, alguns breguíssimos, quadros com retratos do cantor, roupas que usou em shows, especiais e filmes estão na mostra. Nos dois pisos superiores a tecnologia predomina. No último deles, apenas um ambiente azul, com músicas saindo de alto falantes colocados na base de cones brancos e projeção de estrelas no teto. No piso abaixo deste, há um espaço destinado para os amigos com os quais dividiu o microfone. Pode-se sentar para ver e ouvir clipes e programas de tvs com Erasmo Carlos, Wanderlea, Gal Costa, Tim Maia, Maria Bethânia, Tom Jobim, Luciano Pavarotti, Hebe Camargo, Caetano Veloso, Ivete Sangalo e Chitãozinho & Xororó. Também no mesmo piso, poltronas de kombi adaptadas como cadeiras de cinema onde ao sentar, é possível ouvir músicas do clipe projeto na parede da Oca sobre os filmes que Roberto gravou. Há um interessante documentário sobre a Jovem Guarda também neste piso. No subsolo, mais tecnologia. um grande canteiro de rosas vermelhas em instalação com um filme onde uma multidão vai se aproximando desse jardim. Outra instalação legal é o convés de um navio de cruzeiro e um vídeo com imagens em movimento da Baía da Guanabara, simulando a navegação ao longo da costa. Como há água na instalação, há uma sensação de que estamos realmente navegando. Neste piso, há mais presentes de fãs, especialmente imagens sacras e muitos corações de pelúcia. Uma reprodução de um estúdio nos convida a alterar o som de alguns instrumentos musicais na gravação de três músicas escolhidas por Roberto Carlos, entre elas Detalhes, que também ganhou uma projeção só dela. Antes de deixar o espaço, conferi toda a discografia do rei, disposta em mesas tecnológicas, onde se podia, com um toque, escolher o disco, uma música ou um clipe para ver/ouvir. Escolhi ouvir seu raro primeiro trabalho, Louco Por Você, que Roberto Carlos nunca deixou relançar. É bem diferente do que conhecemos e não há nenhuma música composta por ele. Para quem quiser, pode-se, mediante pagamento, tirar uma foto ao lado de uma réplica do calhambeque azul, com direito a paisagem do Rio de Janeiro ao fundo. E gratuitamente, pode-se aventurar e deixar gravado sua voz cantando uma música do eterno rei da canção brasileira. Antes de sair, uma lojinha vendendo a maior parte da discografia de Roberto Carlos. O público é numeroso e não temo em estimar que 90% são mulheres na faixa de 55 a 70 anos. Elas chegam em bandos, parecendo caravanas vindas do interior. Na saída, constatei que realmente os bandos vem de várias cidades do país.
  2. Puras Misturas - Pavilhão das Culturas Brasileiras (Pavilhão Engenheiro Armando Arruda Pereira) - Parque do Ibirapuera - Gratuito. Procurando o Museu Afro Brasil, me deparei com um recém aberto espaço expositivo, em prédio onde funcionava a empresa de processamento de dados do Estado de São Paulo. Também projetado por Oscar Niemeyer, será sede do futuro Pavilhão das Culturas Brasileiras. Para esquentar e mostrar ao público o seu perfil, o futuro museu abriu as portas com uma exposição de arte popular brasileira, não importando sua origem. Ao descer a rampa para o subsolo, um texto na parede avisa que se trata de uma mostra propositalmente fragmentária, sem um eixo curatorial definido. Assim, pude ver uma cadeira dos Irmãos Campana ao lado de bonecas de pano produzidas na Paraíba e de um boneca feita pelo estilista mineiro Ronaldo Fraga. Ou um esboço de Niemeyer para o Palácio da Alvorada em Brasília e a apropriação deste esboço em casas espalhadas por cidades do interior, especialmente de Minas Gerais. Bancos indígenas estão ao lado de bancos produzidos em série nas feiras de artesanato e por escritórios de design. A exposição é interessante de se ver, pois temos uma ideia do que virá nos próximos anos, além de conhecer esta profusão de arte que existe no Brasil.
  3. O Deserto Não É Silente - Arte Antiga e Contemporânea da Líbia - Museu Afro Brasil - Parque do Ibirapuera - Gratuito. Exposição do acervo da Gaddafi International Foundation, do filho do Presidente da Líbia. O filho também é artista plástico e na parte contemporânea da exposição, divide as paredes com mais dois artistas líbios. Assim, há quadros de Saif El Islam El Gaddafi, Fawzi Omar Sei e Salaheddine Shagroun. Nada de inspirador ou de inovador. Tive a sensação de que já tinha visto aqueles quadros em feiras de artesanato. Quanto à parte histórica, a exposição é um show, com relíquias descobertas em sítios arqueológicos da Líbia, especialmente das antigas cidades de Trípoli, Germa, Sabratha, Leptis Magna, Cirene e Apollonia. Cada objeto ganhou texto explicativo, além de uma cenografia com fotos mostrando as ruínas destas cidades. Os mosaicos são as peças que mais me chamaram a atenção, todos datados do ano um da era cristã.
  4. Hélio Oiticica - Museu É O Mundo - Itaú Cultural - Gratuito. As obras de Hélio Oiticica ganharam evidência novamente depois que parte do seu acervo foi consumido pelo fogo em 2009 no Rio de Janeiro. No Itaú Cultural estão os Metaesquemas, Parangolés, Penetráveis e Bólides construídos por Oiticica. A série dos Metaesquemas é grande, tornando-se enfadonha e repetitiva, diferentemente dos Penetráveis e dos Bólides que estão no último piso do subsolo, onde também há alguns vídeos e a instalação Rodhislândia. Areia, brita, terra, madeira, palha eram os materiais usados nestas instalações, o que o artista chamava de apropriação dos espaços vazios, dos campos, terrenos e o que estivesse a sua frente. Quanto aos Parangolés, podem me chamar de louco, mas acho uma bobagem sem tamanho.
  5. A Bahia de Jorge Amado - Galeria do Instituto Moreira Salles no foyer do Unibanco Arteplex - Shopping Frei Caneca - Gratuito - Parte da exposição que acontece na sede do Instituto Moreira Salles em Higienópolis, são pouco mais do que quinze fotografias feitas por estrangeiros e brasileiros no período em que Jorge Amado morou na Bahia. Algumas fotos lembram a obra de Pierre Verger, especialmente a de pescadores na procissão no dia de Yemanjá.

5 comentários:

  1. Noel,
    Que vontade de ver essa esposição sobre RC.
    Mês que vem quero ir a São Paulo, será que ela ainda estará em cartaz?
    Tenho esse primeiro disco do Roberto e gosto muito.
    Bjs

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  2. Pek,

    A exposição fica em cartaz até o dia 09 de maio de 2010 em cartaz.
    Você é o primeiro que conheço que tem o primeiro disco de RC. Você sabe que ele custa uma nota? Onde conseguiu comprar?

    Beijos.

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  3. Noel,
    "esposição" é foda, né rsrs
    Tenho o disco em CD.
    Não tenho o vinil não.
    Comprei em um sebo na época, onde o dono tinha o disco e passou para CD.
    E foi bem caro, mas como tenho a coleção quase inteira - faltam os últimos, RC Duetos e RC e Caetano - comprei esse também apesar do preço na época.
    Bjs
    Bjs

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  4. Pek,

    Nem tinha observado o erro na grafia... Já que você tem em cd, depois queria uma cópia, é possível?

    Bjs.

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